Cachorrinho idoso ganha um lar após sete anos no canil e despedida emociona protetoras e voluntários

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em Proteção Animal

Depois de sete anos vivendo em um canil, com as patas atrofiadas pela falta de espaço para correr, o cão idoso Mickey finalmente ganhou uma família.

No sábado, 16 de agosto, ele deixou o abrigo Amigos dos Animais de Dois Irmãos rumo a uma chácara em Viamão, onde vai viver cercado por outros cães adotados e com espaço para aproveitar seus últimos anos de vida “com estilo”, com sua nova tutora, Mariana Alessia.

A adoção só foi possível graças a uma ação nas redes sociais. Karen Kaefer, voluntária responsável pelo marketing do Instagram do canil, decidiu gravar e publicar um vídeo narrando a vida de Mickey e sua expectativa por um lar.

“Eu nunca imaginei que teria esse alcance o vídeo e que ele teria uma oportunidade de sair do canil depois de tanto anos”, contou Karen em entrevista ao Amo Meu Pet.

O dia da mudança

Moradora de Viamão, cidade a 71 km do abrigo, Mariana marcou a data para buscar Mickey assim que viu a publicação.

“Eles moram numa chácara e têm mais adotados. O Mickey terá um vidão, pelo menos os últimos anos de vida com estilo”, disse Karen, sobre a nova família do cão.

A notícia da adoção foi comemorada por todos os voluntários e protetores.

Sete anos de espera

Quem resgatou Mickey foi Sara Capeletti, ex-voluntária do abrigo. Ela recorda o dia em que encontrou o animal:

“Ele estava na Princesa Isabel, no mato, caído. Ele estava cheio de feridas, cheio de nó, magro, brabo, arisco, apavorado, assustado, que eu e a Teca fomos buscar ele. E eu consegui pegar ele daquele jeitinho, sabe, laçando ele, e a gente trouxe ele para o canil assim, assustado, apavorado. E aí tinha que limpar as feridas dele, tinha que cuidar das feridas dele, cuidar do ouvidinho dele. E ele sempre queria morder, que ele tinha dor, né? E foi bem difícil conquistar ele.”

Sara também lembra que Mickey foi colocado em um canil que na época era gelado e que ficou “muito tempo lá”.

“Eu até tava procurando a foto dele quando nós resgatamos ele… ele já tá lá uns sete anos. Ele deve ter em torno de uns 9, 10 anos, ele devia ter uns dois aninhos quando a gente resgatou.”

O vínculo entre Sara e o cão permaneceu. “Hoje ele ainda é todo querido pro meu lado por causa disso, né? Porque naquela vez eu cuidei dele.”

Realidade do abrigo

Ainda de acordo com as informações repassadas por Karen, o canil municipal de Dois Irmãos existe há 15 anos e é mantido pela prefeitura, mas o repasse financeiro não cobre todas as despesas.

“Hoje temos 140 cães lá esperando uma família. Hoje encontra-se em superlotação porque tem muito mais abandono do que adoção”, explicou.

Histórias como a de Mickey, segundo ela, reforçam a importância de continuar divulgando os animais nas redes sociais para aumentar as chances de adoção.

Um recomeço

Agora, Mickey terá a chance de viver cercado de carinho, liberdade e cuidados. Na chácara de Mariana, ele dividirá o espaço com outros cães adotados e terá acesso a uma vida mais tranquila, depois de anos no canil.

Karen está certa de que a mudança representa um verdadeiro recomeço para o cão que, durante tanto tempo, conheceu apenas a rotina do abrigo.

Confira o momento em que Mickey se despediu do abrigo ao encontrar sua tutora:

Quer ajudar o abrigo?

O canil municipal de Dois Irmãos depende de doações e trabalho voluntário para manter os cuidados dos mais de 100 cães que aguardam por uma família. Quem quiser contribuir pode fazer doações via Pix usando o CNPJ 11.364.009/0001-06.

Beatriz é jornalista formada pela Universidade de Passo Fundo, com especialização em Escrita Criativa e Editoração pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera. Apaixonada por narrativas envolventes e pelo universo pet, ela também possui certificação em Storytelling para Marketing Digital pela Santander Open Academy, o que complementa sua habilidade de transformar histórias reais em conteúdos informativos e inspiradores. Dedica-se à produção de reportagens que valorizam a convivência ética e afetiva entre humanos e animais de estimação, promovendo empatia, informação de qualidade e o respeito aos animais.