Chamavam cachorra resgatada de feia, mas ela encontra família amorosa e vira princesa da casa
“Os humanos julgam pela aparência. Os cães não. Eles amam de verdade, com todo o coração.”
Por Larissa Soares em Proteção Animal
Para muitos, ela era apenas uma cachorrinha "feia", sem pelos, com a boca que não cobre os dentes e os olhos que não fecham completamente.
Mas para Emily e Sean, um casal de Nova York, ela era perfeita. Uma verdadeira princesa!
Nina foi encontrada em uma floresta de Porto Rico, sozinha, assustada e com uma aparência que causava estranhamento.
O resgatista que a encontrou cuidou dela até ter certeza de que ela estava em condições de viajar.
Então, Emily e Sean embarcaram rumo ao aeroporto LaGuardia para finalmente conhecê-la. Mas o primeiro encontro não foi exatamente cheio de amor à primeira vista.
“Ela não gostou da gente no começo”, lembra Emily, em entrevista ao GeoBeats.
“Rosnava sem parar. Mas nós já trabalhamos com resgate antes, então sabíamos que ela precisava de tempo. Os primeiros dias são sempre mais difíceis.”
A "regra dos 3"
De acordo com a organização Paws Animal Rescue, o processo de adaptação de um cão resgatado a um novo lar costuma seguir a chamada "regra dos 3": três dias, três semanas e três meses.
Nos primeiros 3 dias, o animal ainda está em estado de alerta, tentando entender onde está, quem são aquelas pessoas novas e o que está acontecendo. Pode dormir bastante, explorar cheiros ou até parecer arisco — como Nina.
Depois de 3 semanas, o cão começa a perceber a rotina da casa, entender quando é hora de comer, passear ou descansar.
E só depois de 3 meses é que ele se sente verdadeiramente em casa, confiante, seguro e pronto para se abrir de verdade.
Com Nina, o clique aconteceu antes disso.
“A gente estava num hotel, e por volta das três da manhã, ela se aproximou. Eu acordei com aquele sorrisinho dela nos meus pés”, conta Emily. “Foi como se ela tivesse pensado: ‘Ok, vocês são minha segurança agora’. Depois ela fugiu de novo. Mas ali foi o começo de tudo.”
Por que Nina tem essa aparência?
Nina nasceu com características incomuns, que provavelmente têm origem genética.
Sean brinca que ela é da raça “Chupacabra”. Mas, na verdade, Nina é uma “super mestiça”, como mostrou o teste genético feito pela Embark.
Seu DNA tem Doberman, collie, lulu da pomerânia, chihuahua, pit bull, poodle, labrador e até pastor alemão.
Ela é saudável, mas precisou passar por uma cirurgia para corrigir os cílios que cresciam em direção aos olhos, provocando pequenas úlceras.
“Os olhos dela não fecham completamente, então usamos lágrimas artificiais várias vezes ao dia”, explica Emily.
A Universidade de Cornell está estudando seu caso, suspeitando de um possível defeito congênito. A cada seis meses, ela faz exames de sangue para contribuir com o estudo.
Apesar da aparência incomum, o que chama atenção em Nina é seu carinho e alegria de viver.
“Ela é tão doce. Os outros cães parecem entender que ela é diferente. Eles a lambem o tempo todo, como se fosse um bebê”, diz Emily. “E mesmo que ela não precise, eu sinto que tenho que protegê-la.”
O preconceito ainda existe, claro. “Se alguém diz algo maldoso sobre ela, eu penso: como pode ser tão cruel? Ela é perfeita.”
E completa:
“Os humanos julgam pela aparência. Os cães não. Eles amam de verdade, com todo o coração.”
Veja o vídeo:
Hoje, Nina tem tudo o que merece: uma família, cuidado, afeto — e o mais importante, alguém que acha ela perfeita exatamente do jeitinho que ela é.
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