De onde vem o vira-lata caramelo? Tutora faz teste genético em sua cadela e descobre origem única
Por Larissa Soares em Cães
Se existe um cachorro que conquistou o coração do Brasil, é ele: o vira-lata caramelo.
Símbolo da lealdade, do bom humor e da resistência, ele está por toda parte. Das ruas aos memes, das praças às casas mais cheias de amor.
Mas de onde será que vêm esses cãezinhos?
O que você precisa saber
- Vira-latas caramelos têm origens muito variadas. E, sim, podem ter raças com nomes impressionantes no histórico.
- O caramelo típico é um SRD (Sem Raça Definida), com traços herdados de muitos cruzamentos ao longo dos anos.
- Embora se diga que são mais saudáveis que cães de raça, estudos mostram que isso não é necessariamente verdade.
A origem genética da Nala
Adotada há cinco anos, a vira-lata caramelo Nala sempre foi tratada como parte da família. Sua tutora, curiosa com a origem da cachorrinha, resolveu fazer um teste genético com a PetGenoma. E o resultado trouxe algumas surpresas.
Segundo o teste, as principais raças presentes na composição genética da Nala são:
- 10% American Staffordshire Terrier
- 8% American Pit Bull Terrier
- 6% Rottweiler
- 3% American Bully Monster
Ou seja: quase 20% de Pit Bull, além de traços de raças robustas e conhecidas por sua força física.
“Com o resultado, ela pôde entender melhor o jeitinho da Nala e oferecer cuidados ainda mais personalizados”, explicou a empresa.
- A composição genética ajuda a compreender o temperamento do cão.
- Conhecer a genética pode orientar cuidados específicos e prevenir problemas de saúde.
Caramelo Bambino: uma mistura ainda mais surpreendente
Outro vira-lata caramelo famoso nas redes é o Bambino, da dupla Bambino e Rogerinho. O teste genético dele, feito em 2024, revelou uma mistura ainda mais surpreendente.
Entre todas as raças diferentes, as principais foram:
- 12,44% American Eskimo Dog
- 12,03% Pinscher Miniatura
- 11,55% Pequinês
- 9,94% Podengo Português Médio
Bambino é a prova viva de que o caramelo pode ter origens inesperadas.
O que é o vira-lata caramelo?
O caramelo é um cão Sem Raça Definida (SRD). Ele surge a partir da mistura de raças que carregam genes para a pelagem em tons de dourado, areia ou caramelo.
É o resultado de cruzamentos sucessivos, especialmente entre cães de rua ou sem linhagem definida.
Isso faz com que cada caramelo seja único, formado por séculos de sobrevivência, adaptação e, claro, muita simpatia.
- Inteligente, amigável e resiliente.
- Normalmente tem pelagem curta e dourada.
- Tornou-se um símbolo cultural do Brasil.
Os vira-latas caramelo são mais saudáveis?
Segundo um estudo do Dog Aging Project, publicado na Frontiers in Veterinary Science e citado pelo AKC, não há vantagem médica comprovada dos SRDs sobre cães de raça pura.
O estudo avaliou mais de 27 mil cães e concluiu que os problemas de saúde mais comuns afetam todos os cães de forma semelhante, independentemente da origem.
A saúde de um cão depende muito mais de sua genética específica, dieta, estilo de vida e cuidados oferecidos do que da presença ou ausência de pedigree.
- SRDs não são automaticamente mais saudáveis que cães de raça.
- Raça não é o único fator a influenciar doenças.
- Dieta, ambiente e genética individual são mais determinantes.
Um patrimônio (quase) oficial
O caramelo já virou celebridade, mas agora pode virar patrimônio cultural. Em 2023, foi criado o Projeto de Lei 1897/23, que propõe reconhecer o vira-lata caramelo como manifestação cultural imaterial do Brasil.
A proposta ainda está em análise na Câmara dos Deputados, mas reforça o quanto esse cão se tornou um símbolo de amor e representatividade animal no país.
Conclusão
O vira-lata caramelo pode ter traços de Pit Bull a Pequinês, pode ser grande ou pequeno, bravo ou dengoso. Mas uma coisa é certa: ele é, acima de tudo, um ícone brasileiro.
Ele é uma mistura de histórias e, em cada uma delas, mora um cão leal, engraçado e absolutamente irresistível.
Você tem um caramelo? Qual você acha que é a composição do seu?
Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.