"Aluno exemplar em conduta e presença": Escola entrega diploma ao cachorrinho Chiquito por manter frequência perfeita

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em Aqueça o coração

A Escola Provincial nº 786 de Puerto Madryn, na Argentina, registrou um fato inédito durante sua recente cerimônia de graduação. Entre os formandos que subiram ao palco para receber seus certificados, um nome se destacou pela peculiaridade e pela ovação que recebeu do público.

Chiquito Ruiz, um cão de rua que adotou a instituição como sua casa, recebeu oficialmente o diploma de "Companheiro Fiel".

O documento foi emitido com o respaldo do Ministério da Educação da Província de Chubut, formalizando a presença do animal que manteve frequência absoluta em todas as aulas e atividades do calendário letivo.

A decisão de incluir Chiquito na lista de graduados não foi apenas um ato simbólico, mas o reconhecimento de uma rotina construída ao longo de anos.

Diferente de outros animais que apenas transitam por prédios públicos, Chiquito estabeleceu uma relação de assiduidade com a unidade de ensino.

Ele aguardava a abertura dos portões todas as manhãs, acompanhava os alunos até as salas e permanecia em silêncio durante as explicações dos professores.

Essa integração orgânica transformou o animal em uma figura central da dinâmica escolar, influenciando o comportamento dos estudantes e o clima organizacional da escola.

O impacto da presença animal no aprendizado

A pedagogia moderna discute com frequência a importância do acolhimento e do bem-estar emocional como pilares para a retenção de conteúdo. No caso da Escola 786, Chiquito Ruiz tornou-se uma ferramenta viva de educação socioemocional.

Ao conviver diariamente com um animal que exige respeito e oferece companhia silenciosa, os alunos desenvolveram níveis mais altos de empatia e responsabilidade.

O diploma entregue no dia 15 de dezembro celebra essa troca invisível que ocorre nos corredores e pátios.

O certificado contém elementos visuais que fogem ao padrão burocrático, exibindo ilustrações de pegadas e ossos, mas mantém a seriedade institucional do selo do Ministério da Educação.

O texto do diploma justifica a honraria pela frequência perfeita e pela capacidade do animal de melhorar o ambiente de convívio.

Professores relatam que a presença do cão ajudava a reduzir a ansiedade dos estudantes em dias de avaliações, funcionando como um suporte emocional não planejado pela grade curricular, mas extremamente eficaz na prática cotidiana.

Confira o vídeo abaixo:

Integração comunitária e o papel da escola

A escola, ao oficializar o vínculo com o cão, demonstra uma compreensão ampliada de sua função social. O ambiente escolar deixa de ser apenas um local de transmissão de dados técnicos para se tornar um espaço de convivência comunitária onde a vida, em todas as suas formas, é valorizada.

Em vez de afastar o cão ou tratá-lo como um problema de higiene, a direção da escola optou pela integração e pelo cuidado compartilhado.

Essa postura ensina aos alunos que a solução para desafios comunitários reside na inclusão e na organização coletiva, e não na exclusão.

Chiquito, que antes era apenas um cão circulando pela região, passou a ter uma identidade, um sobrenome simbólico e agora um título acadêmico que valida sua existência naquele grupo social.

Tendência nas universidades britânicas

De acordo com a BBC, a Universidade de Cambridge, na Inglaterra, oficializou a inclusão de animais como porquinhos-da-índia, cachorros e um gato de três pernas em seu quadro de suporte ao aluno.

O projeto permite que estudantes estressados pelo período de provas façam pausas para tomar chá com o gato Jasper ou passear com o cão Toby, da faculdade Santa Catarina.

Como a maioria dos jovens mora no campus e sente falta de seus animais de estimação, a iniciativa busca preencher essa lacuna afetiva e humanizar o ambiente acadêmico de alta pressão.

A eficácia dessa convivência é fundamentada por dados científicos coletados em parceria com a ONG Pets as Therapy e a Universidade de Lincoln.

Pesquisas indicam que a interação com os bichos reduz drasticamente os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, no organismo dos estudantes.

Ao diminuir a ansiedade e a tristeza, os animais ajudam os alunos a racionalizar a situação e a manter o foco, o que reflete diretamente em um desempenho melhor nas avaliações e em uma mente mais leve para lidar com as exigências da graduação.

Segundo Stephen Buckley, da organização de saúde mental Mind, o cuidado com os animais é uma ferramenta poderosa para que o estudante se desligue das tensões cotidianas e se conecte com a natureza.

Essa prática não é exclusiva de Cambridge e vem ganhando força em todo o Reino Unido como uma política de bem-estar.

Outras instituições, como a Universidade de Huddersfield, criaram salas específicas para filhotes treinados, enquanto a Universidade de Bath chega a disponibilizar patos e cabras para promover o relaxamento dos graduandos.

Além de auxiliar na saúde mental, o programa beneficia os próprios animais, que demonstram satisfação com a companhia constante e os cuidados recebidos.

Instituições como a Universidade Aberystwyth aproveitam a oportunidade para integrar cães de abrigos locais ao campus, promovendo a socialização dos bichos abandonados enquanto eles ajudam os jovens a relaxar.

Assim, o modelo britânico consolida a zooterapia como uma estratégia institucional eficiente para garantir que o sucesso acadêmico não comprometa o equilíbrio emocional dos futuros profissionais.

Beatriz é jornalista formada pela Universidade de Passo Fundo, com especialização em Escrita Criativa e Editoração pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera. Apaixonada por narrativas envolventes e pelo universo pet, ela também possui certificação em Storytelling para Marketing Digital pela Santander Open Academy, o que complementa sua habilidade de transformar histórias reais em conteúdos informativos e inspiradores. Dedica-se à produção de reportagens que valorizam a convivência ética e afetiva entre humanos e animais de estimação, promovendo empatia, informação de qualidade e o respeito aos animais.