Quem é você? Shih-tzu finge não conhecer a própria passeadora e cena viraliza
Por Larissa Soares em Cães
O shih-tzu Nemo, morador de São Luís, no Maranhão, mostrou que até mesmo o rostinho mais fofo pode te trair na cara dura.
Há algum tempo, Nemo estava passeando normalmente pelo bairro com a sua “humana secundária”.
O rabo balançava e tudo parecia certo.
Até que, ao longe, o shih-tzu reconheceu alguém muito especial: a “humana favorita”.
Tomado pelo entusiasmo, Nemo correu animado até a mamãe, saltou nos braços dela e se aconchegou no colo. Mas foi aí que a fofura deu lugar ao caos.
Assim que se viu seguro no colo da tutora, o comportamento de Nemo mudou radicalmente.
Ele virou para a moça que o acompanhava segundos antes e passou a rosnar, latir e até tentar avançar, como se jamais tivesse visto a coitada na vida.
O vídeo da cena hilária foi compartilhado no TikTok e, claro, viralizou.
“Nemo late na cara da humana que leva ele para passear todos os dias após ver a humana predileta”, escreveu a tutora na legenda.
Nos comentários, os internautas se divertiram:
“Já não preciso dos seus serviços, serviçal. Pode se retirar!”, brincou um.
“Já acabou o passeio mesmo, agora posso latir pra ela”, imaginou outro.
“O meu é assim, gosta de todo mundo, mas se eu aparecer, ele não gosta mais”, compartilhou outro tutor.
Por que esse comportamento acontece?
De acordo com a Dra. Megan E. Maxwell, especialista em comportamento animal, Nemo estava, na verdade, protegendo um recurso que ele considera valioso: o colo da tutora.
Esse tipo de reação é conhecido como proteção de recursos, e não envolve necessariamente ciúmes ou proteção à pessoa, mas sim a defesa de algo que o cão não quer perder.
“Muitas vezes, a motivação é mais egoísta – o cão pode não estar respondendo a uma ameaça à sua pessoa favorita, mas sim à possibilidade de perder seu conforto no colo”, explica a doutora.
Muitos cães percebem que, quando outra pessoa se aproxima, eles podem ser colocados no chão ou perder a atenção exclusiva.
Então, aprendem que rosnar funciona para afastar a ‘ameaça’ e manter sua posição.
Segundo o American Kennel Club (AKC), esse comportamento não está ligado a uma raça específica. Qualquer cão pode apresentar sinais de proteção de recursos.
Além de objetos como brinquedos e comida, os cães também podem "guardar" humanos, locais da casa e, como no caso de Nemo, colos preferidos.
A especialista Nicole Costanza, avaliadora de bons cidadãos caninos do AKC, alerta que os tutores devem observar os sinais corporais: o cão pode enrijecer o corpo, mostrar o branco dos olhos, levantar os lábios ou rosnar baixo antes de partir para atitudes mais agressivas.
“O importante é entender que o cão está respondendo ao que ele percebe como uma ameaça à sua posse, e não necessariamente ao comportamento da pessoa que se aproxima”, explica Costanza.
E o que fazer nesse caso?
Situações como a do Nemo podem ser engraçadas à primeira vista, mas merecem atenção.
Se o comportamento de proteção de recursos for recorrente ou começar a se intensificar, o ideal é buscar ajuda de um adestrador positivo ou especialista em comportamento canino.
Assim, é possível trabalhar com reforço positivo e dessensibilização para que o cão aprenda que ninguém vai tirar dele aquilo que ama – seja um brinquedo, uma tigela de ração ou um colinho quentinho.
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