Funcionário encontra ninho de passarinhos em seu caminhão de carga após uma viagem de 1.120 km
Por Ana Caroline Haubert em Mundo Animal
Em abril, na chegada de um caminhão baú a Long Island (EUA), um funcionário encontrou um som inesperado vindo de trás do painel: o barulho incessante de três filhotes de pássaro.
Naquele espaço apertado, estavam escondidos três tordos com menos de duas semanas de vida, que haviam viajado impressionantes 1.120km.
Os filhotes pertencem à espécie Swainson’s thrush (Catharus ustulatus), conhecida por sua longa migração anual e pelos ninhos delicadamente construídos em arbustos densos ou galhos baixos.
Janine Bendicksen, diretora de reabilitação do Sweetbriar, comentou ao The Dodo que os filhotes estavam “em condições surpreendentemente boas, considerando os mais de mil quilômetros percorridos presos no veículo”.
Eles aparentemente ficaram sem comida ou água por pelo menos 15 horas, mas sobreviveram graças à resistência nata da espécie.
A busca imediata por socorro levou ao encaminhamento dos jovens tordos ao centro de reabilitação licenciado.
Lá, receberam cuidados intensivos: alimentação a cada 30 minutos, suporte térmico e ambiente seguro até estarem prontos para voar novamente.
Curiosidades sobre a espécie
Sem intervenção humana, as chances de sobrevivência de filhotes vulneráveis como esses são mínimas. O suporte foi fundamental: alimentação, abrigo e calor são críticos.
Como constatado no centro, após cerca de um mês, os pássaros tinham crescido, ganhado autonomia e estavam sendo preparados para serem devolvidos à natureza, numa soltura coordenada em um dia favorável do final de maio.
Centros como o Sweetbriar e pessoas que resgatam com responsabilidade garantem que a biodiversidade continue viva.
E, ainda que fêmeas e adultos jovens tenham risco elevado na migração, intervenções humanas são decisivas para a sobrevivência dos mais vulneráveis.

Enquanto isso, a natureza segue seu curso. Os filhotes voltarão a percorrer trilhas migratórias de centenas de quilômetros — graças ao cuidado humano que os fez resistir, crescer e voar novamente.
Embora resgates de filhotes em compartimentos de veículos não sejam inéditos, especialistas do Sweetbriar Nature Center afirmam que esta foi a maior distância já percorrida por um ninho intacto com seus ocupantes vivos.
A façanha é atribuída à resistência notável da espécie, o Catharus ustulatus, também conhecido como tordo-de-Swainson.
Sem a intervenção humana, as chances de sobrevivência de filhotes tão jovens são praticamente inexistentes.
O suporte oferecido — alimentação frequente, ambiente aquecido e abrigo controlado — foi essencial para que os pássaros se desenvolvessem com saúde.
Após aproximadamente quatro semanas de cuidados intensivos, os tordos já haviam adquirido autonomia para viver em liberdade e foram soltos em um dia ensolarado no final de maio, conforme relataram os profissionais do centro de reabilitação.

Conhecido por seu canto melódico e migrações extensas, o tordo-de-Swainson possui hábitos de nidificação que ocorrem geralmente entre abril e junho, em florestas densas de coníferas ou em árvores de grande porte.
Seus ninhos são cuidadosamente construídos com materiais naturais como musgos, galhos e folhas.
Segundo o portal All About Birds, mantido pelo Laboratório de Ornitologia da Universidade Cornell, os filhotes permanecem no ninho por um período de 10 a 14 dias após a eclosão, até que estejam prontos para alçar voo por conta própria.
Confira o vídeo:
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