Cão Golden impressiona por ajudar no adestramento de cão com histórico agressivo
Por Larissa Soares em Adestramento
Quem olha para o golden retriever Max, nem imagina que ele tem uma missão séria: ajudar cães reativos e com histórico agressivo a viver em sociedade.
Por ser de uma raça dócil e amigável, a forma como ele trabalha deixou os internautas impressionados.
Max é o parceiro leal do adestrador de cães Gabriel Carreiro (@adestradorgabriell), de Itapecerica da Serra, São Paulo.

Em um registro compartilhado pelo especialista, Max aparece em ação, ajudando Chico, um cão sem raça definida com sérias dificuldades de convivência.
“Chico matou um cão pequeno em uma creche. Ele tem um problema muito grande com outros animais. Não pode ver que surta”, contou Gabriel no vídeo.
Max entra em ação
Com o comando “trabalhar”, Max entra com tudo na missão.
Para quem assiste sem entender o contexto, a cena pode parecer uma briga. Mas o que está acontecendo ali é um exemplo de ressocialização canina cuidadosamente guiada.
Max avança, se impõe, dá pequenas mordidas e mostra limites, tudo isso sem machucar.
Ele não está agredindo. Está corrigindo, quase como uma mãe cadela faria com seus filhotes.
“Se Chico não entender que existe um limite, ele nunca vai melhorar”, diz Gabriel. “Nada como um cão para testar outro cão.”
No final do treino, Chico estava calmo. Nada de rosnados, nada de ataque. Já Max, com o clássico 'sorriso' de golden retriever.
“Max é tipo: o que acontece no trabalho, fica no trabalho kkkkkk”, brincou um internauta nos comentários.
“O Max: Ae Chico, tá ligado que não é nada pessoal né?”, brincou outro.
Não é briga, é educação canina
Apesar de causar estranhamento em alguns, a correção feita por Max não é violência, mas sim, linguagem canina.
Segundo a adestradora Teena Patel, cadelas mães ensinam seus filhotes desde cedo com esse tipo de comportamento.
“Seus métodos são sutis, porém eficazes, com foco na comunicação e nas consequências naturais”, explica.
Durante aquelas ‘brincadeiras de lutinha’ com os filhotes, por exemplo, um cãozinho pode acabar mordendo a mãe com força.
Como resposta, ela pode repreender com um latido agudo e a interrupção da brincadeira.
“Isso ensina aos filhotes a pressão adequada para brincar sem causar danos. Curiosamente, a intensidade do latido pode até sinalizar a gravidade da ofensa!”, escreve.
Uma mordiscada suave e rápida, um rosnado baixo e uma postura rígida são algumas formas que as mamães usam para comunicar desaprovação e ensinar o filhote sobre a hierarquia na matilha.
“Essa dominância não se trata de agressão; trata-se de criar um ambiente seguro e previsível para os filhotes aprenderem e crescerem.”
A importância da socialização
A socialização é uma das fases mais cruciais da vida de um cão.
De acordo com a médica-veterinária e especialista em comportamento animal, Wailani Sung, via PetMD, o período ideal vai das 3 às 12 semanas de idade.
É nesse momento que os filhotes aprendem como interagir com o mundo: pessoas, sons, objetos, outros cães e situações diversas.
Cães que não foram bem socializados tendem a reagir com medo, agressividade ou ansiedade a estímulos que deveriam ser comuns no dia a dia.
Por isso, em casos como o de Chico, onde o trauma ou a falta de exposição afetaram seu comportamento, a socialização controlada e a correção orientada são fundamentais.
Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.