Conheça Paçoca, cão fiapo de manga adotado nas ruas do Brasil que agora faz sucesso na Europa
Por Beatriz Menezes em Cães
Paçoca é a prova viva de que o amor e uma oportunidade de resgate podem transformar uma realidade de abandono em uma vida de aventuras internacionais.
O cão que antes perambulava sozinho pelas ruas brasileiras, com medo e problemas de saúde, hoje desfruta de uma rotina tranquila e saudável na Itália.
A história viralizou após ser contada pelo canal GeoBeats, com base nos registros do perfil de Instagram @passoca.thedog, e ilustra como a adoção responsável é capaz de reescrever destinos.
O animal que hoje corre pelos campos europeus e acompanha seus tutores em trilhas na natureza tem um passado marcado pela resiliência. A mudança geográfica não foi a única transformação na vida de Paçoca.
Ele deixou para trás a desnutrição e o medo para se tornar um pilar emocional para sua família e até mesmo um agente de bem-estar para terceiros.
Antes de cruzar o oceano para viver no hemisfério norte, o cachorro atuou como cão terapeuta no Brasil e levou conforto para idosos em casas de repouso.
Essa função social destaca a capacidade de adaptação e a inteligência emocional que muitos cães sem raça definida possuem quando recebem o estímulo correto.
O momento do resgate e a intuição que salvou uma vida
A virada de chave na vida de Paçoca aconteceu em uma manhã comum de um dia de trabalho. Sua atual tutora transitava por uma via pública quando avistou o filhote.
A descrição inicial relembra um animal que parecia um pouco confuso e lento em suas reações.
A mulher já possuía um histórico de resgates e cuidava de um gato na época.
A situação em casa não era a mais propícia para a chegada de um novo integrante, visto que seu marido não nutria grande simpatia por cães naquele período.
Uma intuição forte a impediu de seguir caminho e deixar o animal para trás. Havia uma sensação interna de que aquele cachorro precisava ser levado dali, pois algo ruim poderia ter acontecido ou estava prestes a acontecer com ele.
A decisão foi tomada no calor do momento e o filhote foi levado para casa. A recepção inicial gerava apreensão devido à postura do marido em relação a cachorros.
O cenário mudou drasticamente em um curto espaço de tempo. Bastou um dia e meio de convivência para que a resistência se transformasse em afeto genuíno.
O marido logo declarou estar apaixonado pelo animal e destacou a alegria contagiante que o filhote trazia para o ambiente.
Características físicas e a origem do nome
O nome escolhido não poderia ser mais brasileiro. Paçoca carrega a doçura do doce de amendoim popular no país e reflete a personalidade carinhosa que o animal desenvolveu após se sentir seguro.
Sua aparência física também chama a atenção e gera comentários afetuosos nas redes sociais.
Ele possui pernas longas e muito finas, o que lhe rendeu o apelido carinhoso de "fiapo de manga". Seus olhos são descritos pela tutora como extremamente expressivos e constituem a característica mais marcante de sua beleza singular.

O estado de saúde do cão no momento do encontro contrastava com sua vitalidade atual. Ele estava infestado de pulgas e vermes.
O comportamento também denunciava as dificuldades das ruas. Paçoca demonstrava medo constante e receio do toque humano. Ele buscava ajuda com o olhar, mas recuava quando alguém tentava se aproximar fisicamente.
A recuperação exigiu paciência e dedicação dos tutores para curar não apenas as feridas físicas, mas também os traumas psicológicos que o deixavam na defensiva.
De cão assustado a terapeuta de idosos
O processo de socialização de Paçoca revelou facetas surpreendentes de seu temperamento. O cão que antes era medroso e considerado "terrível" em seus primeiros dias de adaptação encontrou o equilíbrio.
A transformação foi tão profunda que permitiu a ele desempenhar um papel de grande responsabilidade social ainda no Brasil.
Paçoca frequentava lares de idosos e atuava como cão terapeuta. Sua presença levava alegria e conforto para pessoas que necessitavam de carinho e atenção.
Essa fase de sua vida demonstra que animais resgatados possuem um potencial imenso de retribuição à sociedade quando são acolhidos com dignidade.
A mudança para a Europa marcou o início de um novo capítulo. A família se estabeleceu na Itália e o cenário das caminhadas mudou das ruas brasileiras para as paisagens naturais europeias.
A tutora relata que Paçoca é seu grande companheiro de aventuras. Ele adora estar ao ar livre, fazer novos amigos e explorar a natureza.

A conexão entre o cão e a natureza se tornou um ponto central na rotina da família e fortaleceu ainda mais os laços entre o animal e seus humanos.
Adaptação biológica ao clima europeu
Um fato curioso sobre a vida de Paçoca na Europa chamou a atenção dos seguidores e foi explicado pelos tutores em um comentário de vídeo. A pelagem do animal sofreu alterações visíveis para se adaptar ao novo clima.
O pelo, que originalmente era mais puxado para o marrom típico de muitos vira-latas brasileiros, ganhou novas tonalidades e texturas.
O corpo do animal reagiu às baixas temperaturas do hemisfério norte. Para suportar o inverno rigoroso, o organismo de Paçoca fez crescer pelos acinzentados com uma textura semelhante a plumas.
Essa resposta biológica natural serviu como uma proteção térmica adicional. Mesmo com o uso de roupas adequadas para o frio, o próprio sistema do cão trabalhou para garantir seu conforto térmico.
Assista o vídeo:
Podemos dizer que Paçoca venceu na vida, não é mesmo?









