Cachorro em luto pela morte do melhor amigo visita seu memorial todos os dias
Por Beatriz Menezes em Aqueça o coração
A morte de Lex, um cão adotado em 2012, transformou a rotina da família de Spiro Vganges e também abalou profundamente Vaughn, seu companheiro de quatro patas.
Desde a partida do amigo, Vaughn tem feito visitas diárias ao memorial criado em homenagem ao cão, demonstrando um gesto de luto que comoveu a todos dentro de casa.
Lex viveu mais de uma década ao lado da família e foi descrito como um animal leal e afetuoso.
Spiro contou que o cachorro esteve presente em todos os momentos importantes, tornando-se parte essencial da vida doméstica.
“Ele sempre esteve ao meu lado. Foi o animal mais doce e amoroso que já conheci”, disse.
A história de amizade entre os dois cães começou quando, sete anos após a chegada de Lex, a família adotou um filhote chamado Vaughn.
Cheio de energia, ele logo buscou em Lex uma referência. Apesar da diferença de idade, os dois se tornaram parceiros.
Vaughn provocava brincadeiras e Lex, já mais calmo, respondia da forma que podia.
Essa relação entre o cão mais velho e o mais jovem acabou criando uma conexão única.
Com o passar dos anos, a parceria deixou de ser apenas brincadeira. Vaughn amadureceu e passou a acompanhar Lex nos momentos de descanso.
Juntos, dividiam longas horas lado a lado, transmitindo à família a imagem de uma amizade sólida e silenciosa.
O dia da despedida
Quando Lex morreu no mês passado, a família decidiu permitir que Vaughn tivesse uma última despedida. O gesto trouxe algum conforto, mas não eliminou o vazio deixado pela ausência.
Pouco depois, Vganges preparou um memorial com cinzas, pegada, pelos e fotografias de Lex.
A caixa de lembranças foi colocada sobre o piano da sala sem que ele imaginasse a reação que viria em seguida.
Assim que viu o memorial, Vaughn se aproximou imediatamente. O tutor contou que perguntou ao cão se ele reconhecia Lex e, naquele instante, as orelhas do animal se ergueram.
Todo dia, uma olhadinha no memorial...
Desde então, Vaughn retorna todos os dias ao mesmo lugar, permanecendo em frente às recordações do amigo.
Para a família, o comportamento é uma forma de o cachorro manter viva a memória de quem partiu.
“Essas visitas diárias mostram o vínculo profundo que ele tinha com o Lex”, afirmou Vganges.
O tutor acrescentou que, de certa forma, observar o gesto de Vaughn também ajudou a família a lidar com o luto.
“Tivemos sorte de ter o Lex. E agora temos sorte de ter o Vaughn.”
A cena reforça como cães também vivenciam processos de perda.
Os pets podem sentir a ausência de companheiros e manifestar sinais de tristeza, como perda de apetite, menor disposição ou busca constante por objetos ligados ao amigo.
No caso de Vaughn, o memorial virou o ponto de referência para esse reencontro simbólico.
A ligação construída ao longo dos anos não se rompe com a morte.
Pelo contrário, se manifesta em pequenos gestos que provam o quanto cães conseguem elaborar sentimentos diante da ausência.
A família de Vganges encontrou no comportamento de Vaughn um motivo para valorizar ainda mais o tempo vivido com Lex.
O memorial, que nasceu como forma de preservar lembranças, acabou se tornando também um espaço de afeto para o cão sobrevivente.
O ritual diário de visita é hoje parte da rotina da casa, lembrando a todos que o amor entre os animais permanece mesmo após a despedida.
Vaughn não é o único cão que demonstrou esse tipo de comportamento após perder um amigo.
No Rio Grande do Sul um cachorro chamado Branco emocionou a família ao começar a visitar o túmulo do tutor todos os dias.
Branquinho vivia em Santa Clara do Sul, ele perdeu o tutor Ademar Seidel em 2020. Com o falecimento do agricultor ele passou a visitar o túmulo todos os dias, permanecendo por horas ao lado da foto do amigo no cemitério.
O túmulo fica próximo da casa da família no interior. A amizade entre os dois era tão forte que, antes da morte de Ademar, Branquinho chegou a salvá-lo de um ataque de touro.
Com a partida do seu humano favorito, Branquinho se aproximou de Fabiano, o genro de Ademar e também agricultor.
Por vezes, a dupla ia junta até o cemitério e dividia momentos cheios de aventuras.
O cachorro acompanhava o novo tutor em alguns trabalhos e era visto, muitas vezes, a correr ao lado do seu trator.
Em 2023, Branquinho foi pai e a família ficou com um filhote que é igual a ele.
Porém ao completar 16 anos em 2024, Branco veio a falecer devido a idade. O jornal Vale Agrícola presenteou a família com uma estátua do cão, que foi colocada em cima do túmulo de Ademar.
Agora, Branquinho reuniu-se finalmente com o seu melhor amigo.

Em Val Veronês, interior de Faxinal do Soturno, também no Rio Grande do Sul, Nelson Minuzzi, de 80 anos, faleceu, e a reação de seu cão Lobinho emocionou familiares e vizinhos.
O animal acompanhou toda a cerimônia de despedida e seguiu até o cemitério, permanecendo ao lado do túmulo de quem foi sua referência diária e responsável por sua alimentação.
Segundo o sobrinho Sérgio Minuzzi, Lobinho continua demonstrando sinais de apego mesmo após a perda.
De acordo com o >jornal Jauru Comunicação, frequentemente o cemitério onde o tutor foi sepultado.

“O tio Nelson dava comida para ele todos os dias. Faz uns três anos que convivia conosco. Pegamos ele ainda pequeno, na comunidade de Guarda-Mor. Nem imaginei que cresceria tanto, mas se tornou parte da família. Quando o tio faleceu, ele sentiu muito, acompanhou o velório e agora volta, às vezes, ao cemitério”, relatou.
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