“Você pega na rua igual Pokémon”: Alegria de irmãs ao resgatarem cão abandonado em rodovia movimentada viraliza

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em Proteção Animal

Amanda Magnani e Drica Magnani moradoras de Cascavel no Paraná estão comemorando um ano de adoção de Tobias, um cão que elas encontraram na rua ‘igual Pokémon’.

O que começou como um susto em uma rodovia movimentada se transformou em uma inspiração para mais de 500 mil internautas.

O encontro com Tobias não foi planejado nem isento de riscos. Em entrevista ao Amo Meu Pet Amanda relatou os detalhes daquele dia.

Elas avistaram o cão em um trecho da BR onde havia um carro parado no acostamento. Assim que o veículo das irmãs parou o outro automóvel acelerou e partiu. O animal ficou parado observando o carro que se distanciava.

Quando Amanda e Drica tentaram se aproximar para retirá-lo da área perigosa, Tobias demonstrou medo e tentou correr em direção à pista.

Nesse instante um caminhão quase atingiu o cachorro. A situação gerou tensão imediata, mas as irmãs insistiram na abordagem com paciência.

Após alguns minutos de tentativa o cão finalmente cedeu e permitiu que elas o carregassem para dentro do veículo.

Amanda explica que a decisão de pegá-lo foi instintiva pois ele era o único animal visível naquele trecho deserto da rodovia e o risco de um atropelamento fatal era iminente.

"Como assim tem gente que compra cachorro?! É de graça, você pega na rua igual Pokémon"

O vídeo tem 565 mil visualizações, 55 mil curtidas e 879 comentários.

“Eu peguei dois gatos do condomínio que estavam abandonados e eram motivo de brigas nos grupos do condomínio, hoje eles estão comigo, são as coisas mais lindas e gostosas, e toda vez que olho pra eles penso isso, são tão maravilhosos e foram de graça”.
“Não precisa nem pegar, eles aparecem te escolhem e vc aceita kkkkk, minha Milka foi assim."
“Deus abençoe por adotar!!!! Não compre!! ADOTE”

No final o pet aparece de bandana e banho tomado levando uma vida completamente diferente daquela de quando foi encontrado vagando pela rodovia.

Confira:

Da incerteza ao lar definitivo

A intenção inicial da família não era a permanência definitiva do animal na residência. Elas haviam perdido recentemente outro cachorro também resgatado e o luto ainda era presente.

A ideia era oferecer os primeiros cuidados e buscar um novo tutor ou uma organização não governamental que pudesse mediar a doação. No entanto, o comportamento de Tobias mudou os planos da dupla.

A adaptação na casa em Cascavel ocorreu de forma rápida e natural. Amanda conta que o cão se comportou como se já conhecesse o ambiente desde sempre e demonstrou estar à vontade logo nos primeiros dias.

A convivência harmoniosa com os outros animais que a família já possuía selou o destino do pet. Ele deixou de ser um cão de passagem para se tornar um membro fixo do núcleo familiar.

A prática de resgatar animais faz parte da rotina dessas moradoras há bastante tempo. Amanda afirma que desde sempre buscam ajudar bichos em situação de vulnerabilidade, seja por conta própria ou através do suporte a ONGs.

Essa experiência prévia ajudou a lidar com a saúde inicial de Tobias e com a integração dele ao novo lar.

“Após resgatar um cachorro, é preciso levá-lo ao veterinário para garantir que não tenha nenhuma doença que possa contaminar outros animais e, se possível, levá-lo a uma ONG ou oferecer um lar temporário até que ele encontre uma família que possa dar carinho, amor e cuidados”, finalizou.

Apesar de ser crime, o abandono de animais cresce cada vez mais no Brasil

Em 2024 o Índice de Abandono Animal no Brasil, iniciativa global liderada pela Mars em parceria com especialistas e organizações de bem-estar animal, reuniu dados para compreender a realidade de cães e gatos sem acesso adequado a cuidados básicos.

O objetivo do projeto é subsidiar ações mais eficazes para reduzir o abandono e melhorar a qualidade de vida e a longevidade dos animais de estimação, com foco em três frentes principais: prevenção de ninhadas indesejadas, garantia de cuidados essenciais e manutenção dos pets em seus lares.

O estudo analisou 930 fontes, selecionou mais de 180 bases de dados em 20 países, realizou cerca de 30 mil entrevistas com tutores e não tutores e ouviu mais de 200 profissionais que atuam com animais não domiciliados.

Para o Brasil, os dados indicam uma população de 121,3 milhões de cães e gatos — 82,1 milhões de cães e 39,2 milhões de gatos. Desse total, estima-se que 30,2 milhões estejam em situação de abandono, o equivalente a 25% dos animais, índice abaixo da média dos países analisados.

Segundo o relatório, cerca de 185 mil cães e gatos vivem atualmente em abrigos no país.

No entanto, o próprio estudo aponta limitações importantes: as fontes utilizadas para o Brasil, como Instituto Pet Brasil, World Animal Protection e Humane Canadá, não detalham metodologias ou bases científicas, o que evidencia a dificuldade histórica do país em produzir dados confiáveis sobre abandono animal — um entrave para o planejamento de políticas públicas eficazes.

As entrevistas mostram que apenas 28% dos cães e 53% dos gatos são castrados. A maioria dos animais foi obtida por meio de amigos, parentes ou resgate das ruas.

Quando encontram um animal abandonado, cerca de metade dos tutores afirma realizar algum ato de bondade, enquanto uma parcela significativa diz não fazer nada.

Entre as soluções apontadas pelos entrevistados para reduzir o abandono estão o combate à crueldade animal, o incentivo à adoção, a oferta de castração e atendimento veterinário gratuitos e o fortalecimento da conexão entre a população e os abrigos.

Apesar de 53% das pessoas demonstrarem interesse em adotar um cão e 37% um gato, barreiras como custos, moradia inadequada, restrições e falta de tempo ainda dificultam a adoção.

O estudo reforça que enfrentar o abandono animal exige uma abordagem integrada, baseada em dados mais precisos, políticas públicas contínuas de manejo populacional e ações educativas voltadas à guarda responsável e à adoção consciente.

Beatriz é jornalista formada pela Universidade de Passo Fundo, com especialização em Escrita Criativa e Editoração pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera. Apaixonada por narrativas envolventes e pelo universo pet, ela também possui certificação em Storytelling para Marketing Digital pela Santander Open Academy, o que complementa sua habilidade de transformar histórias reais em conteúdos informativos e inspiradores. Dedica-se à produção de reportagens que valorizam a convivência ética e afetiva entre humanos e animais de estimação, promovendo empatia, informação de qualidade e o respeito aos animais.