Após visitar abrigo de animais, mulher resolve adotar gato estranho que 'parece ter DNA alienígena'

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em Gatos

Há 15 anos, Sarah Juracich era uma estudante universitária vivendo em Minnesota, nos Estados Unidos.

Dividia seus dias entre aulas exigentes, trabalhos temporários e as dificuldades de se manter com um orçamento apertado.

Em meio a essa rotina intensa, ela jamais imaginava que sua vida mudaria completamente ao visitar um abrigo de animais.

Sem intenção de adotar, Sarah decidiu conhecer uma feira de adoção. Era apenas uma visita, um momento para respirar em meio ao caos. Mas o destino preparava algo maior.

Entre tantos olhares suplicantes e histórias invisíveis, ela se deparou com um filhote diferente de tudo que já tinha visto.

Seu corpo miúdo, orelhas enormes e olhos intensos pareciam ter algo de outro mundo, como se carregasse DNA de alienígena.

Foi naquele momento, sem planejamento algum, que uma nova jornada começou. Uma conexão daquelas que tocam a alma e mudam o rumo da vida para sempre.

A adoção

Sarah contou ao The Dodo que não estava procurando outro gato, já que já tinha um em casa. Mas, enquanto segurava um gatinho brincalhão, sentiu uma patinha encostar em seu queixo.

Ao olhar para baixo, viu o filhote olhando diretamente para ela e, em seguida, ele estendeu a pata e lambeu seu nariz. Naquele instante, ela soube que estava perdida e pensou consigo mesma: “Ah, que droga!”

O dinheiro que tinha para os próximos dias, Sarah utilizou para pagar a taxa de adoção, pois, nos abrigos dos Estados Unidos, é comum que os adotantes contribuam com um valor simbólico para cobrir custos com vacinação, castração e cuidados veterinários.

E assim, Sarah começou uma nova jornada ao lado de Nermal, nome carinhoso que deu ao gatinho resgatado que, com um simples gesto e sua carinha "estranha", havia conquistado seu coração.

"Quando filhote, ele parecia um pequeno alienígena. Só um alienígena estranho, de olhos grandes e rosto achatado", disse Sarah. "Sinceramente, não tenho certeza se ele é 100% gato. Acho que pode haver algum DNA alienígena flutuando ali."

Veja a carinha de Nermal quando filhote:

Sarah acreditava que, conforme o felino crescesse, sua aparência se tornaria mais comum, mas não foi o que aconteceu. O gatinho foi crescendo, e sua beleza exótica só se acentuava.

Suas orelhas desproporcionais, o focinho de outro mundo e os olhos expressivos carregavam um charme único e misterioso que o tornava ainda mais especial.

"Ele é um completo esquisitinho. Não está nem aí para nada", disse Sarah. "Já rolei em cima dele na cama e ele simplesmente fica lá, ronronando. É o gato mais tranquilo e relaxado que já conheci na vida. E também é o meu esquisitinho."

Mas quem o vê hoje, tão amado e bem cuidado, nem imagina que o pobrezinho veio de uma situação de criação negligente, onde passou os primeiros meses de vida sem o mínimo de cuidado, carinho ou dignidade.

Bom, o passado triste ficou para trás. Hoje, Nermal é um gatinho idoso, cheio de manias, histórias e personalidade. Vive cercado de amor, conforto e todos os cuidados que merece.

"Ele definitivamente é um gato único", disse Sarah. "Compartilhar minha vida com ele tem sido interessante."

E como a maioria dos gatinhos, ele também é travesso!

Acredita que teve uma vez em que Nermal, com toda sua esperteza, conseguiu abrir a gaveta da mesinha de cabeceira, puxou uma caixa de biscoitos de limão e, claro, lambeu todos?

Cada biscoito estava coberto com açúcar de confeiteiro, e nenhum escapou. Quando Sarah percebeu, não havia um único biscoito intacto.

