Após término, gato conforta tutora trazendo bichos de pelúcia para ela todos os dias
O felino sabia que a mulher precisava de um ombro amigo.
Por Beatriz Menezes em GatosTodas as noites, pouco antes de dormir, Michelle recebe uma visita especial de Mogli, seu gato preto de pelagem longa.
A Newsweek repercutiu uma história da tutora no Reddit que contou que o felino entra no quarto carregando um bicho de pelúcia na boca.
Às vezes é um tigre de pano, outras vezes uma boneca macia ou um brinquedo grande demais para o tamanho dele.
E não para por aí, ele repete o gesto várias vezes, trazendo até seis itens antes de se aconchegar ao lado da tutora.
O comportamento começou há cerca de cinco semanas, justamente na noite em que Michelle se separou do parceiro.
A mudança na rotina mexeu com a família, mas o gato parece ter percebido o quanto sua tutora estava fragilizada e decidiu agir de forma própria para confortá-la.
Mogli chegou à vida de Michelle seis anos atrás, quando ela o resgatou de um canteiro de obras. Desde então, o felino se tornou um membro essencial da família, convivendo com ela e os filhos.
Até pouco tempo atrás, era conhecido por ser um explorador do quintal, trazendo de presente apenas pinhas encontradas na rua.
Na noite da separação, Michelle ouviu Mogli miar alto. Pensou que ele estivesse chamando pelo outro gato da casa, que havia ido embora com o ex-companheiro. Mas, para sua surpresa, ele entrou no quarto segurando um tigre de pelúcia.
Poucos minutos depois, voltou com outro brinquedo, e depois mais outro, como se quisesse garantir que ela tivesse companhia. A partir daquele dia, a entrega de presentes se tornou um ritual noturno.
Mesmo sendo um gato que passa boa parte do tempo ao ar livre, Mogli volta para casa no fim da tarde e inicia a rotina.
Michelle relata que ele só se deita para dormir depois de completar sua “missão” de oferecer os brinquedos. Além dos presentes, o gato passou a ficar ainda mais próximo fisicamente.
Agora, dorme encostado no ombro ou nas costas de Michelle e a acompanha pela casa. Quando ela está no pátio, ele se senta em uma cadeira ao lado, compartilhando o silêncio e o ar fresco.
“Ele e meus filhos me ajudaram a superar o desgosto. Ser tão completamente amado por um animal é tão curativo”, disse.
Segundo comportamentalistas felinos declararam à Newsweek, esse tipo de atitude pode estar ligado à capacidade dos gatos de perceberem alterações emocionais nos tutores.
Eles identificam mudanças no tom de voz, no ritmo da rotina e na linguagem corporal, adaptando suas ações para oferecer conforto ou atenção extra.
No caso de Mogli, substituir as pinhas por brinquedos macios pode ter sido uma forma de tornar a interação mais agradável para Michelle.

Pesquisas mostram que a convivência com animais de estimação pode reduzir os níveis de estresse, aliviar sintomas de ansiedade e até melhorar a saúde cardiovascular.
Em situações de perda ou separação, a presença constante e o afeto silencioso dos pets podem ajudar a reestabelecer o equilíbrio emocional. Michelle acredita que o comportamento do gato não é apenas instinto, mas um ato de amor.
“Ele sabia que eu não estava bem e se aproximou para ser meu conforto. É como se tivesse assumido o papel de cuidar de mim todas as noites”, afirmou.
Benefícios dos Animais de Estimação para a Saúde Mental, segundo Alejandro Garcia Mingrone
De acordo com o psicólogo Alejandro Garcia Mingrone, formado pela Universidade de Buenos Aires e especialista em psicanálise, conviver com um animal de estimação oferece mais do que companhia e traz benefícios concretos para o equilíbrio emocional e a qualidade de vida.
Entre os principais pontos destacados pelo profissional no portal Psicologia Online estão:
- Redução do estresse: acariciar ou brincar com um animal ajuda a diminuir os níveis de cortisol, hormônio associado ao estresse, enquanto estimula a produção de serotonina, responsável pela sensação de bem-estar. Essa interação promove um ambiente relaxante e sem julgamentos, facilitando o desligamento das preocupações diárias.
- Melhora do humor: ter um animal de estimação estimula a liberação de ocitocina e serotonina, hormônios ligados à felicidade. Além de combater a solidão, eles oferecem rotina e senso de propósito, criando um espaço seguro e emocionalmente acolhedor.
- Suporte emocional: a presença constante de um animal funciona como um pilar de estabilidade em momentos difíceis. O vínculo afetuoso reduz a ansiedade, eleva a produção de endorfinas e reforça sentimentos de pertencimento.
- Facilidade de adaptação às mudanças: animais ajudam a lidar com transições e novos desafios, oferecendo constância e previsibilidade. Essa rotina compartilhada favorece a resiliência e a força emocional diante de situações incertas.
- Combate à solidão: a interação diária com um animal diminui a sensação de isolamento, especialmente em quem mora sozinho. O cuidado constante fortalece o vínculo afetivo e promove propósito, o que melhora significativamente o bem-estar emocional.
Você tem um pet que te faz companhia? Escreve o nome dele nos comentários.