Mulher dirigia tranquilamente até ouvir barulho de plástico - então ela para ao perceber uma bola de pelo no pneu
Era alguém lindo, de olhos cor de caramelo, que precisava de socorro...
Por Ana Carolina Câmara em Gatos
Em junho, um gatinho assustado atravessou uma movimentada avenida em St. John, Indiana, nos Estados Unidos. Apavorado, mas determinado, ele cruzou quatro pistas e se abrigou no estacionamento de uma farmácia Walgreens.
A cena não passou despercebida. Era final de tarde quando Natalie Bartuszek, uma moradora local que dirigia de volta para casa, viu tudo e imediatamente soube que precisava ajudar.
A ação audaciosa do felino o levou a uma nova vida!
O resgate
Natalie contou em entrevista ao The Dodo que, ao ver o gatinho de longe, pensou se tratar de um saco preto flutuante. Ou seja, dá para imaginar o quão rápido o felino corria para atravessar a avenida.
Os gatos são animais incrivelmente rápidos e ágeis graças a uma combinação de anatomia especializada, percepção sensorial aguçada e reflexos instantâneos.
Segundo o site PetIndiaOnline, os gatos possuem reflexos extraordinariamente rápidos, capazes de responder a estímulos visuais em apenas cerca de 20 milissegundos, quase dez vezes mais rápido que um ser humano, cujo tempo de reação visual costuma ficar entre 200 e 250 milissegundos.
Além disso, sua anatomia é totalmente adaptada para velocidade: eles caminham sobre os dedos (digitígrados), têm espinha flexível e uma musculatura com fibras de contração rápida, o que permite mudanças bruscas de direção e acelerações poderosas.
Essa estrutura também favorece saltos altos, corridas curtas e movimentos precisos e silenciosos.
Não foi de se admirar que Natalie confundisse o gatinho com um saco afinal, com sua ligeireza, o pequeno parecia mais um vulto cruzando a pista.
Natalie sabia que precisava agir para ajudar o pobre indefeso. Sem hesitar, deu meia-volta, estacionou o carro, pegou uma toalha que tinha à mão e foi em busca do gatinho.
Só que o pobrezinho estava tão aterrorizado e provavelmente nunca havia tido contato com humanos, ou, se teve, pode ter sido maltratado, que ele fugiu assim que Natalie se aproximou.
"Ele ficou completamente apavorado", disse Natalie. "Ele continuou fugindo de mim. Começou a voltar para o trânsito e eu o cortei."
Em questão de minutos, o gatinho desapareceu. Natalie começou a procurar ao redor, mas nada. Já acreditava que ele tivesse escapado para algum lugar inacessível ou, pior, corrido de volta para a rua.
Foi então que começou a ouvir miados vindo de seu carro e, ao se aproximar, percebeu que o gatinho havia se escondido no pneu, encolhido e ainda tremendo de medo.
"Foi quando eu o vi no meu pneu", disse Natalie.
O gatinho, de alguma forma, conseguiu se esconder dentro da calota do carro, e tudo o que Natalie conseguia ver eram tufos de pelo saindo por entre as frestas, misturados ao som dos miados assustados.
Sem saber o que fazer, Natalie ligou para o marido, que prontamente foi até o local para ajudá-la. Juntos, eles tentaram encontrar uma forma segura de retirar o gatinho, sem assustá-lo ainda mais.
E assim, após 10 minutos de paciência e cuidado, o casal conseguiu resgatar o gatinho, que estava nervoso, mas aparentemente sem ferimentos.
"Ele saiu brigando", disse ela. "Colocamos ele em uma caixa de transporte. Ele estava muito estressado. Estava ofegante e completamente arrepiado."
Recomeço
Já era tarde da noite e nenhum abrigo de animais estava aberto, então Natalie levou o gatinho para casa. Ela o alimentou e o acomodou em um quarto separado, para que pudesse se acalmar e não se assustar ainda mais com o outro gatinho que já vivia com ela.