E não é de se admirar que gatos consigam abrir gavetas. Afinal, esses felinos são conhecidos por sua curiosidade natural, e esse tipo de comportamento faz parte de um repertório que, embora pareça incomum para nós, é perfeitamente instintivo e natural para eles.

De acordo com a revista Catster, em um artigo revisado por veterinários, gatos abrem gavetas movidos por instintos de exploração, brincadeira e pela busca de um ambiente enriquecido, especialmente quando estão entediados ou com pouca estimulação física e mental.

Essa curiosidade intensa é um traço herdado de seus ancestrais selvagens, que exploravam buracos, tocas e espaços estreitos não apenas como abrigo, mas também como estratégia de caça e vigilância do ambiente.

Hoje, mesmo domesticados, os gatos mantêm esse comportamento como forma de satisfazer seu instinto natural de descoberta.

Mas, nessa travessura, Nermal não estava sozinho. Sarah acredita que seu outro gato, Marley, também tenha participado da missão.

Enquanto Nermal parece ser o cérebro das traquinagens, Marley é o cúmplice, sempre observando com aquele olhar de quem sabe exatamente o que está acontecendo.

Você pode pensar que gatos idosos são sempre tranquilos, mas alguns, como Nermal, continuam ativos, mesmo que apresentem uma leve queda na energia ou no interesse por brincadeiras mais intensas.

Segundo o Cornell Feline Health Center, à medida que envelhecem, os gatos tendem a dormir mais, ter menos mobilidade e reduzir as atividades físicas. No entanto, isso não significa que se tornam totalmente inativos. Cada gato envelhece de forma única, e muitos continuam brincando, explorando e se relacionando com o ambiente à sua volta.

A Zoetis Petcare, referência em saúde animal, afirma que é possível e importante manter gatos idosos ativos com brinquedos adequados, prateleiras acessíveis, arranhadores e interação constante com seus tutores. Isso ajuda a manter tanto a saúde física quanto mental do animal.

A ASPCA alerta que mais da metade dos gatos entre 11 e 15 anos apresenta sinais de disfunção cognitiva felina, e esse número pode chegar a 80% nos gatos com mais de 16 anos. Essa condição pode causar desorientação, alterações no sono e diminuição de atividade.

Ou seja, embora seja natural que o ritmo desacelere com o tempo, gatos idosos podem sim continuar ativos, curiosos e até travessos, especialmente quando têm uma vida estimulante e cheia de afeto.

“Em termos de saúde, Nermal tem estado bem. Não teve problemas”, disse Sarah. “Ele vai ao veterinário todos os anos, e todos lá o adoram.”

Agora, uma coisa é certa: por mais travesso que Nermal seja, ele é muito amado por sua tutora. Cada traquinagem só reforça o vínculo entre os dois, que construíram, ao longo dos anos, uma relação cheia de afeto e boas risadas.

“Ele é um gato muito dedicado”, contou Sarah. “Tem que dormir bem ao meu lado todas as noites, de preferência meio deitado no meu rosto ou no meu travesseiro.”

E completa:

“Eu não trocaria Nermal por nada no mundo. Ele é insubstituível.”

E o seu pet também é travesso? Se você convive com um bichinho cheio de personalidade, sabe que são essas pequenas aventuras do dia a dia que fazem tudo valer a pena.

Redatora e apresentadora do Canal Amo Meu Pet.

Com formação em Design de Produtos e especialização em Design de Interiores pela Universidade de Passo Fundo, a Ana encontrou sua verdadeira paixão ao unir criatividade, comunicação e o amor pelos animais.

Apaixonada por contar histórias que tocam o coração, ela estudou Escrita Criativa com o escritor Samer Agi e participa do programa JournalismAI Discovery, organizado pela Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres e a Iniciativa de Notícias do Google, buscando se aprofundar no universo digital.

Hoje, dedica-se a produção de conteúdos que informam, emocionam, conscientizam e arrancam sorrisos.