Nova funcionária de abrigo de animais fica triste e surpresa ao abrir caixa misteriosa deixada na porta
Por Beatriz Menezes em Proteção Animal
Uma nova funcionária do Central Arkansas Rescue Effort for Animals (CARE) iniciou seu turno neste mês com uma descoberta inesperada e desoladora.
Antes que o abrigo abrisse oficialmente suas portas, ela encontrou uma caixa de papelão selada na entrada. Uma etiqueta escrita à mão revelava o conteúdo "6 filhotes... Cerca de 2 meses". O incidente, aconteceu em Arkansas, nos Estados Unidos,
A manhã de trabalho, que deveria seguir a rotina de cuidados e preparação do abrigo, transformou-se em uma operação de resgate emergencial. A funcionária, por ser a primeira a chegar ao local, notou o objeto estranho deixado de forma anônima.
A surpresa inicial rapidamente deu lugar à preocupação. A diretora executiva da CARE, Alexandra Mounger, comentou a reação da colaboradora.
“Esta foi a primeira vez que ela viu animais abandonados em nossa propriedade, então isso a pegou desprevenida”, contou ao The Dodo.
A solidão do momento foi breve. Alexandra e a coordenadora do programa chegaram logo em seguida, prestando o apoio necessário.
A equipe moveu a caixa para dentro das instalações do abrigo com urgência. A fita adesiva que a vedava foi retirada com cautela, em meio à apreensão sobre o estado dos animais lá dentro.
Ao abrirem as abas, a equipe confirmou a informação da etiqueta. Seis pequenos filhotes estavam amontoados, buscando calor e conforto mútuo sobre um único pedaço de pano sujo.
A caixa, escura e sem ventilação adequada, não continha água ou comida. Os animais estavam visivelmente assustados com a provação.
A prioridade imediata da equipe do CARE foi estabilizar os recém-chegados. Os filhotes foram prontamente transferidos da caixa para canis limpos e seguros, onde receberam água fresca e alimentação adequada para sua idade.
O protocolo inicial focou em amenizar o trauma evidente que os animais demonstravam. Mounger descreveu o estado delicado do grupo no momento da chegada.
“Quase todos eram tímidos e tinham uma reação de congelamento quando os pegávamos para movê-los ou limpá-los”.
O comportamento dos cães indicava o medo extremo vivenciado. Eles se encolhiam nos cantos dos canis, uma reação comum em animais que passaram por confinamento súbito e uma separação traumática da mãe.
A equipe trabalhou com paciência e cuidado para garantir que os filhotes entendessem que estavam, enfim, em segurança.
O abrigo CARE, segundo sua diretora, não foi estruturado para abrigar animais por longos períodos, especialmente uma ninhada inteira de forma inesperada. A chegada dos seis filhotes exigiu uma reorganização rápida do espaço.
“Segundo a Lei Estadual do Arkansas, o abandono de animais é considerado crueldade contra animais. Se tivéssemos fechado o local inesperadamente, esses filhotes poderiam ter morrido de desidratação ou sufocamento sob o sol quente. Felizmente, nossas câmeras de segurança capturaram uma visão clara do veículo e da placa, e estamos analisando a melhor maneira de lidar com essas informações.”, diz a legenda da publicação no Instagram.
Os funcionários precisaram adaptar uma área específica, criando um cercado seguro onde o grupo pudesse se movimentar, brincar e interagir.
Foi nesse novo ambiente protegido que a verdadeira transformação dos animais começou.
À medida que o medo e a timidez diminuíam, as personalidades individuais de cada filhote começaram a aparecer. A equipe decidiu nomear a ninhada com referências da popular saga "Star Wars".
Os filhotes foram batizados de Luke, Han, Finn, Kylo, Leia e Rey. A escolha dos nomes marcou o início simbólico de suas novas vidas. A letargia causada pelo medo deu lugar à curiosidade e à energia típicas da idade. Mounger observou a mudança comportamental, destacando algumas das novas estrelas do abrigo.
“Luke é de longe o mais barulhento quando as coisas não estão indo do jeito dele”.
A diretora também mencionou que Finn, inicialmente o mais quieto e comportado do grupo, logo se juntou às travessuras de Luke durante os períodos de brincadeira, embora ainda buscasse o contato próximo dos irmãos na hora das sonecas.
Este resgate específico, embora tenha tido um desfecho positivo para os filhotes, é um sintoma de um problema muito maior enfrentado pelo CARE e por abrigos em todo o país.
Alexandra Mounger utilizou esta história como uma oportunidade para alertar a comunidade sobre a pressão que as organizações de resgate de animais estão sofrendo atualmente.
A equipe do CARE, embora dedicada, fica sobrecarregada. Cada animal que chega precisa de espaço, avaliação veterinária, vacinas, alimentação, socialização e, eventualmente, um lar.
Quando os abrigos operam no limite de sua capacidade, a habilidade de responder a emergências, como seis filhotes deixados em uma caixa na porta, fica severamente comprometida.
O acolhimento temporário é especialmente crítico para cães de grande porte, que costumam esperar mais tempo pela adoção definitiva.
A conscientização sobre a posse responsável é fundamental para reduzir o número de animais que precisam de resgate.
O futuro imediato dos "filhotes Star Wars" é promissor. Atualmente, todos os seis cães, Luke, Han, Finn, Kylo, Leia e Rey, estão seguros e recebendo cuidados individualizados em lares adotivos temporários.
Nesses ambientes familiares, eles continuarão a aprender a confiar nos humanos, a socializar adequadamente com outros animais e a crescer saudáveis.
Eles permanecerão sob a tutela do CARE até terem idade suficiente e condições de saúde para serem colocados para adoção permanente.
