Cachorros fazendo entregadores correr: Compilado de vídeos prova que profissão exige preparo físico para fugir

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Trabalhar como entregador não é fácil. Além de agilidade e responsabilidade, essa profissão também exige preparo físico — e não é pouco!

Pelo menos é isso que um compilado de vídeos compartilhado pela página @furball.diary no TikTok têm provado.

Os registros mostram entregadores e carteiros sendo surpreendidos por cães de todos os tamanhos e raças.

Tem gente pulando cerca como se estivesse em uma prova de atletismo, subindo no capô do carro com uma agilidade impressionante, e até correndo como se participassem de uma maratona.

“É necessário ser atleta para trabalhar nisso?”, perguntou um internauta nos comentários.

Outro completou, imaginando uma entrevista de emprego:

“Entrevistador: Sabe pular nível semi olímpico, tipo 1,5m e correr entre 25 a 30 km/h?”

Já outros preferiram enxergar o lado positivo da situação:

“Só vi atletas muito capacitados e motivados por treinadores excelentes”, brincou um terceiro.

Por que os cães enlouquecem com o carteiro?

Segundo a especialista em comportamento animal Kate Mornement e a treinadora de cães Tracey Taylor, ouvidas pela ABC Lifestyle, a resposta é simples: medo.

“A maioria desses comportamentos é resultado de agressão baseada no medo”, explica Kate.

Tente pensar como o cachorro: você está tendo um dia tranquilo até que, do nada, um estranho barulhento, com roupas chamativas e cheiro diferente se aproxima.

Você mostra para ele que não está confortável com a aproximação e ele ignora completamente. Ele ‘invade’ o seu território rapidamente, não traz nenhum benefício e, em instantes, vai embora.

Isso pode ser completamente confuso e assustador para o cachorro.

Além disso, a exposição rápida ao estímulo impede que o cão aprenda que aquele visitante não representa uma ameaça real.

“O cachorro nunca tem a oportunidade de aprender que não precisa ter medo dessas pessoas, que elas não representam uma ameaça”, completa a especialista.

Outro fator é o instinto territorial. Para muitos cães, especialmente os de raças de trabalho, proteger o território é uma necessidade inata. A simples presença de um estranho na porta de casa é interpretada como uma invasão.

Quando o problema vira risco

Latidos podem ser apenas incômodos, mas a situação se complica quando o cão parte para o ataque.

“Às vezes o tutor só percebe a gravidade quando abre a porta e o carteiro é mordido”, alerta.

Além do perigo óbvio para os profissionais, esse comportamento também é estressante para os próprios cães.

“Eles estão constantemente em estado de alerta e medo, o que não é saudável.”

Cães muito reativos também podem apresentar agressão redirecionada — ou seja, atacam alguém por perto, como um familiar, porque não conseguem alcançar a "ameaça".

Como mudar esse comportamento?

A boa notícia é que dá para treinar o cachorro a lidar melhor com essas situações.

O segredo, segundo as especialistas, é transformar a presença do carteiro em algo positivo — um processo chamado contracondicionamento clássico.

A dica é usar petiscos de alto valor assim que o carteiro aparecer.

Tracey indica fazer ‘chover petiscos’ quando o ‘monstro’ aparecer. Com o tempo, o cachorro associa essa figura assustadora com algo bom.

“Tenho quase certeza de que se alguém me desse US$ 1.000 cada vez que eu visse uma aranha, eu também mudaria minha resposta emocional”, brincou.

Para cães que não aceitam petiscos por estarem muito estressados, o ideal é mantê-los longe da porta ou janelas. Cobrir a visão da rua com cortinas ou painéis também ajuda.

Mudar a resposta emocional do cachorro “leva tempo, porque estamos efetivamente reconectando o cérebro do nosso cão”, reforça Kate. No entanto, é totalmente possível.

“Quanto mais praticamos, melhores ficamos.”

Redatora.