Ave gigante de ‘canelas grossas’ impressiona internautas e gera dúvidas: será real?

No dia 21 de julho, o internauta Eloisio Lacerda deixou muita gente intrigada nas redes sociais.

Durante uma viagem de moto pela Cordilheira dos Andes, ele se deparou com algo impressionante: uma ave gigantesca pousada no acostamento, maior do que muitos já tinham visto na vida real… ou nas telas.

O vídeo, publicado no Instagram, viralizou e já soma mais de 18,8 milhões de visualizações.

Muitos pensaram estar diante de um condor-dos-andes, uma das maiores aves do mundo, típica da América do Sul. Mas, logo, começaram as desconfianças.

Apesar da semelhança com o verdadeiro condor, alguns detalhes começaram a incomodar os mais atentos. Um deles: as patas.

“Se ele voar com essas pernas ele vai cair”, comentou um internauta.

Outro apenas publicou um GIF de uma pessoa fantasiada de ave correndo em uma esteira.

“Condor com problema de circulação, as pernas inchadas, deve estar CON DOR…”, brincou outro usuário, arrancando risadas.

E, como sempre, não demorou para aparecer um “detetive de plantão” e declarar: “É uma pessoa usando essa fantasia.” E ele estava certo.

A ave gigante, na verdade, era só uma fantasia realista. Mas engana-se quem pensa que o condor-dos-Andes é pequeno. Pelo contrário. A ave verdadeira impressiona quase tanto quanto o modelo fake.

Um gigante dos céus

De acordo com a National Geographic Brasil, o condor-dos-andes (Vultur gryphus) é um dos maiores pássaros do mundo quando o assunto é envergadura: pode chegar a incríveis 3 metros de uma ponta da asa à outra.

Além disso, pesa entre 7 e 15 quilos e pode medir até 1,28 metro de comprimento.

Natural da América do Sul, o condor é encontrado em países como Argentina, Chile, Bolívia, Peru e Colômbia — o Brasil fica fora dessa rota.

Eles vivem, em geral, nas regiões montanhosas dos Andes, mas também podem ser avistados em campos abertos e até zonas costeiras.

Uma das características mais curiosas dessa espécie é sua capacidade de mudar a cor da pele no pescoço e no rosto, regiões onde não possuem penas. Esse "termômetro emocional" serve para comunicação, inclusive para atrair parceiros durante a época de acasalamento.

Um limpador natural (e essencial) do ambiente

O condor-dos-andes é um necrófago, ou seja, se alimenta de carniça. Pode parecer desagradável, mas esse hábito alimentar é extremamente importante para os ecossistemas.

Ao consumir animais mortos, ele evita a propagação de bactérias e doenças que poderiam afetar outros animais e até os humanos.

Quando encontra um corpo, ele não desce de imediato. Primeiro, observa do alto, voa em círculos e só depois decide se vale a pena se aproximar.

Prefere animais de grande porte, selvagens ou domésticos, e quando está na costa, não dispensa peixes mortos ou até focas.

Um parceiro para a vida toda

Não é só o tamanho que é grande. O coração dos condor-dos-andes também é enorme.

Eles são monogâmicos e mantêm o mesmo parceiro durante toda a vida. Casais constroem ninhos em cavernas em paredões rochosos, e ambos os pais se revezam para incubar os ovos e alimentar os filhotes.

A relação entre pais e crias também é duradoura: os jovens costumam permanecer com os pais por até dois anos.

Ameaças à sobrevivência

Apesar de seu porte e importância ecológica, o condor está ameaçado. A Lista Vermelha da IUCN classifica a espécie como "vulnerável à extinção", e sua população está em queda.

Um dos maiores riscos é a utilização de iscas envenenadas, deixadas ilegalmente por fazendeiros para controlar predadores. Esses venenos acabam atingindo o condor, que, ao comer a carniça contaminada, também morre.