Mãe nega pedido de filho para adotar cachorra encontrada na rua, mas ele não desiste e usa o melhor argumento
Por Larissa Soares em Aqueça o coração
No mês passado, Patricia Martins saiu de casa para buscar o filho no futebol. O que ela não imaginava era que teria que levar mais alguém no carona.
Quando Patricia chegou, o pequeno Heitor Gabriel se aproximou sorridente, com uma cachorrinha caramelo nos braços.
“O que será isso?”, perguntou a mãe, incrédula, enquanto filmava a cena.
Sem hesitar, Heitor respondeu:
“Ela tava abandonada. Deixa eu levar pra casa?”.
A mãe tentou argumentar que a cachorrinha não parecia estar sozinha, afinal, usava uma coleira.
Mas o menino estava preparado: contou que ele mesmo havia colocado a coleira, encontrada no mato, para levar a nova amiga com segurança.
Sim, Heitor já tinha pensado em tudo.
Enquanto isso, a cachorrinha mascava um pedaço de osso, tranquila, como se soubesse que a batalha já estava ganha.
“Meu filho, a gente não pode adotar cachorro assim não. A Panthera é grande, vai machucar ela”, alertou Patricia, lembrando da cadela da família, uma fila brasileira enorme.
Mas Heitor, determinado, respondeu: “Ela não vai ficar junto com a Panthera, mãe. Eu juro que eu cuido direitinho dela.”
A cada tentativa de recusa, o menino trazia um novo argumento, e a mãe já percebia que seria difícil resistir.
“Oh, o nome dela é Pipoca”, disse, com a naturalidade de quem já tinha tomado uma decisão.
Patricia, surpresa, ainda tentou negociar: “Você já deu nome?”. Mas Heitor não recuou.
Ele contou que conversou com vizinhos e transeuntes antes de encontrar a mãe e que todos confirmaram que a cachorrinha havia sido abandonada.
Entre um “ai meu Deus” e outro, Patricia percebeu que não havia mais volta.
O vídeo do momento foi visto mais de 753 mil vezes e recebeu mais de 71 mil curtidas no TikTok. Nos comentários, os internautas se derreteram pela persistência de Heitor e pela serenidade de Pipoca.
“Ela mastigando seu chiclete e esperando o Heitor resolver o problema dela”, brincou um internauta.
“A Pipoca com nenhum tipo de preocupação, sabendo que já tinha ganhado essa guerra.”
“Ele com muitos argumentos pra deixar kkkkk acho que tava ensaiando.”
E, como os comentários já previam, a dupla venceu. Em um vídeo posterior, Patricia confirmou: “Ele me ganhou no amor e no argumento.”
Agora, Pipoca vive com a família e Heitor está cumprindo sua promessa de cuidar dela. Em novas gravações, o garoto aparece recolhendo os cocôs, apoiando a cachorrinha durante a vacina e enchendo-a de carinho.
Mas havia ainda uma dúvida: como reagiria a Panthera à chegada da nova irmãzinha?
A adaptação com Panthera
A maior preocupação de Patricia era justamente essa: a convivência entre as duas. Afinal, Panthera é uma cadela grande e territorial, enquanto Pipoca ainda é uma filhote cheia de energia e curiosidade.
De acordo com o American Kennel Club (AKC), a adaptação entre dois cães pode ser tranquila, desde que feita com cuidado. Cães são animais sociais e, como as pessoas, têm diferentes níveis de tolerância e empatia. Por isso, o ideal é que as apresentações ocorram de forma gradual e controlada.
O AKC recomenda que o primeiro encontro entre os cães seja feito em um local neutro, como uma calçada ou quintal, e não dentro da casa do cão mais velho,que pode se sentir invadido.
Os tutores também devem supervisionar cada interação, permitindo que ambos se conheçam no próprio ritmo.
Outro ponto essencial é não repreender o cão adulto se ele rosnar para o filhote. O rosnado, segundo o AKC, é uma forma natural de comunicação e é assim que os cães mais velhos ensinam limites aos mais novos.
O importante é garantir que o comportamento não avance para algo agressivo, redirecionando o filhote quando necessário.
Além disso, é fundamental reservar momentos de descanso para o cão mais velho, evitando que ele se sinta sobrecarregado. E, claro, oferecer atenção e carinho individual a ambos, para que nenhum se sinta preterido.
Com paciência, reforço positivo e boas doses de brincadeiras, os cães tendem a se adaptar e até a criar uma relação de amizade.
Felizmente, foi exatamente o que aconteceu.
Pouco mais de uma semana depois, Patricia mostrou que Panthera e Pipoca já se tornaram amigas. Apesar das diferenças de tamanho e energia, as duas parecem ter encontrado um equilíbrio.
Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.










