Dias antes da despedida, protetor recebe visita de seu cão Francisquinho e animal ensina valiosa lição a todos
Por Redação Amo Meu PET em Cães
No Hospital São José, em Criciúma (SC), uma cena de carinho e humanidade atravessou os corredores e tocou quem acompanhou de perto: Ademir Tavares, de 71 anos, internado há mais de 90 dias em tratamento contra o câncer, foi surpreendido com uma homenagem preparada pela equipe da oncologia.
Músico, pai, e voluntário da causa animal, Seu Ademir recebeu um momento que reuniu música, família e o companheiro que nunca saiu do seu lado na essência: Francisquinho, seu cãozinho, presença fiel na história que ele construiu com doçura e serviço ao próximo.
A ação foi organizada pela psicóloga Fernanda Fernandes, da oncologia, e reforçou um ponto que muitas vezes não cabe em exames e prontuários: o valor do cuidado humanizado, capaz de devolver dignidade, aconchego e sentido quando a vida pede delicadeza.
Uma surpresa preparada com afeto
Segundo relatos da família, a homenagem foi pensada para acolher não só o paciente, mas também quem caminha ao redor dele — pessoas que, diariamente, tentam ser fortes enquanto convivem com o medo, a esperança e o cansaço.
O encontro no hospital se transformou em um daqueles instantes raros em que o tempo desacelera: olhares se encontram, mãos se apertam e o coração entende, sem precisar de muitas palavras, que ninguém deveria enfrentar a dor sozinho.
“Você é visto. Você importa. Sua história tem valor.”
Seu Ademir estava internado havia mais de três meses. Ainda assim, foi possível construir ali um espaço de memória e carinho — um gesto silencioso que dizia muito mais do que qualquer palavra.
O vídeo da homenagem, publicado no dia 24 de dezembro, emocionou familiares, amigos e pessoas que acompanham sua história.
“Humanidade é ficar, mesmo quando dói”
O momento foi compartilhado pela filha, Edsania Tavares, em seu perfil no Instagram: @edsania.tavares. Na legenda, ela descreveu a força silenciosa que viu no companheiro de quatro patas do pai — e como os animais, muitas vezes, ensinam o que é essencial quando tudo fica difícil.
“Enquanto a família e voluntários tentam ser fortes, o cachorro de nosso voluntário ensina o essencial: humanidade é ficar, mesmo quando dói. É amar até o último segundo. É segurar a mão com a pata e dizer: “você não está sozinho.” Se isso não é humanidade, então você precisa aprender com os animais.”
Para a família, Francisquinho parecia traduzir, com presença e lealdade, aquilo que nem sempre se consegue dizer em voz alta — a certeza de que o amor permanece, mesmo nos momentos mais frágeis.
A homenagem, simples e profunda, também deixou um recado sobre o papel da saúde: além de tratar a doença, é possível cuidar do ser humano por inteiro — acolhendo vínculos, honrando histórias e respeitando a identidade de cada paciente.
O adeus e o legado de um voluntário
No dia 27 de dezembro, a notícia que ninguém queria receber veio com o peso da despedida: Seu Ademir descansou. A família publicou uma mensagem que misturava luto e gratidão, descrevendo-o como um homem de força, fé e amor.
“Hoje a causa animal chora, mas o céu recebe um gigante.”
O que permanece, segundo a homenagem, não é apenas a ausência, mas a marca: o pai que foi abrigo quando faltou chão, coragem quando o cansaço bateu, esperança quando tudo parecia difícil.
“Na causa animal, sua presença fez diferença. Não buscou aplausos, buscou fazer o bem.”
Na prática, Seu Ademir ajudou em silêncio, acolheu vidas e respeitou cada história, humana ou animal, com o mesmo coração generoso. Ele atuava como voluntário na ONG Instituto Rede do Bem Cocal do Sul, iniciativa que presta apoio e proteção dentro da causa: @rede_do_bem_cocal_do_sul.
O vídeo de despedida, publicado no dia 27 de dezembro, reuniu mensagens de carinho e reconhecimento pelo legado deixado por Seu Ademir.
Uma lição que fica para todos
A homenagem no hospital, agora, ganha um significado ainda mais forte: foi um abraço final em forma de presença, música e amor. Um lembrete de que, mesmo nos dias mais duros, ainda existe espaço para ternura — e para a certeza de que uma vida dedicada ao bem não termina em silêncio.
Para quem conviveu com Seu Ademir, o legado segue vivo: em cada animal amparado, em cada gesto de compaixão e em cada pessoa inspirada por sua caminhada. Descanse em paz, Seu Tavares.






