Rock, 1° pitbull da Polícia Militar, falece em Curitiba (PR)

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No dia 13 de agosto, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) se despediu do primeiro cão da raça pit bull a servir à Polícia Militar do Paraná.

Batizado de “Rock”, o cachorro faleceu de causas naturais aos 13 anos, 11 deles dedicados ao serviço policial, especialmente na dispersão de multidões dos grandes estádios em partidas de futebol.

Ao lado dos agentes policiais, o pit bull era essencial para controlar eventuais distúrbios entre as torcidas organizadas. Nos dias mais brandos, Rockl também participava de ações educativas da PM em escolas.

Atualmente na reserva, o soldado Luiz Fernando Cruz não só atuava com Rock como o levou para a Companhia de Operações com Cães da PM (COC). “Minha relação com o Rock era como de pai e filho. Tanto que não vi tanto meu filho crescer como vi o Rock”, afirma.

O policial aposentado adotou Rock pouco antes do canil onde o animal nascera fechar, em 2007. O pit bull tinha apenas um ano, mas Cruz logo pensou em levá-lo para trabalhar no quartel.

“No início o pessoal ficou resistente, por causa da fama ruim, que o pit bull seria um animal descontrolado. Mas argumentei que com um bom adestramento e amor ele iria ser um bom cachorro”, destaca.

A ideia foi bem-sucedida. O cão se relacionou bem com os outros policiais e com os demais cães da corporação. E ainda provou que a raça caberia bem no trabalho policial por intimidar com seu porte. “O pit bull é um cachorro diferente, mais resistente, mais ativo, não se cansa. Só a presença dele já cria uma intimidação no local”, descreve o soldado.

A fraternidade e parceria do policial com seu cão era notável. Eventualmente, Rock acabou se tornando mais conhecido do que Cruz. “A gente tinha uma sincronia, como se realmente fossemos dois policiais na viatura. Muita gente nem sabia meu nome, mas o do Rock todo mundo sabia e confiava nele”, recorda.

O cachorro policial era vital nos estádios de futebol, onde apenas sua já fazia os encrenqueiros pensarem duas vezes antes de causarem confusão.

"Ninguém estava conseguindo dar conta dos torcedores e chamaram a gente com os cães. Pedimos para o pessoal parar com a confusão, porque não queríamos usar os cachorros. Foi quando eles debocharam. Aí fui soltando a guia, alguns foram dispersando, mas veio um cara com pedaço de pau, falando que o cachorro não ia morder. Soltei o Rock e ele foi direto nas nádegas do indivíduo", descreve Cruz.

A dupla dinâmica deixou a PM juntos, em 2017. Cruz tentou levar o cachorro para morar em sua casa, mas ele não se adaptou. Rock então voltou ao canil da PM, onde sempre recebeu visitas do parceiro.

"Ele sentia muito minha falta e eu a dele”, enfatiza Cruz. Rock foi cremado e as cinzas foram depositadas pelo soldado no monumento dedicados aos cães da PM e dos Bombeiros em um cemitério para cachorros em Colombo, região metropolitana de Curitiba, onde ganhou uma placa em homenagem o trabalho prestado.

Fonte: Gazeta do Povo

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Gabriel Pietro têm 20 anos, é redator e freelancer. Fundou o Projeto Acervo Ciência em 2016, com o objetivo de levar astronomia, filosofia e ciência em geral ao público. Em dois anos, o projeto alcançou milhões de internautas e acumulou 400 mil seguidores no Facebook. Como redator, escreveu para vários sites, como o Sociologia Líquida e o Segredos do Mundo. Ainda não sabe se é de humanas ou exatas, Marvel ou DC, liberal ou social-democrata. Ama cinema, política, ciência, economia e música (indie). Ainda tentando descobrir seu lugar no mundo.