"Moça, você é bilionária": Tutora grava reencontro de ovelhinha com a mamãe vaca que a adotou, e felicidade delas emociona
Por Beatriz Menezes em Mundo AnimalAmabel é uma mini vaca que adotou a pequena ovelha Manu após enfrentar um período de luto profundo pela perda de seu próprio bezerro.
A história ganhou repercussão nacional e transformou a rotina da propriedade rural administrada pela influenciadora Kamily Serafini conhecida como Blogueirinha da Roça.
O episódio teve início após um momento traumático na vida de Amabel. A mini vaca estava prenha de oito meses quando sofreu um aborto e perdeu o filhote. O impacto da perda foi imediato e visível no comportamento do animal.
Kamily Serafini relatou ao Globo Rural que a vaca entrou em um estado depressivo severo logo após o ocorrido. O animal passava os dias parado no curral e recusava qualquer tipo de alimentação.
A rejeição ao pasto e a apatia preocuparam a família, que observava a vaca definhar dia após dia.
Mesmo com a porteira aberta e livre acesso às áreas verdes do sítio, Amabel não se afastava da baia. Ela circulava pelo local de forma obstinada como se ainda procurasse pelo bezerro que nunca chegou a nascer.
A situação exigia uma intervenção rápida para preservar a saúde física e mental da mini vaca. A proprietária percebeu que precisava agir quando notou que o animal estava desistindo de comer e perdera completamente o brilho habitual.
A família decidiu então procurar um filhote órfão ou que precisasse de cuidados para que Amabel pudesse exercer a maternidade interrompida. A primeira opção lógica seria um mini bezerro.
A busca por um animal da mesma espécie se mostrou praticamente impossível na região de Jacareí naquele momento específico. Não havia bezerros disponíveis que se encaixassem na necessidade urgente de Amabel.
A alternativa encontrada foi buscar um animal de pequeno porte que pudesse despertar o instinto materno que a vaca ainda demonstrava de forma latente. A escolha recaiu sobre uma ovelhinha recém-nascida batizada de Manu.
A decisão estratégica também levou em conta a dinâmica dos outros animais da propriedade. O sítio já abrigava José Alfredo, um carneirinho que fora resgatado anteriormente pela família.
Confira:
José Alfredo tem sua própria história de superação, ele nasceu de uma gestação de trigêmeos e acabou rejeitado pela mãe biológica.
Kamily o criou na mamadeira e ele cresceu solto pelo sítio como um animal de estimação. A chegada de uma ovelha fêmea resolveria dois problemas de uma só vez.
Manu serviria como filha adotiva para Amabel e futuramente seria uma companhia para José Alfredo.
A família localizou a filhote Manu em uma fazenda vizinha e realizou o transporte para a apresentação. O processo de adoção nem sempre é simples e muitas vezes requer técnicas específicas para garantir a aceitação.
Kamily utilizou um método conhecido no meio rural que envolve o reconhecimento olfativo. A técnica consistiu em usar o cheiro do bezerro perdido para facilitar a aproximação.
A adaptação surpreendeu a todos pela rapidez e Amabel reconheceu o cheiro no couro usado durante o processo e a conexão foi instantânea.
A vaca imediatamente passou a seguir a ovelhinha pelo pasto e adotou um comportamento típico de proteção materna. A barreira entre as espécies deixou de existir para os dois animais.
Manu aprendeu a mamar na vaca e encontrou nela a fonte de calor e alimento que precisava.
A transformação no estado de saúde de Amabel foi notável! Com a presença da nova filha devolveu a rotina e a disposição que ela tinha antes da perda gestacional.
A vaca voltou a se alimentar regularmente e a circular por toda a propriedade com vigor renovado. O luto deu lugar ao cuidado constante com a pequena ovelha.
A tutora destaca que a experiência confirmou a importância de observar de perto o estado emocional dos animais. A sensibilidade para perceber a dor do animal foi determinante para salvar a vida de Amabel.
O vídeo contando sobre a adoção foi publicado em 8 de novembro viralizou rapidamente e ultrapassou a marca de 173 mil curtidas e quase três mil comentários.
“Moça, como é ser bilionária?? Me conta! porque você está no patamar dos mais ricos, os verdadeiros ricos”.
“Eu não consigo nem imaginar como deve ser viver assim em meio a natureza! No meio do mato e dps animais! Meu Deus deve ser incrível!”.
“É emocionante ver a alegria dela em ver a mamãe”.
Disseram alguns comentários.
Assista:
Curiosidades sobre o comportamento bovino
De acordo com o site worldanimalprotection as vacas modernas descendem de criaturas antigas e gigantescas chamadas auroques. Esses ancestrais possuíam chifres afiados e viveram na Europa até o século 17 antes de serem extintos.
Os sentidos desses animais funcionam como um sistema de radar altamente eficiente para garantir a sobrevivência.
A posição lateral dos olhos oferece um campo visual que atinge quase 360 graus quando o animal abaixa a cabeça para pastar.
A audição é comparável à dos cães e o olfato apurado consegue detectar odores a oito quilômetros de distância.
Essa combinação sensorial permite que o rebanho perceba ameaças rapidamente e reaja a qualquer sinal de perigo no ambiente.
A vida social do gado é complexa e baseada em interações afetivas constantes. Estudos científicos demonstram que esses animais sofrem com a solidão e podem desenvolver quadros de ansiedade quando separados de seus parceiros ou filhotes.
O contato físico é essencial para a saúde mental do rebanho e se manifesta por meio de lambidas e carinhos no pescoço.
A necessidade de toque é tão grande que o uso de escovas mecânicas em fazendas tem se mostrado eficaz para o bem-estar dos animais.
O instinto materno é uma das forças mais evidentes no comportamento das fêmeas. A gestação dura nove meses e cria um vínculo imediato e profundo assim que o bezerro nasce.
As mães são capazes de percorrer longas distâncias para encontrar filhotes perdidos e contam com o apoio do grupo para a proteção das crias.
O rebanho costuma organizar um sistema de vigilância coletiva onde algumas vacas ficam de sentinela para proteger os mais jovens enquanto as outras se alimentam.
