'Olha lá o Zeus e o gato do Zeus': Cão que caiu na pirâmide dos gatos surpreende ao levar o felino morar na sua casinha
Por Beatriz Menezes em Comportamento
A convivência entre cães e gatos é historicamente retratada como uma relação de rivalidade e disputas territoriais, mas um Pastor Alemão chamado Zeus decidiu contrariar o senso comum e protagonizar uma história que desafia a natureza predatória de sua espécie.
O caso ganhou notoriedade nas redes sociais no início de dezembro quando Marília de Oliveira, tutora do animal, registrou um flagrante noturno que revelou um segredo mantido pelo cão.
Zeus não apenas tolerava a presença de um felino em seu território como ativamente dividia sua casinha e sua própria ração com o invasor.
O registro inicial publicado em 5 de dezembro expôs a dinâmica peculiar da dupla. Nas imagens capturadas em um ambiente com pouca iluminação devido a uma lâmpada queimada, é possível ver o cão de grande porte compartilhando o espaço restrito de sua casa de madeira com um gato de pelagem clara.
A tutora contou que o cão permite que o felino se alimente da sua ração e sugere que o próprio Zeus é quem oferece o alimento. Ela enfatiza que o gato não pertence a ela e sim ao cachorro.
O vídeo mostra o gato comendo tranquilamente enquanto o cão observa e também se alimenta, sem demonstrar qualquer sinal de agressividade ou posse sobre a comida, algo raro para animais que não foram criados juntos desde filhotes.
Assista:
O alcance do vídeo atraiu milhares de olhares para a rotina de Zeus e também levantou questionamentos por parte dos internautas sobre as condições em que o cão vivia.
Alguns seguidores expressaram preocupação pelo fato de o animal estar no quintal durante a noite. Marília de Oliveira postou um novo vídeo para esclarecer a situação e detalhar o ambiente em que seu cão vive.
Segundo a tutora, a residência possui um quintal amplo nos fundos e passagens laterais que dão acesso a uma área frontal coberta. A porta da sala permanece aberta para permitir o livre trânsito do animal.
A preferência de Zeus pelo ambiente externo é justificada pela tutora com base nas características da raça e na personalidade individual do cão.
Ela explica que diversas tentativas de introduzir camas diferentes dentro de casa foram feitas, mas o Pastor Alemão demonstra uma paixão específica por sua casa de madeira no quintal.
Marília ressalta que a família respeita as peculiaridades do animal, que incluem uma sensibilidade maior ao calor e picos de energia que demandam espaço aberto para circulação.
A decisão de manter o cão onde ele se sente mais confortável reflete um modelo de tutela responsável que prioriza o bem-estar e as escolhas do animal em detrimento das expectativas humanas de convivência interna.
Veja:
A aceitação da família em relação ao novo membro trazido por Zeus foi oficializada pouco tempo após o flagrante.
Marília passou a se referir ao felino como o gato do Zeus e integrou o animal à rotina doméstica de alimentação. Um vídeo posterior mostra a tutora conversando com o cão após uma chuva, momento em que ambos, cão e gato, aparecem juntos na porta de vidro da casa.
A interação física entre os dois, com o gato roçando no corpo do Pastor Alemão e o cão retribuindo com lambidas, confirmou que a relação havia evoluído de uma simples tolerância para um vínculo afetivo sólido.
A tutora decidiu então investir no bem-estar do felino e comprou um pote de ração exclusivo para ele, além de um saco de alimento específico para gatos.
A atitude visava garantir que ambos tivessem suas necessidades nutricionais atendidas adequadamente, já que a ração de cachorro não possui todos os nutrientes essenciais para a saúde dos felinos, como a taurina.
Um novo registro feito por Marília mostra o momento da refeição noturna a tutora separou as tigelas, colocando uma com ração canina para Zeus e outra com ração felina para o gato, respeitando a individualidade de cada um.
No entanto, o vídeo revela um Pastor Alemão sentado e expectante, aguardando um amigo que não apareceu.
Confira:
Marília afirma que o gato estava presente momentos antes, tendo subido no muro e saído para passear logo após ela ter ido buscar a comida.
A preocupação de Marília e a vigília de Zeus mostram como a presença do felino se tornou indispensável para a dinâmica da casa. O cão, que antes reinava absoluto em seu quintal, agora parece sentir a falta da companhia que ele mesmo escolheu.
O Pastor Alemão, uma raça frequentemente associada ao trabalho policial e à guarda, mostrou um lado de ternura e cuidado parental que humaniza o animal aos olhos do público.
Enquanto isso, o cão continua sua vigília no quintal dos fundos, provando que a lealdade é uma linguagem universal que não precisa de tradução, apenas de presença.
Zeus escolheu seu companheiro e a família humana acatou a decisão, criando uma rede de apoio que agora torce unida pelo final feliz desse encontro improvável.










