Sem saber para onde ir, cachorrinha entra em carro abandonado e espera alguém levá-la para local seguro

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em Aqueça o coração

Em meio ao caos de um ferro-velho improvisado no Havaí, uma cachorrinha pitbull encontrou uma inesperada faísca de esperança.

Sozinha, assustada e debilitada, ela decidiu entrar em um caminhão abandonado como se soubesse que ali, talvez, alguém pudesse encontrá-la e mudar seu destino. E estava certa.

O resgate de Peaches, como passou a ser chamada, comoveu a equipe do Dog Days of Summer Sanctuary e virou símbolo de resiliência e confiança.

A responsável por essa transformação foi Summer Whitmore, fundadora do santuário, que atua no resgate de animais abandonados na ilha.

No dia do encontro, Summer havia chegado ao local para levar comida e tentar conquistar a confiança de alguns cães.

Ao se aproximar de um dos caminhões, notou um rosto novo entre os animais, era a pitbull, olhando com olhos esperançosos.

“Acho que ela sentiu o cheiro de outro cachorro ou viu a comida e a água e decidiu entrar”, contou Summer ao portal The Dodo.

Diferente de tantos outros cães em situações semelhantes, que costumam se mostrar receosos, Peaches estava tranquila, como se compreendesse que a ajuda estava próxima.

Summer, que já levava outros animais no carro, deixou comida e prometeu voltar. Ao retornar, encontrou a cachorra sentada ao lado da estrada, à espera.

“Abri a porta da minha van e ela entrou, me lambeu no rosto, e fomos embora. Disse a ela que aquele era o primeiro dia do resto da sua vida.”

Apesar do comportamento dócil, Peaches estava em péssimas condições de saúde. Após exames, foi diagnosticada com sarna, vermes, pulgas, feridas pelo corpo e apresentava um quadro severo de desnutrição.

Desde então, ela vem recebendo tratamento médico completo e uma dieta especial para ajudá-la a recuperar o peso ideal.

O processo de cura não é apenas físico. Cães em situação de abandono geralmente carregam traumas profundos, e areadaptação pode levar semanas ou até meses.

Mas, surpreendentemente, Peaches demonstrou estar emocionalmente pronta para o novo começo desde o início.

Hoje, já instalada no santuário, ela se mostra totalmente confiante e adaptada. A cada dia, descobre um novo lado da vida canina que antes lhe era negado, como passeios com coleira, brinquedos, abraços e brincadeiras na água.

A rotina inclui enriquecimento ambiental, socialização com outros cães e muito contato humano, essencial para seu equilíbrio emocional.

Esse progresso rápido é visto com entusiasmo por Summer, que acredita que a cadelinha será um verdadeiro presente para a família certa.

Contudo, ela faz um alerta de que o processo de adoção de cães resgatados exige empatia, paciência e comprometimento.

Casos como o de Peaches não são isolados. Em áreas vulneráveis, como esse ferro-velho no Havaí, o abandono de cães é comum e, muitas vezes, invisibilizado.

Organizações como o Dog Days of Summer Sanctuary desempenham um papel crucial no resgate, tratamento e reabilitação de animais, mas o trabalho é intenso, constante e depende fortemente de doações e voluntariado.

Resgates como esse denunciam a urgência de políticas públicas voltadas ao bem-estar animal e a necessidade de uma rede de apoio que envolva cidadãos, ONGs, veterinários e protetores independentes.

Somente com esse esforço conjunto é possível resgatar não só corpos, mas também histórias.

Embora Peaches ainda esteja em tratamento e à espera de um lar definitivo, sua trajetória já é uma vitória. Ela saiu da invisibilidade para se tornar exemplo de força e confiança.

Deixou para trás o medo, o abandono e a dor e, com a ajuda de quem acreditou nela, começou uma nova vida.

Para quem deseja adotar animais como Peaches, o primeiro passo é procurar abrigos e organizações de resgate locais. A adoção responsável salva vidas e transforma não apenas os animais, mas também os lares que os recebem.

Relação entre pets e saúde mental é cada vez mais reconhecida, aponta publicação da Conexão UFRJ

A adoção de animais de estimação tem ganhado novos significados nos últimos anos, especialmente após o período de isolamento social provocado pela pandemia de COVID-19.

Segundo a pesquisa Radar Pet 2021, realizada pela Comissão de Animais de Companhia (Comac) em parceria com o Sindan, 30% dos entrevistados adotaram pets durante a pandemia, sendo que 23% vivenciaram a experiência pela primeira vez.

Essa tendência consolidou o modelo de resgate como prática dominante, substituindo gradualmente a cultura de compra de cães e gatos.

A matéria publicada pela Conexão UFRJ destaca como esse movimento impacta diretamente o bem-estar emocional dos tutores.

A jornalista Ana Carolina Correia, servidora da própria universidade, compartilha como a adoção de dois gatos Ziggy e Estrela foi determinante durante seu tratamento contra transtorno depressivo-ansioso e fibromialgia.

A adoção, aprovada por seus profissionais de saúde, marcou uma virada no processo de reestruturação emocional. “Foi o símbolo da minha melhora”, afirma.

Especialistas também reforçam essa conexão entre animais e saúde mental. Bernard Rangé, professor aposentado do Instituto de Psicologia da UFRJ, explica que o vínculo estabelecido com os pets pode assumir uma função terapêutica.

Para muitos tutores, os animais são percebidos como parte da família tanto que a mesma pesquisa revelou que 31% dos tutores de cães já os consideram como filhos, número que era 24% em 2019.

Entre os donos de gatos, o índice permaneceu em 27%.

Ana Carolina faz questão de destacar que, apesar da forte ligação afetiva, é essencial respeitar a natureza dos animais.

“Eles não são filhos. São seres com necessidades próprias, e não devemos humanizá-los de forma excessiva”, alerta.

Hoje, além de cuidar dos seus gatos, a jornalista atua como voluntária em projetos de apoio à causa animal, como campanhas de castração financiadas por ações de reciclagem, reafirmando o papel transformador que a adoção responsável pode ter tanto na vida dos animais quanto na de quem os acolhe.

Assista ao vídeo abaixo:

Você já adotou um pet que mudou sua vida para melhor? Conta pra gente nos comentários!

Beatriz é jornalista formada pela Universidade de Passo Fundo, com especialização em Escrita Criativa e Editoração pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera. Apaixonada por narrativas envolventes e pelo universo pet, ela também possui certificação em Storytelling para Marketing Digital pela Santander Open Academy, o que complementa sua habilidade de transformar histórias reais em conteúdos informativos e inspiradores. Dedica-se à produção de reportagens que valorizam a convivência ética e afetiva entre humanos e animais de estimação, promovendo empatia, informação de qualidade e o respeito aos animais.