Cadelinha do filme “A Caminho de Casa” era de um abrigo de pets abandonados

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Protagonista de “A Caminho de Casa”, filme baseado no livro homônimo de W. Bruce Cameron, a cadelinha Bella vivia, por aqui mesmo, na vida real, num abrigo para cães de rua no Tennessee, Estados Unidos.

Bella (ou Shelby, como seus donos reais a chamam) foi parar no abrigo em 2017, quando foi encontrada numa lata de lixo bastante machucada, magra e faminta.

Após alguns meses num abrigo da ONG “Cheatham County Animal Control”, ela foi adotada e participou de uma campanha da organização de modo a arrecadar ração, brinquedos e camas para os outros cachorros que habitam o local.

Graças à campanha, muito bem-sucedida por sinal, ela foi encontrada pelo departamento de elenco do longa-metragem “A Caminho de Casa”.

O autor do livro adaptado para as telonas, W. Bruce Cameron, ficou bastante emocionado ao descobrir a trajetória da cadelinha, e escreveu um livro sobre ela - “A História de Shelby”.

O filme cede bastante espaço para Shelby, mas para vários outros animais também, como gatos e até onças. É interessante notar que todos os animais silvestres apresentados na produção feitos em computação gráfica, privando-os de serem explorados comercialmente.

Na história, Bella é uma cadelinha especial que vive com Lucas, um estudante de medicina veterinária que trabalha como voluntário em um hospital local. Um dia ela é encontrada pelo Controle de Animais na rua e acaba sendo levada para um abrigo a 400 milhas de distância de seu dono.

No entanto, Bella, uma cachorra extremamente leal e corajosa, decide iniciar sozinha uma longa jornada de volta para a casa, emocionando a todos que cruzam o seu caminho.

O primeiro ato começa com a demolição de imóveis habitado por gatos, algo bastante comum no Brasil.

A triste cena com certeza não passará em branco para os ativistas dos direitos dos animais.

Graças ao trabalho de grupos pró-animais em Denver (EUA), - onde o filme se passa, -, é possível denunciar às autoridades e acionar entidades de proteção animal de modo a impedir a demolição de edifícios que contenham animais de estimação ou silvestres.

Na contramão desse direito, Denver possui um rígido controle de animais, cuja lei proíbe a livre circulação de pit bulls com seus donos em parques e demais espaços públicos por considerá-los animais de alta periculosidade.

Vale ressaltar a importância de filmes que contem histórias e retratem a realidade dos animais domésticos e silvestres de outras nações com o intuito de valorizarmos as conquistas que tivemos após anos de batalhas legislativas e judiciais.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, uma lei de 2009 (a PL-12916) proíbe e rechaça a matança de animais em situações de rua, seja lá de quais espécies estes forem.

Tal lei espalhou-se por outros 11 estados da república, cobrindo mais da metade da população com a legislação. A luta pelo fim dos maus tratos, da violência e da morte de animais continua.

“Todos se esforçaram para garantir que Shelby e outros animais fossem bem tratados. Todos da equipe recebiam três números para telefonar se vissem algo de errado e, inclusive, podiam fazer isso anonimamente para denunciar qualquer caso de maus-tratos. Toda vez que você vê Shelby fazendo algo complicado na tela é porque ela está ansiosa por carinho, guloseimas e brinquedos. Ela é mais que uma estrela de cinema. É um cachorro incrível”, afirma Cameron.

“Ela tinha uma qualidade de estrela. Uma personalidade realmente única. Ela era esse tipo de cachorro que fazia você sorrir”, declarou o ex-oficial de controle de animais do abrigo de Shelby, Thomas Jordi.

Veja o trailer do filme:

Gabriel Pietro têm 20 anos, é redator e freelancer. Fundou o Projeto Acervo Ciência em 2016, com o objetivo de levar astronomia, filosofia e ciência em geral ao público. Em dois anos, o projeto alcançou milhões de internautas e acumulou 400 mil seguidores no Facebook. Como redator, escreveu para vários sites, como o Sociologia Líquida e o Segredos do Mundo. Ainda não sabe se é de humanas ou exatas, Marvel ou DC, liberal ou social-democrata. Ama cinema, política, ciência, economia e música (indie). Ainda tentando descobrir seu lugar no mundo.