Após dono falecer, cachorro husky é esquecido em casa e estava sem esperanças de ser salvos

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em Proteção Animal

Na semana passada, a protetora de animais Jullya Firmiano, fundadora do projeto Me Adota Aí (@me_adotaai), recebeu uma denúncia que partiu corações.

Uma jovem, ao olhar pela janela de sua casa em São Paulo, percebeu que uma cadela da raça Husky Siberiano estava completamente negligenciada.

O tutor havia falecido e, desde então, o animal foi simplesmente deixado de lado pela própria família.

A cadela estava presa em uma varanda minúscula, sem cama, sem proteção e com apenas uma vasilha de água.

Segundo a moradora que fez a denúncia, ela estava nessa situação há três semanas. Sempre no mesmo canto, cabisbaixa, quieta, como se tivesse perdido qualquer esperança.

Jullya compartilhou a situação em seu Instagram, relatando:

“Seu dono morreu há 3 semanas e a família, mesmo morando na casa, não se importa mais com ela…”

A publicação gerou uma onda de indignação. Nos comentários, centenas de pessoas se mobilizaram, oferecendo apoio para que o resgate fosse possível.

O resgate

Com a chegada da família à residência, Jullya e sua equipe entraram para resgatar a cadela, que foi batizada de Jenna.

No instante em que viu sua salvadora, Jenna não conseguiu esconder a alegria. Ela abanava o rabo sem parar, rodopiava e parecia até sorrir.

“Na cabeça da Jenna: ‘Eu sabia que você vinha me buscar, sabia que ia me salvar’”, comentou uma internauta emocionada ao assistir ao vídeo do resgate.

Jenna finalmente saiu da varanda onde tinha sido esquecida. Ao tocar o chão da rua, pulava e tentava correr, como quem comemora a liberdade.

Apesar de estar imunda, infestada de pulgas, até mesmo dentro das orelhas, e com um dos olhos lacrimejando, Jenna só demonstrava gratidão e alegria.

No dia seguinte, tomou um banho merecido, passou pelo veterinário e começou a viver dias de muito mais dignidade e carinho no lar temporário da protetora.

Assim que estiver recuperada, vacinada e castrada, Jenna será disponibilizada para adoção, com uma condição: só irá para famílias que tenham quintal, espaço e tempo para brincar.

Por que espaço é tão importante para um Husky

Além de todo o sofrimento que Jenna passou, permanecer em uma varanda minúscula também foi uma violência contra sua própria natureza.

De acordo com o American Kennel Club (AKC), o Husky Siberiano é uma raça cheia de energia, atlética, inteligente e criada para correr longas distâncias em regiões geladas puxando trenós.

São cães que precisam de muito exercício diário e de espaço seguro para se movimentar.

Extrovertidos, leais e até um pouco travessos, os Huskies não são a raça ideal para qualquer pessoa. Eles adoram correr e têm grande habilidade para escapar de cercados.

Apesar de incrivelmente bonitos e amigáveis, precisam de donos que entendam sua necessidade de movimento constante e estímulos.

O AKC reforça que esses cães não são feitos para ficarem confinados ou sozinhos por longos períodos. O exercício não é apenas físico, mas também mental: um Husky ativo é um Husky feliz.

Por isso, atividades como caminhadas longas, brincadeiras e até corridas são altamente recomendadas.

A falta de espaço e interação social pode causar apatia, tristeza e até problemas de comportamento.

Repercussão

O vídeo do resgate foi visto por milhares de pessoas e emocionou a internet. Muitos seguidores elogiaram a coragem e a dedicação de Jullya:

“Uma pessoa boa fazendo coisas boas: vida longa e feliz!”
“Jullya é um anjo! Merece todo reconhecimento e sucesso por fazer esse trabalho maravilhoso.”
“Deus, ela toda felizinha quando saiu pra rua na coleira. Como as pessoas conseguem fazer mal pra um ser desse?”

Quando estiver pronta para adoção, Jenna terá uma nova chance de viver como um Husky deve viver: com espaço para correr, brincar, gastar energia e ser amada como merece.

Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.