Cachorros fazendo entregadores correr: Compilado de vídeos prova que profissão exige preparo físico para fugir
Por Larissa Soares em Cães
Trabalhar como entregador não é fácil. Além de agilidade e responsabilidade, essa profissão também exige preparo físico — e não é pouco!
Pelo menos é isso que um compilado de vídeos compartilhado pela página @furball.diary no TikTok têm provado.
Os registros mostram entregadores e carteiros sendo surpreendidos por cães de todos os tamanhos e raças.
Tem gente pulando cerca como se estivesse em uma prova de atletismo, subindo no capô do carro com uma agilidade impressionante, e até correndo como se participassem de uma maratona.
“É necessário ser atleta para trabalhar nisso?”, perguntou um internauta nos comentários.
Outro completou, imaginando uma entrevista de emprego:
“Entrevistador: Sabe pular nível semi olímpico, tipo 1,5m e correr entre 25 a 30 km/h?”
Já outros preferiram enxergar o lado positivo da situação:
“Só vi atletas muito capacitados e motivados por treinadores excelentes”, brincou um terceiro.
Por que os cães enlouquecem com o carteiro?
Segundo a especialista em comportamento animal Kate Mornement e a treinadora de cães Tracey Taylor, ouvidas pela ABC Lifestyle, a resposta é simples: medo.
“A maioria desses comportamentos é resultado de agressão baseada no medo”, explica Kate.
Tente pensar como o cachorro: você está tendo um dia tranquilo até que, do nada, um estranho barulhento, com roupas chamativas e cheiro diferente se aproxima.
Você mostra para ele que não está confortável com a aproximação e ele ignora completamente. Ele ‘invade’ o seu território rapidamente, não traz nenhum benefício e, em instantes, vai embora.
Isso pode ser completamente confuso e assustador para o cachorro.
Além disso, a exposição rápida ao estímulo impede que o cão aprenda que aquele visitante não representa uma ameaça real.
“O cachorro nunca tem a oportunidade de aprender que não precisa ter medo dessas pessoas, que elas não representam uma ameaça”, completa a especialista.
Outro fator é o instinto territorial. Para muitos cães, especialmente os de raças de trabalho, proteger o território é uma necessidade inata. A simples presença de um estranho na porta de casa é interpretada como uma invasão.
Quando o problema vira risco
Latidos podem ser apenas incômodos, mas a situação se complica quando o cão parte para o ataque.
“Às vezes o tutor só percebe a gravidade quando abre a porta e o carteiro é mordido”, alerta.
Além do perigo óbvio para os profissionais, esse comportamento também é estressante para os próprios cães.
“Eles estão constantemente em estado de alerta e medo, o que não é saudável.”
Cães muito reativos também podem apresentar agressão redirecionada — ou seja, atacam alguém por perto, como um familiar, porque não conseguem alcançar a "ameaça".
Como mudar esse comportamento?
A boa notícia é que dá para treinar o cachorro a lidar melhor com essas situações.
O segredo, segundo as especialistas, é transformar a presença do carteiro em algo positivo — um processo chamado contracondicionamento clássico.
A dica é usar petiscos de alto valor assim que o carteiro aparecer.
Tracey indica fazer ‘chover petiscos’ quando o ‘monstro’ aparecer. Com o tempo, o cachorro associa essa figura assustadora com algo bom.
“Tenho quase certeza de que se alguém me desse US$ 1.000 cada vez que eu visse uma aranha, eu também mudaria minha resposta emocional”, brincou.
Para cães que não aceitam petiscos por estarem muito estressados, o ideal é mantê-los longe da porta ou janelas. Cobrir a visão da rua com cortinas ou painéis também ajuda.
Mudar a resposta emocional do cachorro “leva tempo, porque estamos efetivamente reconectando o cérebro do nosso cão”, reforça Kate. No entanto, é totalmente possível.
“Quanto mais praticamos, melhores ficamos.”
Redatora.