Com demência, cachorro labrador de 14 anos toca corações online mostrando sua rotina
Por Beatriz Menezes em Cães
A demência canina, condição comum em pets idosos, tem recebido mais atenção graças a vídeos que mostram a rotina de cães afetados.
Um exemplo recente é Bailey, uma labradora de 14 anos, cuja tutora, Tammie Tuttle, 57, de Kentucky, compartilhou no TikTok @tammieandthedogs como a doença alterou a vida do animal.
A publicação, feita em 6 de julho, viralizou com mais de 805 mil visualizações e 34 mil curtidas, repercutindo na revista Newsweek, que entrevistou Tuttle para entender melhor a realidade de cães idosos com demência.
Segundo a tutora, a ideia de postar os vídeos é aumentar a conscientização sobre a demência canina, também chamada de disfunção cognitiva canina (DCC), e mostrar como ela afeta a rotina dos animais e de suas famílias.
Como a demência alterou a rotina de Bailey
Bailey sempre foi uma cadela dócil, mas não muito energética. Ainda assim, quando jovem, adorava perseguir brinquedos e cavar buracos na propriedade rural da família.
Hoje, com a idade e a demência, ela vive um estilo de vida muito mais lento, explicou Tammie à Newsweek.
“Vivemos no campo, e ela costumava correr e vagar por nossa propriedade com meu marido ou comigo apenas assistindo. Esse não é mais o caso”, disse a tutora.
A mulher também detalhou que precisam guiar Bailey constantemente, mesmo em pequenas tarefas:
“Se colocarmos um pedaço de pau na frente dela, ela se ilumina e o agarra. A hora de dormir também se tornou uma rotina, pois temos que garantir que ela esteja na cama antes de irmos para a nossa”.
O vídeo publicado mostra Bailey tirando sonecas pela manhã, andando sem rumo à tarde e, por vezes, vagando por diferentes cômodos como se estivesse procurando algo.
Tammie observa que isso acontece principalmente algumas horas todas as tardes, e que andar em círculos ou de um lado para o outro à noite também faz parte de sua rotina.
Sintomas observados e estratégias de cuidado
Especialistas do PetMD indicam que cães com demência podem apresentar:
- latidos ou uivos sem motivo aparente;
- ansiedade e irritabilidade;
- esquecimento de truques ou comandos;
- desorientação dentro de casa;
- alterações no sono.
A tutora conta que a labradora fica mais sensível a barulhos, como tempestades, crianças brincando ou até interações com os outros cães da família, o que pode aumentar a inquietação e a respiração ofegante.
Para ajudá-la, a família mantém uma rotina estruturada, incluindo alimentação, passeios e momentos de relaxamento. Em situações de estresse, Tammie faz massagens, carinhos e até canta para Bailey, ajudando a acalmar a cadela.
Ciência da demência canina
A disfunção cognitiva canina está ligada ao acúmulo da proteína beta-amilóide, que forma placas no cérebro e prejudica a comunicação entre as células nervosas. Isso interfere na memória, no aprendizado e na percepção espacial do animal.
Embora não haja cura, modificações no ambiente podem reduzir os efeitos da doença, como:
- luzes noturnas para reduzir a confusão;
- limitar o espaço do animal;
- manter uma programação regular de atividades e alimentação;
- estimular movimentos e passeios leves durante o dia.
Assista abaixo:
O vídeo de Bailey despertou forte empatia, com muitos tutores de cães idosos compartilhando experiências semelhantes. A tutora afirmou à Newsweek que o amor e o apoio foram avassaladores.
“Recebi uma grande quantidade de comentários de pessoas que estão passando pela mesma coisa com seus cães sêniores. A comunidade é absolutamente incrível”, disse.
Ela planeja continuar postando vídeos para aumentar a conscientização e ajudar outros tutores a lidar com a demência canina, mostrando que, apesar das limitações, os cães ainda podem receber carinho e viver com dignidade.