Cão yorkshire com o rosto coberto de pelos que vivia procurando comida nas ruas é salvo e mostra seu lindo rostinho

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em Proteção Animal

Um pequeno cão da raça Yorkshire terrier, que por anos viveu em condição de abandono nas ruas do Brooklyn, em Nova York (EUA), teve sua vida transformada graças à compaixão de vizinhos e ao trabalho de uma organização de resgate.

O animal, que mal conseguia enxergar através de uma densa camada de pelos emaranhados sobre o rosto, passou por uma recuperação notável e hoje aguarda por um lar definitivo.

A história, originalmente reportada pelo portal The Dodo, revela a resiliência de um cão que aprendeu a confiar nos humanos novamente.

Durante quase dois anos, a rotina de Mickey, como foi batizado posteriormente, era uma luta diária pela sobrevivência. Moradores da região observavam o pequeno cão revirar sacos de lixo em busca de algo para comer.

Seu proprietário raramente o permitia entrar em casa, forçando-o a enfrentar os perigos das ruas. A aparência do animal era chocante.

Seus pelos, longos e sem cuidados, formavam nós duros e compactos que cobriam todo o seu corpo, dificultando seus movimentos e escondendo completamente seus olhos.

A situação precária do Yorkshire chamou a atenção de um vizinho que, após meses de observação e preocupação ao vê-lo desviar-se de carros em movimento, decidiu que precisava intervir.

O morador contatou a AMA Animal Rescue (AMA), uma organização local dedicada ao resgate de animais em situação de risco, e pediu ajuda. A equipe de resgate encontrou um desafio imediato.

O cão, marcado pelo abandono e pelo medo, não deixava que se aproximassem dele. Mariya Vlasova, membro do conselho e diretora de cuidados veterinários da AMA, descreveu o comportamento inicial do animal como defensivo. Ele era arredio e reativo.

Qualquer tentativa de aproximação resultava em rosnados e tentativas de mordida. A equipe da AMA entendeu que precisaria de uma abordagem cuidadosa e paciente para conquistar sua confiança.

Foram necessárias várias visitas ao local. Os voluntários usaram petiscos, como salsichas, e uma postura calma para mostrar que não representavam uma ameaça.

Aos poucos, a estratégia funcionou, e finalmente conseguiram resgatar o pequeno cão.

A primeira parada de Mickey foi uma clínica veterinária. O exame inicial confirmou o que sua aparência sugeria: um quadro severo de negligência. Mariya explicou que o pelo estava extremamente emaranhado.

“Os yorkies... precisam ser escovados com frequência, mas ele não parecia ter sido escovado há anos. Ele tinha uma infecção ocular, e os pelos tinham crescido sobre seus olhos, emaranhados com secreção, então percebemos que ele nem conseguia enxergar.", contou a protetora.

A avaliação da equipe veterinária indicou que Mickey, com cerca de 13 anos na época, havia passado a maior parte de sua vida ao ar livre, desamparado.

Com as evidências do abandono, a equipe da AMA procurou o proprietário do cão e solicitou que ele entregasse a guarda do animal.

Após alguma relutância, o dono concordou, permitindo que Mickey iniciasse oficialmente seu caminho para uma nova vida. O procedimento de tosa e cuidados médicos precisou ser realizado com o cão sedado.

Enquanto o veterinário trabalhava para remover os nós de pelo, uma transformação acontecia. Por baixo da sujeira e do emaranhado, um novo cachorro começou a surgir.

Quando Mickey acordou, ele já não era o mesmo. Livre dos pelos que o aprisionavam, sua visão estava finalmente desobstruída. Ele podia ver o mundo e as pessoas que estavam ali para ajudá-lo.

Apesar de ainda se mostrar um pouco temperamental, era evidente que um grande peso, literal e figurativo, havia sido retirado de suas costas.

Ele tinha diante de si uma equipe inteira dedicada a lhe oferecer o carinho e a segurança que ele nunca havia conhecido.

O processo de reabilitação, contudo, foi longo. Mickey viveu no abrigo da AMA por um ano inteiro.

Durante esse período, ele precisou reaprender a interagir com humanos e a confiar neles. Foi um trabalho que exigiu tempo e paciência por parte de todos os envolvidos.

Aos poucos, o cão medroso e reativo começou a se acalmar. O medo constante deu lugar à curiosidade e, eventualmente, à diversão. Ele começou a entender que estava seguro.

Após uma busca extensa, a organização encontrou para ele um lar temporário ideal. A nova tutora estava disposta a oferecer os cuidados extras necessários para sua socialização completa.

Há quase um ano com ela, a mudança de Mickey foi radical. Maryia conta que ele se tornou um cão completamente diferente.

“Com o atual lar temporário… ele mudou completamente”, disse Vlasova. “Ele permite que ela faça qualquer coisa… lave-o, pegue-o no colo, até toque seu rosto. Tudo o que ele precisava era de tempo e paciência para se sentir seguro.”, acrescentou.

Hoje, aos 15 anos, Mickey desfruta de uma vida de conforto. Ele dorme em uma cama macia todas as noites, gosta da companhia de outros cães pequenos e desenvolveu um hábito curioso: ele parece adorar se olhar no espelho.

A equipe da AMA brinca que, por ter passado tanto tempo sem poder ver, agora ele não se cansa de admirar seu próprio reflexo.

Mickey está disponível para adoção, mas sua futura família precisa entender que ele é um animal especial que necessita de tempo para se adaptar.

A organização ressalta que com gentileza e paciência, ele se revela um companheiro extremamente amoroso.

Beatriz é jornalista formada pela Universidade de Passo Fundo, com especialização em Escrita Criativa e Editoração pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera. Apaixonada por narrativas envolventes e pelo universo pet, ela também possui certificação em Storytelling para Marketing Digital pela Santander Open Academy, o que complementa sua habilidade de transformar histórias reais em conteúdos informativos e inspiradores. Dedica-se à produção de reportagens que valorizam a convivência ética e afetiva entre humanos e animais de estimação, promovendo empatia, informação de qualidade e o respeito aos animais.