Algumas horas depois, Natalie foi checar o gatinho. Ele ainda estava arisco e não deixava que ela se aproximasse muito, mas, com paciência, ela conseguiu observá-lo de perto e se tranquilizou ao ver que ele não parecia ferido.
Então ela começou a enviar mensagens para abrigos locais, na esperança de que algum pudesse acolher o gatinho ou orientar sobre os próximos passos.

Foi então que o abrigo Whiskers of Winfield, localizado em Winfield, Indiana, a cerca de 30 minutos da cidade de Natalie, respondeu dizendo que estavam organizando um evento de adoção no dia seguinte e que ela poderia levar o gatinho até lá para que ele tivesse uma chance de encontrar um novo lar.
“Algumas pessoas tentaram adotá-lo logo de cara”, contou Megan Martin, responsável pelas redes sociais do Whiskers of Winfield, ao The Dodo. “Eu disse: ‘Não, não, ele acabou de chegar aqui.’ Ele estava simplesmente apavorado.”
Quando as voluntárias perceberam o quanto o filhote ainda estava assustado, decidiram não colocá-lo imediatamente para adoção. Após o evento, o levaram para o abrigo e deram-lhe um banho antipulgas, que o deixou parecendo outro gatinho.
"Ele estava imundo", disse Martin. "Depois que lavamos... toda aquela sujeira dele, ele se transformou em um gatinho laranja diluído, superfofo."
O felino foi nomeado Indy, em homenagem à estrada onde foi resgatado. Durante alguns dias, permaneceu na fase de socialização, e não demorou para revelar seu lado doce e carinhoso, surpreendendo todos no abrigo com sua transformação.
"Ele é simplesmente o gato mais doce do mundo", declarou Megan.
Indy foi encaminhado para um lar temporário, onde tem vivido ao lado de outros gatinhos resgatados. No novo ambiente, ele tem se mostrado cada vez mais confiante, brincando, explorando e aproveitando o carinho que antes desconhecia.
“Não sei se você já viu 'O Gato de Botas'. A carinha triste do gato — tipo, onde ele faz isso? Essa é a cara constante [do Indy]”, disse Megan. “Ele é realmente um dos gatinhos mais dóceis que já tivemos em nosso abrigo.”
Quando esse lindinho estiver disponível para adoção, não tenho dúvida de que encontrará rapidamente uma família amorosa, pronta para dar a ele o lar seguro e acolhedor que tanto merece.
Por que alguns gatinhos são ariscos como o Indy?
Gatinhos ariscos, como o Indy, geralmente se comportam assim por falta de socialização nos primeiros dias de vida, experiências traumáticas ou até fatores genéticos.
Segundo o site The Spruce Pets, o período entre 2 e 7 semanas é essencial para que filhotes aprendam a confiar nos humanos. Quando isso não acontece, eles crescem desconfiados e assustados.
Além disso, se a mãe for arisca, os filhotes tendem a imitar esse comportamento. O medo também pode vir de traumas anteriores.
Felizmente, com paciência, segurança e um ambiente estável, muitos gatinhos ariscos conseguem se transformar em animais carinhosos e sociáveis. Indy é um exemplo claro disso.
Redatora e apresentadora do Canal Amo Meu Pet.
Com formação em Design de Produtos e especialização em Design de Interiores pela Universidade de Passo Fundo, a Ana encontrou sua verdadeira paixão ao unir criatividade, comunicação e o amor pelos animais.
Apaixonada por contar histórias que tocam o coração, ela estudou Escrita Criativa com o escritor Samer Agi e participa do programa JournalismAI Discovery, organizado pela Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres e a Iniciativa de Notícias do Google, buscando se aprofundar no universo digital.
Hoje, dedica-se a produção de conteúdos que informam, emocionam, conscientizam e arrancam sorrisos.