Cachorrinha de 15 anos é devolvida com pedido de eutanásia, abrigo se recusa e história tem reviravolta

Com a saúde debilitada, Netty foi devolvida ao abrigo depois de 12 anos, com um pedido de eutanásia

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em Cães

Netty, como foi nomeada uma cachorra de grande porte, chegou ao abrigo SPCA, no estado da Pensilvânia (EUA), em 2010. Após três dias foi adotada por uma família que acreditou ser para sempre, no entanto, voltou para o abrigo quando idosa, 12 anos depois.

Com 15 anos de idade e muito frágil, sua antiga proprietária pediu fosse eutanásiada. Porém, conforme esclareceu a gerente de salvamento da SPCA, Maddie Bernstein, o tutor de Netty sequer quis tentar o uso de medicamentos para uma possível melhora.

“Ela foi devolvida com uma eutanásia solicitada. Era já tinha 15 anos e tinha algumas dificuldades de incontinência em casa”, conta a gerente.

Felizmente, o abrigo acreditou que a cachorra sênior ainda poderia ter muito tempo de vida e a tratou com medicações.

Sua recuperação saiu melhor do que o esperado, então a equipe de resgate decidiu encontrar um novo lar para Netty.

Por conta de sua idade avançada, a SPCA sabia que não seria tão fácil achar uma nova família adotiva, visto que, grande parte das pessoas optam por cães filhotes ou mais novos.

Na expectativa de conseguir a tão sonhada família adotante, o abrigo compartilhou a história nas redes sociais, pois assim alguém poderia se comover com a situação e adotá-la.

Em uma publicação no Facebook, no dia 07 de agosto, a SPCA escreveu sobre a volta de Netty ao abrigo após tantos anos por sofrer de incontinência, mas que com os medicamentos receitados pela veterinária, a canina estava bem.

“Mas, ainda assim, esta cachorra idosa está sentada num abrigo, naquilo que podem ser os seus últimos dias. Não queremos isso para ela. Então, estamos à procura de uma casa onde ela possa passar o tempo que lhe resta”, destacava a publicação.
“Netty tem baixos custos e poderia viver com cães, gatos e crianças respeitosas. Podem ajudar-nos a espalhar a palavra sobre esta linda alma para a tirar do abrigo e para uma cama quente e aconchegante?”, solicitou o abrigo.

A comovente história fez com que a publicação viralizasse. Desse modo, ao todo foram mais de 1,6 mil curtidas, 613 comentários e 4,5 mil compartilhamentos.

“Estamos em Rockland, Nova Iorque, temos dois huskies castrados. Adoraríamos dar-lhe um lar se não estivermos fora dos limites”, comentou Elliot.
“Isso me parte o coração, como pode uma família fazer isso com seu amado animal de estimação. Se não tivéssemos problemas de saúde, levava-a num minuto. Ter um animal de estimação viva tanto tempo é uma dádiva de Deus”, lembrou Jeanne.

Ao ver a postagem, uma veterinária de West Chester chamada Amy Kidd entrou em contato com o abrigo e se candidatou para levar Netty para casa.

Acontece que recentemente Amy e sua família haviam perdido seu animal de estimação de 12 anos devido a um câncer, então estavam procurando um novo cachorro sênior para ocupar o espaço vazio em seus corações.

“Assim que vi o rosto dela, pensei: 'ok, é ela que precisa vir à minha casa'”, relatou a veterinária.

Somado a isso, nos últimos oito anos, a família de Amy se dedica em acolher cães idosos, aumentando sua expectativa de vida de meses para anos.

“Tentamos fazer o que é melhor para eles, enquanto podemos. Nosso plano é levar apenas animais de estimação idosos para nossa família, ou animais que tenham problemas, precisem de medicação e cuidados extras”, explicou a profissional.

Enquanto trabalhava em sua clínica veterinária, seus filhos dirigiram cerca de 64 km até o abrigo para buscar Netty e levá-la para seu novo lar.

“Era hora de conhecê-la, e eu a vi andando pelo corredor. Ela me cheirou e me deu um movimento de rabo”, ressalta Emilea Suplick, filha de Amy.

Em sua nova casa, Netty logo se adaptou a família e seus demais irmãos caninos.

“Ela tem muito a oferecer, e temos muita sorte de tê-la. Espero que outras pessoas se inspirem na história dela e dêem uma chance aos cães adultos”, concluiu a filha.

Eutanásia

Ainda são grandes as lacunas que cercam o termo “eutanásia”, descrito pela língua portuguesa como o ato de “proporcionar morte sem sofrimento a um doente atingido por afecção incurável que produz dores intoleráveis”.

Muitos tutores ainda tem dúvida se é chegada a hora de realizar o método da eutanásia em seu animal de estimação.

De acordo com a resolução nº 1000, de 11 de maio de 2012, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), artigo nº 3, a eutanásia pode ser indicada nas seguintes situações:

I – o bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos;

II – o animal constituir ameaça à saúde pública.

Caso contrário, é válida a tentativa de tratar o animal com medicamentos a fim de melhorar sua saúde e este ter mais tempo de vida.

Redatora.