Tutora achava que tinha adotado cachorrinha sorridente, mas descobre que levou para casa uma 'máquina de pinball'

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Para a maioria das pessoas, a decisão de adotar um animal de estimação vem acompanhada de um roteiro mental. Victoria, uma entusiasta de cães, não foi exceção.

No dia 1º de outubro ela contou em vídeo ao Geobeats que sonhava em ter um galgo italiano, raça conhecida por sua elegância e um temperamento que muitos descrevem como "80% sonolento e 20% maluco".

Quando encontrou Nori, uma cadela da raça que precisava de um novo lar, ela acreditou que estava trazendo para casa a tranquilidade em forma de um animal sorridente.

A realidade, no entanto, se mostrou mais parecida com uma máquina de pinball ligada na voltagem máxima.

A história de Nori e Victoria começou com um telefonema. A tutora anterior da cadela relatou que a convivência "não estava dando certo".

A energia de Nori era incompatível com seu antigo ambiente. Para Victoria, aquilo soou como um desafio aceitável. Após uma conversa, o veredito foi dado.

"Ok, essa é uma boa combinação", ouviu ela do outro lado da linha.

Mal sabia que essa "boa combinação" redefiniria o conceito de energia e transformaria sua casa em um verdadeiro parque de diversões canino.

Os primeiros dias foram enganosamente tranquilos. Nori chegou tímida, quase invisível.

"Ela era muito, muito tímida, muito assustada na primeira semana", conta Victoria ao descrever o período inicial de adaptação.

A cadela se movia com cautela, estudando cada canto do novo território. O silêncio era a trilha sonora da casa, e Victoria imaginou que a personalidade de Nori seria a de um cão reservado e quieto.

A calmaria, contudo, era apenas o prenúncio da tempestade perfeita.

De um dia para o outro, um interruptor foi acionado no cérebro de Nori. Assim que se sentiu confortável, a timidez evaporou e deu lugar a uma explosão de energia cinética.

A cachorrinha que antes mal se movia agora parecia ter molas nas patas. "Ela salta com uma velocidade incrível", relata a tutora.

Os sofás se tornaram trampolins, os corredores viraram pistas de corrida e cada cômodo da casa passou a ser um obstáculo a ser vencido.

A elegante galgo italiano se revelou uma atleta de parkour, uma força da natureza que desafiava as leis da física e a organização do lar.

A convivência com outros animais apenas intensificou essa personalidade excêntrica. Morando com colegas que tinham outro cachorro, Victoria viu Nori sair completamente do seu casulo.

"Ela ficou absolutamente maluca, totalmente excêntrica e sendo ela mesma", explica.

Enquanto o outro cão observava, muitas vezes bocejando de tédio, Nori continuava seu espetáculo de acrobacias, feliz por finalmente poder expressar sua verdadeira natureza.

O comportamento de Nori quebrava todos os estereótipos. A famosa fórmula de "80% sono e 20% loucura" foi invertida e potencializada.

"A Nori era 100% o completo oposto", afirma Victoria no vídeo.

Acompanhar esse ritmo se tornou uma tarefa desafiadora.

"Foi difícil, com meu trabalho e tudo mais, tentar acompanhar o ritmo dela", admite.

Ainda assim, o caos veio acompanhado de uma alegria contagiante.

"Mas eu nunca ri tanto na vida".

As peculiaridades de Nori não se limitavam à sua energia. A hora de beber água, por exemplo, se transformou em um evento.

"Ela lambe a tigela e a água vai para todo lado", descreve Victoria.

A bagunça é tanta que amigos brincavam que ela poderia colocar uma planta perto do pote para que Nori a regasse.

Preocupada com a hidratação da cadela, a tutora passou a adicionar mais água na comida, uma solução criativa para um problema único.

Essa excentricidade levantou suspeitas. Amigos e conhecidos chegaram a sugerir que Nori pudesse ter alguma questão neurológica.

"As pessoas diziam: 'Ah, é um problema neurológico. Ela não bate bem da cabeça'", recorda.

A preocupação a levou a buscar uma opinião profissional. A resposta do veterinário, porém, foi tão singular quanto a própria Nori.

Confira:

Após uma avaliação, o especialista concluiu, com toda a seriedade clínica, que ela era apenas "um pouco esquisita".

Não havia nada de errado. Nori era simplesmente Nori.

"Acho que ela só é esperta demais para o próprio bem", reflete Victoria.

A personalidade de Nori foi até documentada oficialmente. Ao precisar registrar a cadela na Califórnia, Victoria teve que escolher, em uma vasta lista, três palavras que a descrevessem.

A seleção foi precisa. Arteira, carinhosa e tímida. Uma combinação que captura perfeitamente a complexidade da pequena "máquina de pinball".

A palavra "tímida" serve para lembrar seu início cauteloso, enquanto "arteira" e "carinhosa" definem seu presente vibrante e afetuoso.

Por trás de toda a correria, existe uma conexão profunda e uma necessidade de proximidade quase absoluta.

"Eles querem estar com você 24 horas por dia, 7 dias por semana", diz Victoria sobre a raça. "São como pequenos macarrõezinhos. Você tem a sensação de que é simplesmente o mundo inteiro deles".

Essa dependência emocional cria um laço inquebrável.

Victoria confessa que nunca foi tão obcecada por algo em toda a sua vida, um sentimento que, segundo ela, torna tudo muito mais especial.

Victoria abriu sua casa para uma cachorrinha sorridente e tímida, mas recebeu em troca um turbilhão de alegria, uma fonte inesgotável de histórias engraçadas e uma companheira que a ensinou a encontrar beleza no caos.

Ela não adotou o cão que esperava. Adotou o cão de que precisava. Siga @noritheiggyy no Instagram.

Você já teve ou tem um cão dessa raça? Conta pra gente nos comentários sobre a personalidade do pet!

Beatriz é jornalista formada pela Universidade de Passo Fundo, com especialização em Escrita Criativa e Editoração pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera. Apaixonada por narrativas envolventes e pelo universo pet, ela também possui certificação em Storytelling para Marketing Digital pela Santander Open Academy, o que complementa sua habilidade de transformar histórias reais em conteúdos informativos e inspiradores. Dedica-se à produção de reportagens que valorizam a convivência ética e afetiva entre humanos e animais de estimação, promovendo empatia, informação de qualidade e o respeito aos animais.