Achavam que cão gigante era 'malvado' mas ele se revela o ser mais gentil ao receber uma chance

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em Proteção Animal

À primeira vista, Beau até parecia assustador. Um cão enorme, musculoso, desconfiado e com fama de “agressivo”.

Mas bastou uma chance, um toque de afeto e um pouco de tempo para o mundo descobrir que aquele “cão perigoso” era, na verdade, um grandalhão sensível que só precisava de amor.

Foi o que aconteceu quando Tony, morador de San Diego, EUA, decidiu abrir as portas de casa para ele, mesmo acreditando que seria apenas um lar temporário.

“Diziam que ele era agressivo. As pessoas morriam de medo dele. Quando o trouxeram, ele veio dentro de uma caixa de transporte, levantado como se fosse um leão”, contou Tony ao canal GeoBeats Animals.

Mas assim que o libertou da caixa, Beau correu em sua direção. Ele estava nervoso, mas cheio de vontade de agradar.

“Logo começou a me lamber. Era, na verdade, um grandalhão cheio de carinho. Ficou claro desde o início que ele estava apenas assustado.”

Uma corrida contra o tempo

Antes disso, Beau havia sido abandonado em um terreno baldio. A ONG The Animal Pad Dog Rescue, que atua na região, acredita que ele tenha sido usado como cão reprodutor e descartado quando não servia mais.

O problema é que, por causa do tamanho e do medo que demonstrava, Beau acabou rotulado como “cão agressivo” e incluído na temida lista de eutanásia.

“Ele entrou na lista e tinha 48 horas para ser salvo. Foi preciso um verdadeiro mutirão para resgatá-lo”, lembrou Tony.

Voluntários da The Animal Pad se mobilizaram em questão de horas. Eles acharam transporte, motorista e até uma caixa grande o suficiente para acomodar o grandalhão.

“Foi tudo muito corrido. Acho que perdemos o prazo por uns 30 minutos, mas eles esperaram por nós. Ainda bem. Quando o trouxemos para casa, ele já começou a relaxar.”

E, aos poucos, o que era medo virou confiança. O cão que antes parecia bravo, agora pedia carinho, abanava o rabo e seguia Tony por todos os lados.

Um coração gigante

Apesar do tamanho impressionante — “a cabeça dele é maior que a minha”, brinca o tutor —, Beau se revelou um doce.

Ele se adaptou rapidamente à rotina da casa e se deu bem com os outros cães resgatados que já viviam ali.

Tony conta que, quando começou a pensar em devolvê-lo para adoção, percebeu que já era tarde demais:

“Eu já suspeitava que esse lar temporário seria um fracasso, no melhor sentido. Ele é só um bebezão grandão.”

Mas o que mais surpreendeu o tutor foi o instinto protetor que Beau demonstrou com as galinhas e os patos do quintal.

“Ele tem um comportamento de pastor. Quando ouve um piado ou um barulho estranho, vai verificar se está tudo bem. É gentil, cuidadoso. Parece que agora ele quer proteger o que antes não teve: segurança.”

Hoje, Beau vive oficialmente com Tony, feliz, amado e completamente integrado à família. E, embora ainda impressione quem o vê pela primeira vez, basta alguns segundos para que o medo dê lugar à ternura.

“Antes de conhecê-lo, eu estava apavorado. Pensei: ‘No que é que me meti?’. Mas eu precisava dar uma chance a ele. E quando chegou… foi maravilhoso. Ele é apenas um grande bebê.”

Veja o vídeo:

A dura realidade dos cães nos abrigos dos EUA

A história de Beau é inspiradora, mas também revela uma realidade triste nos Estados Unidos.

Os abrigos públicos são obrigados por lei a aceitar qualquer animal que chegue até eles. O problema é que o número de cães e gatos é muito maior do que o de lares disponíveis. Por isso, muitos animais, principalmente os rotulados como 'difíceis' de serem adotados, são encaminhados para a eutanásia.

De acordo com o banco de dados Shelter Animals Count, em 2024, 5,8 milhões de animais entraram em abrigos americanos. Desses, 4,1 milhões foram adotados, mas 607 mil foram sacrificados.

A boa notícia é que esse número vem diminuindo, graças à atuação de organizações como a The Animal Pad, que lutam para salvar vidas.

Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.