Moça que devolveu cães para protetora pede que ela explique o que filhotes 'aprontaram' e situação só piora

Em março, Carol Midori, protetora de animais em Cabo Frio (RJ), saía de uma noite de oração quando se deparou com quatro cãezinhos amontoados em uma área de mata.

Sozinhos, famintos e indefesos, eles precisavam urgentemente de ajuda.

Sem pensar duas vezes, ela os recolheu e iniciou a missão de alimentar, cuidar, dar carinho e buscar famílias adotivas.

Início de um sonho…

Com aqueles rostinhos fofos, não demorou muito para que os primeiros filhotes encontrassem lares.

O filhote pretinho foi adotado logo no início. Depois, uma fêmea. Mais tarde, um casalzinho seguiu junto para outra casa.

Tudo caminhava bem. Até eles revelarem suas personalidades.

Filhotes devolvidos

Em 30 de maio, a protetora atualizou os seguidores, anunciando que os “pentelhinhos” estavam disponíveis para adoção novamente.

“Foram devolvidos. Por quê? Acabaram com a casa da mulher”, disse, com ambos no colo.

Mas, diferente de muitos relatos de protetores que contam sobre devoluções, Carol não parecia revoltada. Ela até soltou até uma recomendação curiosa:

“Eles juntos, realmente, é pra botar a casa abaixo… Então recomendo adotar separado.”

Como era de se esperar, muitas pessoas ficaram revoltadas com a devolução e até pediram para que a dupla continuasse unida.

Então ela voltou para explicar melhor a situação.

“A intenção não é expor ninguém. Até porque infelizmente acontece do animal não se adaptar.”

Mas não era só isso. Quando Carol comentou que eles “acabaram com a casa”, ela não estava exagerando.

Em nome da transparência (e a pedidos da moça), ela decidiu ler a lista completa dos prejuízos em vídeo.

A dupla dinâmica roeu desde o colete à prova de balas e o coturno do esposo dela, até a máquina de lavar e o ar condicionado, somando mais de 3 mil reais em prejuízos.

“Racha minha cara. Não tem como defender”, disse a protetora.

O vídeo viralizou, com mais de 526,9 mil visualizações e 89,7 mil curtidas no TikTok. Os internautas morreram de rir do comportamento dos irmãos enquanto ela lia a lista.

“Eles tentando calar ela kkkkkkkkkkk”, comentou uma pessoa. “Eles sabem que são culpados hahahahah”, acrescentou outra.

Já outros defenderam os filhotes:

“Mas tem que ouvir o pronunciamento deles também né”, brincou uma pessoa.

"Prefiro ter esse prejuízo pelo resto da minha vida do que viver sem eles", disse outra pessoa.

Muitos também compartilharam seus próprios relatos:

“Eu tive 4 mil de prejuízo com a minha, comprei tudo de novo parcelado nas Casas Bahia e botei ela numa creche.”

“A minha também deu prejuízo kkkk depois dos estragos foi rebatizada como ‘Tekila Furacão’.”

“O meu já é adulto e arrancou o para-choque do meu carro.”

Mal de família?

Cerca de um mês depois, Carol voltou com mais uma devolução: outra cadelinha da mesma ninhada havia sido entregue de volta porque fazia muita bagunça.

Não chegou ao nível dos irmãos, mas ainda assim deu trabalho.

Carol, então, fez questão de deixar claro:

“Quem quer adotar filhote, em geral, eles são muito arteiros. São bagunceiros. Ela tem essa carinha de boazinha, mas é muito sem-vergonha. As pessoas esperam que vai ser um ursinho de pelúcia, mas não é bem assim.”

Filhotes não são pra todos

Filhotes, no geral, têm energia de sobra, curiosidade sem limites e nenhum senso de “o que pode e o que não pode”.

Mastigar móveis, sapatos e até eletrodomésticos muitas vezes é apenas a forma que encontram de explorar o mundo.

A médica veterinária Jeannine Berger, que estuda comportamento animal, explica em um artigo no PetMD que cães podem mastigar ou arranhar por diferentes razões:

• Brincadeira e curiosidade: querem explorar o ambiente.

• Troca de dentes: o incômodo da dentição os leva a roer objetos.

• Tédio: sem estímulos suficientes, transformam qualquer coisa em passatempo.

• Ansiedade: podem destruir objetos quando ficam sozinhos ou estressados.

Filhotes destruidores não são “maus”, eles só têm necessidades que precisam ser canalizadas da forma certa.

Como salvar sua casa (e sua sanidade)

O PetMD lista algumas estratégias para evitar que o comportamento destrutivo acabe em prejuízo no cartão de crédito:

• Ofereça enriquecimento: brinquedos que liberam petiscos, mordedores e jogos de quebra-cabeça ajudam a ocupar corpo e mente. E você pode até improvisar com caixas de papelão e garrafas pet.

• Exercício físico: passeios curtos e frequentes queimam energia acumulada. Quanto mais cansado o cão, menos tempo para destruir.

• Treinamento positivo: recompense comportamentos adequados, como roer um brinquedo, em vez de punir os erros. A bronca pode gerar mais ansiedade.

• Controle do ambiente: mantenha objetos de valor fora do alcance e limite o espaço do filhote quando estiver sozinho.

• Ajuda profissional: se a destruição parecer ligada a ansiedade ou medo, um veterinário ou adestrador pode orientar melhor.

Ah, e vale lembrar: nunca castigue fisicamente seu cão. Além de ser ineficaz, isso pode prejudicar o vínculo entre tutor e pet.

Adote um idoso

Filhotes são encantadores e fofos, mas demandam muita paciência. Se você deseja adotar um cão, mas está em dúvida se tem energia para encarar um furacão de quatro patas, adotar um cão mais velho pode ser o ideal.

Eles também precisam de cuidados e atenção, mas costumam ser mais calmos, dormem mais e já têm a personalidade definida. Além disso, muitas vezes, são os mais ignorados em abrigos.

Já se você sonha em ter um filhote, esteja preparado: paciência, tempo e disposição são essenciais.

Acompanhe Carol no TikTok: @carolmidoriprotetora.