Cachorrinho que vivia assustado chora de emoção ao abraçar protetora e descobrir que existem pessoas boas

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em Aqueça o coração

Um cachorro que vivia assustado e desconfiado foi flagrado chorando de emoção ao receber carinho da protetora responsável por salvá-lo.

O vídeo, publicado pela ONG SOS 4 Patas Paraná em 12 de agosto de 2024, já ultrapassou 7,4 milhões de visualizações

A cena ganhou grande repercussão porque expõe a dor silenciosa de milhares de cães em situação de risco.

No caso de Curitiba, a história começou com uma denúncia registrada na delegacia de meio ambiente.

A ONG foi acionada para verificar o local e encontrou o animal visivelmente debilitado.

Embora estivesse de pé e sem ferimentos aparentes, estava magro, assustado e com sinais claros de negligência.

No vídeo, a protetora aparece tentando confortá-lo com palavras suaves. “Você está com fome, está tudo bem”, disse ao se aproximar.

O cachorro tremia e hesitava em aceitar contato humano, mas pouco a pouco se deixou abraçar.

Foi nesse momento que chorou, como se compreendesse que estava a salvo. A reação emocionou até mesmo os presentes.

Segundo informações da ONG, ninguém foi encontrado na residência durante o resgate. Ainda assim, a denúncia iria prosseguir em investigação e os responsáveis intimados.

Depois de ser retirado do local, o cachorro foi levado a uma clínica veterinária para exames. Os profissionais constataram que, apesar do medo, ele estava fisicamente bem e poderia iniciar a recuperação.

Na clínica, o comportamento mudou. Ao ver novamente a protetora, abanou o rabo e demonstrou os primeiros sinais de confiança.

Como estava magro e em um ambiente novo, recebeu uma roupinha para se aquecer e se sentir mais confortável.

A publicação da ONG ressaltou que a postura do animal indicava histórico de violência.

“Com certeza esse cachorro apanhava muito”, dizia a legenda.

O post viralizou rapidamente e mobilizou milhares de internautas, que se solidarizaram com a história.

Nos comentários, pessoas de diferentes regiões do país compartilharam sentimentos de revolta e empatia.

“Quase chorei. Se eu trabalhasse em resgate de animais, ia chorar todos os dias”, escreveu uma usuária.
Outra questionou: “Como alguém pode fazer mal a um bicho que não faz mal a ninguém? É inacreditável tanta crueldade”.

Assista abaixo:

Alguns tutores também relataram experiências com cães traumatizados pela violência, destacando como o cuidado constante é fundamental para que eles recuperem a confiança.

O caso reforça a relevância do trabalho de organizações de proteção animal. A SOS 4 Patas Paraná já contabiliza milhares de resgates ao longo de sua trajetória, lidando com abandono, negligência, desnutrição e violência.

Cada história representa não apenas uma chance de sobrevivência, mas também a oportunidade de reconstruir laços de confiança entre humanos e animais.

Cães vítimas de maus-tratos podem desenvolver traumas profundos, refletidos em medo, agressividade ou apatia.

No entanto, com paciência, carinho e respeito, é possível reverter parte desses danos.

A reação do cachorro resgatado em Curitiba é exemplo disso: bastaram alguns minutos de afeto para que ele começasse a acreditar que não corria mais perigo.

Ao final do vídeo, a protetora fez uma promessa: ele nunca mais seria machucado.

Embora a legislação brasileira já preveja punição para crimes contra animais, organizações de proteção mostram que ainda há falhas na fiscalização e na aplicação das penalidades.

Enquanto isso, ONGs como a SOS 4 Patas Paraná seguem desempenhando um papel essencial. Além do resgate, elas atuam na conscientização e no incentivo à adoção responsável.

Como ajudar um cachorro que sofreu maus-tratos a confiar novamente

De acordo com a Veggie Animals entender como ganhar a confiança de um cachorro vítima de maus-tratos começa pela observação.

Mais importante do que tentar descobrir todos os detalhes do passado, o foco deve estar em compreender as consequências do trauma e agir de forma positiva para modificar suas emoções.

Um cão maltratado pode ter vivido situações intensas de medo, estresse e frustração. Entre os sinais mais comuns estão:

  • Insegurança e medo: esconder-se com frequência, recusar objetos como vassouras ou assustar-se com movimentos bruscos.
  • Reatividade ou agressividade sem causa aparente: tentar morder ao receber carinho, latir de forma excessiva ou fugir diante do contato humano.
  • Apatia e tristeza: ausência de vínculo afetivo, dificuldade em criar laços e comportamento distante.

Diante desse cenário, a recomendação é que o primeiro passo seja garantir que o animal não tenha dores ou sequelas físicas, com avaliação veterinária.

Depois, é essencial oferecer um espaço onde ele se sinta seguro, longe de estímulos exagerados, até que consiga relaxar.

1. Criar um espaço de conforto e segurança

O cachorro precisa ter acesso constante a água, alimento e um ambiente tranquilo.

Não é indicado forçar contato imediato, apresentar muitas pessoas ou expor o animal a outros cães logo no início.

A evolução dependerá do tempo e da disposição de cada indivíduo.

2. Incentivar aproximações progressivas

A confiança é construída aos poucos. Nos primeiros dias, deixe que o cachorro seja o responsável pela aproximação.

Sempre que ele tomar a iniciativa, o tutor pode recompensar com petiscos ou palavras positivas.

O objetivo é associar a presença humana a experiências agradáveis. Se houver sinais de bloqueio, fuga ou agressividade, o ideal é buscar auxílio profissional, já que técnicas específicas podem ser necessárias.

3. Construir o vínculo de forma gradual

O processo de socialização deve ser acompanhado com paciência. Palavras de incentivo, petiscos e gestos de carinho ajudam a reforçar os comportamentos desejados.

Manipulações físicas, como toques e carícias, precisam ser sutis e suaves, já que muitos cães podem ter má associação com o contato humano.

Segundo o educador canino Javier Ruiz da Dog Ventura, a chave é transformar cada interação em uma experiência positiva.

Com o tempo, a repetição de ações consistentes e afetuosas permite que o cachorro deixe para trás os traumas e passe a confiar novamente.

Beatriz é jornalista formada pela Universidade de Passo Fundo, com especialização em Escrita Criativa e Editoração pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera. Apaixonada por narrativas envolventes e pelo universo pet, ela também possui certificação em Storytelling para Marketing Digital pela Santander Open Academy, o que complementa sua habilidade de transformar histórias reais em conteúdos informativos e inspiradores. Dedica-se à produção de reportagens que valorizam a convivência ética e afetiva entre humanos e animais de estimação, promovendo empatia, informação de qualidade e o respeito aos animais.