Sem forças nem mesmo para caminhar, cachorrinha encontrada em pele e osso é salva de gaiola achada em imóvel
Por Larissa Soares em Proteção Animal
Uma cachorrinha chamada Hazel passou por uma transformação incrível após ser resgatada em condições alarmantes.
Trancada em uma gaiola, completamente sozinha e debilitada, Hazel foi encontrada em um imóvel desocupado em Jacksonville, na Flórida (EUA), pela dona da propriedade.
Sem perder tempo, ela entrou em contato com uma clínica veterinária da região, pedindo se poderia levar a cadela até lá. Foi assim que o caso chegou até Madison Ellis, técnica veterinária na clínica.
“Achávamos que ela não sobreviveria”
Ao chegar, Hazel pesava pouco mais de três quilos e estava irreconhecível. Seu corpo parecia um esqueleto vivo.
Fraca demais até para se levantar, a cachorrinha sequer conseguia fazer necessidades sozinha. Madison precisou ajudar a realizar manualmente durante os primeiros dias.
“Ela estava muito mal. Honestamente, não achávamos que ela iria sobreviver, mas resolvemos dar o fim de semana para ver se apresentava alguma melhora”, contou Madison à Newsweek. “Na segunda-feira, ela já estava tentando se firmar.”
Um passo de cada vez...
Com fluidos intravenosos, medicamentos e uma alimentação cuidadosamente programada, Hazel começou a dar sinais de recuperação.
Ao final da primeira semana, mesmo com dificuldade, já conseguia dar alguns passos, ainda que caísse com frequência.
Foram necessárias cerca de três semanas até que ela conseguisse andar normalmente.
“Ela é muito feliz”
Dois meses depois do resgate, a cachorrinha que mal conseguia se mover já corre, brinca, pula e se diverte com outros cães. Ela ganhou cerca de 4,5 kg e está completamente irreconhecível.
“É realmente incrível a rapidez com que ela se recuperou da fome”, afirmou Madison.
Tocada pela história, ela decidiu adotar Hazel, garantindo que a cadelinha nunca mais passe por sofrimento.
Ela faz parte da rotina da tutora e até vai junto ao trabalho de vez em quando, só para ficar coladinha.
“Todo dia que chego em casa, ela me cumprimenta com um brinquedo e o bumbum balançando. Ela é muito feliz”, disse Madison.
Alimentar um cão esquelético pode ser perigoso!
Ao ver um animal tão magro, o impulso mais comum de qualquer pessoa é oferecer bastante comida o quanto antes. Mas isso pode ser perigoso e até fatal.
De acordo com os veterinários do PetMD, cães que passaram fome por longos períodos não estão metabolicamente preparados para lidar com uma grande quantidade de alimentos de uma só vez.
Isso pode causar um distúrbio chamado síndrome da realimentação, caracterizado por desequilíbrios graves de eletrólitos, vitaminas e fluidos.
“O corpo, ao tentar sobreviver à inanição, passa por mudanças metabólicas profundas. Quando é subitamente inundado com nutrientes, não consegue processar tudo de forma adequada, e os efeitos colaterais podem atingir vários órgãos, incluindo coração e cérebro”, explica.
Em casos extremos, o resultado pode ser fatal.
Além disso, mesmo formas mais leves da síndrome podem causar problemas gastrointestinais como vômitos, perda de apetite e diarreia.
Ou seja, justamente o que se deve evitar quando se quer que um animal recupere o peso e a saúde.
O que fazer ao encontrar um cão desnutrido?
A orientação é, antes de tudo, levar o cão ao veterinário imediatamente, para iniciar o tratamento com fluido intravenoso.
A alimentação deve começar devagar e em pequenas porções de comida de alta qualidade, divididas em três ou quatro refeições diárias.
Além disso, como afirma o American Kennel Club (AKC), existem muitas causas possíveis para a perda de peso que vão além da falta de comida, como infecções, parasitas ou outras doenças que exigem tratamento específico.
Se o diagnóstico for realmente nutricional, o veterinário pode recomendar mudanças graduais na alimentação, como o uso de rações mais calóricas ou uma maior frequência de refeições, mas sempre dentro de um plano equilibrado.
O excesso de suplementos, restos de comida ou alimentos não formulados para cães pode causar mais mal do que bem.
“O importante é garantir uma dieta completa e balanceada, com orientação profissional em todas as etapas”, afirma o Dr. Jerry Klein, veterinário-chefe do AKC.
Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.