Ao som de 'Tropa de Elite', dupla de huskies coloca gangue dos 'cria' dos caramelos para correr
Por Larissa Soares em Cães
Há algum tempo, os huskies Ryu e Kyra saíram para caminhar com o tutor, mas logo aquele passeio tranquilo se transformou em tensão.
Ao entrarem em uma rua durante a caminhada, deram de cara com um grupo de seis vira-latas — a famosa gangue dos caramelos.
Espalhados pela via, os cães pareciam prontos para defender seu território.
Confiantes, eles avançaram em direção aos huskies, mas só até perceberem quem eram os ‘inimigos’.
Ao som de "Tropa de Elite", a cena se desenrolou como uma comédia canina de ação.
Bastou Ryu e Kyra encararem a ‘gangue’ com tranquilidade e imponência para a tropa dar meia-volta.
“Quando os donos da ‘casa’ mostram quem manda”, dizia a legenda do vídeo compartilhado no Instagram da dupla.
Em pouco tempo, a gravação viralizou e arrancou gargalhadas com os comentários.
“Os caramelos: ué, nunca cheguei nessa parte, corre rapaziada”, escreveu um internauta. “Agora eles sabem como os motoqueiros se sentem”, brincou outro.
“O Bope colocou os ‘cria’ pra correr”, brincou mais um.
Apesar de hilária, essa cena não é tão rara. Basta lembrar de outros vídeos semelhantes que já viralizaram, como dos cães latindo furiosamente um para o outro até o portão abrir:
Ou ainda o confronto entre um golden e um corgi, com uma pequena pausa para matar a sede.
Mas por que isso acontece?
Segundo o VCA Animal Hospitals, o comportamento territorial é algo natural e instintivo para os cães.
Latir para proteger seu espaço é um reflexo genético, muitas vezes reforçado por experiências anteriores.
Isso pode incluir a defesa de território, da casa ou até mesmo de uma calçada que o cão acredita ser sua por direito.
Esse comportamento é também auto-recompensador: quando um estranho se afasta, por exemplo, o cão sente que sua “tática” funcionou.
Isso vale tanto para cães mais tímidos, que latem para manter distância, quanto para aqueles mais ousados, que querem mostrar quem manda, mas sem necessariamente querer confronto físico.
Valentões de portão
Karen B. London, especialista em comportamento canino, explica que muitos cães escolhem não ser agressivos quando têm outra saída.
“Nenhum desses cães quer brigar. Ambos estão mostrando sinais comuns de medo, como a careta de medo — expressão que expõe os dentes, mas que indica mais receio do que ameaça real”, comenta ela em um artigo, sobre o vídeo dos dois pastores.
No caso dos vira-latas, o comportamento lembra o dos "valentões de portão".
Eles caminharam com confiança enquanto havia distância e ilusão de superioridade. Mas ao se aproximarem o suficiente para ver o porte físico dos huskies, a estratégia mudou.
London compara isso à reação de humanos em bares, que fazem ameaças quando estão sendo contidos pelos amigos.
“A barreira física serve como um recurso para salvar a reputação. Eles latem alto, mas não querem realmente ir até o fim”, diz.
Essa situação também ilustra o conceito de agressão fingida, quando o cão está mais interessado em parecer bravo do que em se envolver de fato em uma briga.
“Esses cães podem ser descritos com precisão dizendo que seus latidos são piores do que suas mordidas”, complementa a especialista.
Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.