Mulher entra em coma após falência de órgãos - mas quando golden retriever toca sua mão, o inimaginável acontece
Por Ana Carolina Câmara em Cães
Cães podem não ter asas, mas carregam algo divino no coração, uma presença que transforma, acalma e cura. Dizem que Deus os enviou para nos lembrar o que é o amor em sua forma mais pura.
E foi exatamente esse amor que mudou o destino de Priscilla Timmons: um simples gesto de um cachorrinho bastou para despertá-la de um coma induzido e provar que os cães são serzinhos realmente especiais.
Sem dúvida, Scrunchie, uma doce golden retriever, se tornou o anjo da guarda de Priscilla. Sua presença, cheia de ternura, trouxe luz aos dias mais sombrios e força quando tudo parecia perdido.
Foi ela quem, com um simples gesto de amor, ajudou Priscilla a despertar e mostrou ao mundo que o vínculo entre um cão e humano pode ser verdadeiramente milagroso.
O que aconteceu com Priscilla?
No dia 13 de março, Priscilla, de 39 anos, começou a se sentir mal enquanto estava no banheiro. Com dificuldade para respirar, conseguiu reunir forças apenas para enviar uma mensagem à mãe pedindo ajuda.
Minutos depois, sofreu uma embolia pulmonar, que provocou três paradas cardíacas e resultou em falência múltipla de órgãos.
Tudo aconteceu em questão de instantes, um colapso repentino que mudaria completamente o rumo de sua vida.
Em sua página no GoFundMe, a família relatou que, após a terceira parada cardíaca, os médicos foram sinceros ao conversar com eles e disseram que Priscilla tinha apenas 10% de chance de sobreviver.

Priscilla foi internada no Memorial Healthcare System, em Pembroke Pines, Flórida, Estados Unidos. O Dr. Daniel Mayer, chefe da unidade de cuidados intensivos, contou à imprensa que ele e sua equipe tiveram a difícil tarefa de dar a má notícia à família.
"Na UTI, ela piorou e teve uma parada cardíaca", continuou Daniel. "Graças à nossa equipe da UTI e à sua recusa em desistir, apesar da ausência de contratilidade cardíaca por 40 minutos, conseguimos (retomada da atividade cardíaca)".
Por 21 dias, Priscilla travou uma batalha intensa contra a falência múltipla dos órgãos e a perda dos movimentos. Quando seu corpo já não tinha mais forças para reagir, os médicos decidiram colocá-la em coma induzido para tentar estabilizar seu estado.
Foi então que um anjo de quatro patas apareceu em sua vida, trazendo consigo a esperança que todos achavam ter se perdido.
Scrunchie, a goldinha que devolveu a esperança
Scrunchie é um cão de terapia, treinado para levar conforto e esperança a pessoas hospitalizadas. Ao lado de seu parceiro canino, Honey Crisp, eles realizam visitas regulares ao hospital, espalhando carinho e alegria por onde passam. Juntos, transformam momentos de dor em instantes de paz e esperança.
Durante uma das visitas ao quarto de Priscilla, o adestrador de Scrunchie colocou um pequeno petisco perto da mão da paciente, que descansava sobre a cama.
Enquanto a golden retriever farejava o biscoito com delicadeza, seu focinho e suas patas tocaram a mão de Priscilla, e naquele instante ela começou a reagir, acariciando o cão instintivamente.
Foi um momento simples, mas emocionante, que marcou o início de sua recuperação.
Priscilla contou que, embora estivesse consciente e pudesse ouvir as vozes e tudo o que acontecia ao seu redor, não conseguia abrir os olhos nem mover o corpo. Era como se sua mente estivesse desperta, mas presa dentro de um corpo adormecido.
No dia em que Scrunchie a visitou, Priscilla ouviu alguém dizer que havia uma visita muito especial esperando por ela. O que ela não imaginava era que essa presença seria a de uma golden retriever amorosa, cujo simples toque traria de volta não apenas seus movimentos, mas também a esperança de viver.
“Então senti a patinha dela, e foi nesse momento que consegui mover meus dedos e levantar a mão da cama, erguendo-a no ar”, contou Priscilla. “Como uma grande amante de cães, isso me deu toda a motivação para alcançá-la o máximo que pudesse.”
Assista:
Diante do milagre, Priscilla declarou:
"Graças a Deus pelos cães de terapia, porque eles são uns anjos."
No dia 22 de outubro, Scrunchie e Honey participaram de uma coletiva de imprensa no Memorial Hospital West para celebrar um momento que parecia impossível meses antes: a recuperação de Priscilla.
O clima era de emoção e gratidão.
Médicos, jornalistas e familiares se reuniram para testemunhar de perto o reencontro entre a paciente e a golden retriever que havia tocado seu coração e, de certa forma, trazido sua vida de volta.
A fé, a medicina e o poder da esperança
Depois do emocionante encontro com Scrunchie, Priscilla começou a apresentar sinais de melhora. A cada dia, pequenos progressos mostravam que sua força estava voltando.
Aos poucos, ela recuperou os movimentos, retomou a fala e, finalmente, recebeu alta médica para retornar para casa. Alguns meses depois, no entanto, Priscilla voltou ao pronto-socorro após sentir um leve desconforto.
“Minha mente estava pregando peças em mim. Preferi não arriscar”, contou. Para seu alívio, os exames mostraram que seus pulmões estavam cem por cento limpos, como se nada tivesse acontecido. “Isso me deu toda a tranquilidade de que eu precisava”, acrescentou.

Hoje, Priscilla reconhece que sua recuperação foi resultado da união entre a fé e a medicina.
“Aos meus olhos, fé e medicina andam de mãos dadas”, disse. “A ciência nos oferece tratamento e cura, mas é a fé que mantém viva a esperança. Deus me disse para lutar, e eu lutei com todo o meu coração.”
Cães de terapia
Os cães de terapia desempenham um papel fundamental em ambientes clínicos, educacionais e de bem-estar emocional.
De acordo com a American Kennel Club (AKC), esses cães visitam escolas, hospitais e lares de idosos, sempre acompanhados por seus condutores, com o objetivo de “melhorar a vida de outras pessoas”.
Eles não são cães-guia ou de serviço especializado, nem têm os mesmos direitos de acesso público — a função deles é proporcionar conforto, afeto e suporte emocional.
Estudos mostram que a presença desses animais pode reduzir o estresse, elevar os níveis de oxitocina (o “hormônio do bem-estar”) e melhorar tanto o estado emocional como cognitivo dos pacientes.
Os cães de terapia ajudam a criar momentos de conexão, confiança e calma em quem enfrenta desafios — sejam físicos, mentais ou situacionais —, atuando como pontes de empatia, carinho e estímulo à recuperação.
Redatora e apresentadora do Canal Amo Meu Pet.
Com formação em Design de Produtos e especialização em Design de Interiores pela Universidade de Passo Fundo, a Ana encontrou sua verdadeira paixão ao unir criatividade, comunicação e o amor pelos animais.
Apaixonada por contar histórias que tocam o coração, ela estudou Escrita Criativa com o escritor Samer Agi e participa do programa JournalismAI Discovery, organizado pela Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres e a Iniciativa de Notícias do Google, buscando se aprofundar no universo digital.
Hoje, dedica-se a produção de conteúdos que informam, emocionam, conscientizam e arrancam sorrisos.








