Caixa de plástico fica exposta ao sol até alguém finalmente perceber que ela não estava vazia
Por Larissa Soares em Proteção Animal
Sob o calor escaldante de quase 38°C em San Antonio, no Texas, Estados Unidos, uma caixa de transporte sem porta, abandonada na calçada, passou despercebida por muitos dos motoristas que circulavam apressados.
Mas alguém, finalmente, resolveu checar seu interior. Dentro dela, imóvel e em silêncio, estava um pequeno cão abandonado.
O alerta anônimo levou o Serviço de Cuidados com Animais da Cidade de San Antonio (SAACS) até o local.

Ao se aproximar da caixa, o agente Garza se deparou com o cachorrinho, depois chamado de Leo, coberto de carrapatos e pulgas, mal se movendo, acompanhando tudo apenas com os olhos.
Foi só quando o policial enfiou a mão para checar os ferimentos, que Leo se mexeu, apenas para se encolher no fundo da caixa.
“Nosso primeiro pensamento foi que talvez ele tivesse sido atropelado”, contou Lisa Norwood, gerente de relações públicas da SAACS, ao The Dodo.

Com todo o cuidado e delicadeza, Garza colocou Leo em seu carro com ar-condicionado e o levou até o centro médico da SAACS.
Lá, o cãozinho foi tratado, vacinado e alimentado, mas não sem dificuldades. Leo recusava comida e se encolhia diante de qualquer tentativa de toque.
“Obviamente, a vida tinha sido cruel. Talvez as pessoas tivessem sido cruéis com ele. Ele era muito, muito tímido e muito medroso”, desabafou Lisa.
Mas tudo mudou quando a organização parceira SNIPSA assumiu os cuidados do cãozinho.
Novo nome, nova vida
“Eles disseram: 'Ok, vamos te dar uma vida nova, amigo. Você vai ter um nome novo'”, contou Lisa.
Batizado de Arroyo, em homenagem ao riacho seco onde foi encontrado, o cãozinho foi para um lar temporário, onde finalmente começou a reagir.
Agora, Arroyo dorme em uma cama macia, cercado por brinquedos, com direito a muito carinho e ar-condicionado.
Em poucos dias, já começou a aceitar petiscos das mãos da ‘mamãe’ temporária e até a buscar por carinho.

E o melhor notícia é que um adotante interessado já entrou com pedido para levá-lo para casa de forma definitiva.
Calor extremo: um risco para cães
A situação vivida por Arroyo destaca um perigo sério: os cães são extremamente vulneráveis ao calor.
De acordo com a veterinária Barri J. Morrison, do PetMD, os cães têm uma capacidade muito limitada de regulação térmica.
Eles suam apenas pelas patas e dependem principalmente do ofegante para se refrescar, o que é ineficiente em climas quentes ou úmidos.
A insolação, por exemplo, acontece quando a temperatura corporal do cão ultrapassa 41°C, e pode ser fatal em poucos minutos.
Segundo a Dra. Morrison, temperaturas externas acima de 27°C já requerem cautela, e a partir de 32°C, o ideal é evitar completamente a exposição prolongada ao ar livre.
Sinais de alerta para o superaquecimento
- Ofegante excessivo
- Gengivas vermelhas ou azuladas
- Fraqueza, confusão, desmaios
- Tremores, vômito, diarreia
- Colapso ou convulsões
Cães mais vulneráveis ao calor
- Raças de focinho curto (como Pug, Bulldog e Shih Tzu)
- Filhotes, idosos e cães com sobrepeso
- Animais com pelagem densa ou de cor escura
- Cães com problemas cardíacos ou respiratórios
Se notar sinais de superaquecimento, o cão deve ser resfriado imediatamente com água fria (nunca gelada), panos úmidos nas axilas, patas e abdômen, e levado ao veterinário o quanto antes.
Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.