Cachorrinha 'fiapo de manga', que sofria 'bullying' de outros pets em abrigo, pede ajuda a jornalista — e tudo muda

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em Proteção Animal

Sempre estive envolvida com a causa animal. Além de redatora do Amo Meu Pet, também atuo como comunicadora e social media na Rádio Planalto, em Passo Fundo (RS).

Pautas sobre proteção animal quase sempre caem no meu colo e não é por acaso… tenho esse compromisso no coração.

No dia 16 de maio fui ao Albergue São Chico, um abrigo que também funciona como hospedagem e clínica que acolhe cães vítimas de maus-tratos ou em situação de rua, mantido em parceria com a prefeitura.

Lá, entre filhotes, adultos e idosos, conheci uma cadelinha que mudou meu dia.

O vínculo e a adaptação

Ela era um “fiapo de manga”, como chamamos carinhosamente os vira-latinhas magrinhos e peludinhos. Tinha cerca de cinco meses e estava sendo agredida pelos outros filhotes, que não a deixavam comer.

Por isso, havia sido colocada no canil dos cães idosos. Mesmo assim, foi uma das únicas que se aproximou da grade e deixou eu fazer carinho. Ali, senti um vínculo. Uma necessidade de protegê-la.

Dois dias depois, após conversar com a veterinária responsável, ela chegou na minha casa.

Minha intenção era ficar com ela. Tenho duas gatas, Eva e Isabel, de 8 anos, e uma cachorrinha, Cleópatra, de 5.

Mas a adaptação não foi fácil: como a filhote vinha de um ambiente em que passava fome, ela era extremamente esfomeada e tentava comer a comida de todos.

Também queria brincar o tempo inteiro, algo que minhas adultas já não tinham mais tanta paciência.

Foi aí que compreendi: ela merecia mais. Merecia um lar só para ela, onde fosse a única pet e tivesse atenção exclusiva. Se houvesse uma criança para brincar com ela, melhor ainda.

Um novo começo

De forma despretensiosa, uma amiga comentou que a vizinha estava procurando uma fêmea para adoção.

Entrei em contato, contei toda a história. E a resposta foi certeira: a filha da vizinha, de 10 anos, estava sonhando com uma companheira.

Foi nesse momento que entendi que minha missão era tirá-la do abrigo e levá-la até sua família ideal.

Hoje ela foi batizada de Akira e vive com Adriana e sua filha em Passo Fundo, a menina de 10 anos se apaixonou por ela e ambas se tornaram inseparáveis.

“Ela vai ser muito amada e minha filha está muito feliz”, me falou a adotante quando decidi confiar o destino da cachorrinha à sua família.

Veja o vídeo do meu encontro com ela:

A proteção animal é isso. Nem sempre conseguimos adotar todos. Mas sempre podemos ser ponte entre eles e um lar cheio de amor.

Jornalista formada pela Universidade de Passo Fundo (UPF). Gosta de livros, animais e é vegetariana.