'Ninguém teve coragem de tirá-lo': Cão fica devastado após esperar 2 dias por notícias da tutora enferma e cena comove
Por Ana Carolina Câmara em Cães
Em junho, Hachiko chegou ao hospital María Auxiliadora, em San Juan de Miraflores, Lima, no Peru, deitadinho em cima da maca, acompanhando sua tutora até o último momento permitido. Quando ela foi encaminhada para a área de trauma e emergência, ele precisou ficar do lado de fora.
Ainda assim, permaneceu firme: passou dois dias inteiros sentado na porta, esperando que ela saísse, demonstrando uma lealdade tão grande que comoveu todos que testemunharam a cena.
Infelizmente, ela perdeu a vida. Os médicos e enfermeiras do hospital, tocados com a fidelidade e a tristeza do cãozinho, não tiveram coragem de colocá-lo na rua, buscando alguém que pudesse resgatá-lo, acolhê-lo e lhe oferecer uma nova chance de vida.
Foi então que a protetora de animais Estefanía Grados, que lidera o projeto Tifa Grados Rescate Animal, localizado na cidade de San Miguel, a cerca de 37 minutos de onde Hachiko estava, recebeu o chamado da equipe do hospital.
Sensibilizada pela história e pela lealdade inabalável do cãozinho, ela não hesitou: foi imediatamente ao local para resgatá-lo e garantir que ele não permanecesse sozinho naquele momento tão delicado.
A história de Hachiko emocionou tanto Estefanía que ela declarou: “Não existe cachorro mais leal do que ele! É um cãozinho realmente incrível.”
Estefanía contou que Hachiko e sua humana viveram por muito tempo nas ruas e, mesmo diante de tantas dificuldades, ele se manteve um cãozinho “muito equilibrado”, doce e surpreendentemente calmo.
Segundo ela, apesar do ambiente instável e das privações, Hachiko demonstrou uma força interior admirável, como se carregasse uma paz própria capaz de superar qualquer obstáculo.
"Ela, apesar de ter alguns problemas, sempre se cuidou junto com ele — eram tudo um para o outro", contou Estefanía.
Assim que o resgatou, Estefanía tratou imediatamente de aliviar sua dor física e emocional, oferecendo cuidados veterinários, comida, segurança e muito carinho.
Após estabilizá-lo e garantir que estava forte o suficiente, ela então providenciou sua castração, um passo importante para sua saúde e para que pudesse iniciar, de fato, uma nova etapa de vida com mais bem-estar e tranquilidade.
"Hoje damos adeus aos ovos do Hachiko! Deu tudo super certo. O procedimento foi rápido e a recuperação também", escreveu Estefanía em uma publicação no dia 10 de setembro.
Veja:
Nova vida
De acordo com Estefanía e sua equipe, Hachiko demonstra naturalmente características de um verdadeiro cão de assistência emocional.
Eles contam que, desde o momento em que passou a conviver com o grupo de resgate, ficou evidente que ele possui comportamentos raros, daqueles que muitas pessoas só veem em filmes.
O cãozinho tem o instinto de proteger, cuidar e acalmar quem está ao seu redor, reagindo com serenidade mesmo diante de situações difíceis.
A equipe descreve Hachiko como um animal cheio de paz, quase imperturbável, transmitindo tranquilidade a todos que se aproximam.
E, sempre que percebe algum ambiente tenso, ele prontamente tenta amenizar a situação, como se entendesse exatamente o que cada pessoa precisa naquele momento.
Essa sensibilidade incomum reforça o quanto ele é especial e o quanto tem a oferecer a uma futura família.
"É sociável, calmo, tranquilo. Sabe fazer suas necessidades fora, avisa quando quer ir ao banheiro e consegue ficar sozinho por um tempinho caso você precise sair (para compras). Não o dia todo, claro!", escreveu o resgate.
Hachiko é aquele tipo de cachorrinho que ama um sofá, adora dormir em cima de alguém e espalhar carinho por onde passa.
Como descreveu Estefanía, “ele tem tamanho médio, corpinho comprido como o de um salsichinha, só que um pouco maior. É o cão perfeito!”
A protetora também afirmou, na legenda de um vídeo publicado em 10 de junho no perfil do projeto no Instagram, @tifagrados.rescate.animal, onde divulgou a adoção de Hachiko, que “a família que o adotar, de verdade, será extremamente sortuda”.
O vira-latinha tem cerca de 5 anos e, apesar de ser bastante sociável com outros cães, a equipe percebe que ele se sente mais confortável sendo filho único.
Ainda assim, Estefanía ressalta que, caso a futura família já tenha outros pets, eles estão totalmente abertos a conversar e avaliar a adaptação.
Assista:
A história de Hachiko rapidamente viralizou, acumulando mais de 20,7 milhões de visualizações e milhares de comentários comovidos. Entre eles, muitos internautas confessaram o impacto emocional do relato:
“Estou chorando como uma criança de 2 anos.”
“Obrigada por salvá-lo e cuidar dele.”
“Obrigada por não o abandonarem e por ajudarem a encontrar uma família. Alguém sabe se ele foi adotado?”
Diante da enxurrada de perguntas, Estefanía respondeu com alegria:
“Hachiko foi adotado há algumas semanas, adaptou-se incrivelmente bem e já se apropriou de todas as camas e móveis da casa hahahaha! Ele continua subindo em árvores e se jogando de costas para ganhar carinho dos seus novos pais.”
A atualização trouxe alívio e felicidade aos seguidores, que acompanharam cada capítulo de sua jornada. Depois de tanta dor e lealdade inabalável, Hachiko finalmente teve o seu final feliz.
Cães sofrem quando perdem quem amam?
Sim — há evidências científicas de que os cães podem sentir algo semelhante ao luto — embora não seja idêntico ao luto humano.
Estudos comportamentais mostram que, quando um cachorro perde um companheiro próximo, seja outro cão ou uma pessoa com quem tem grande vínculo, ele pode manifestar padrões de comportamento relacionados ao luto: mudanças de apetite, busca por atenção extra, apatia e alterações no sono, por exemplo.
Isso sugere que os cães podem experimentar uma forma de sofrimento emocional pela ausência de alguém importante em sua vida. As pesquisas referem-se a comportamentos observáveis após a morte de um companheiro canino, indicando que esses comportamentos podem refletir um estado de luto ou tristeza, mesmo que os cães não tenham a mesma compreensão humana da morte.
Além disso, estudos observacionais e relatos de tutores mostram que os cães também respondem emocionalmente quando seus donos ficam doentes ou ausentes, demonstrando sensibilidade às mudanças no ambiente social e emocional
Redatora e apresentadora do Canal Amo Meu Pet.
Com formação em Design de Produtos e especialização em Design de Interiores pela Universidade de Passo Fundo, a Ana encontrou sua verdadeira paixão ao unir criatividade, comunicação e o amor pelos animais.
Apaixonada por contar histórias que tocam o coração, ela estudou Escrita Criativa com o escritor Samer Agi e participa do programa JournalismAI Discovery, organizado pela Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres e a Iniciativa de Notícias do Google, buscando se aprofundar no universo digital.
Hoje, dedica-se a produção de conteúdos que informam, emocionam, conscientizam e arrancam sorrisos.








