“Mamãe, por que os olhos da Lulu estão mudando?”: Criança se emociona ao descobrir o motivo dos olhos turvos da cachorrinha

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em Cães

Sara Ciro Escobar, que vive em Medellín, Antioquia, na Colômbia, é mãe de Isa e Agus e redescobriu, graças aos filhos, o quanto é profundo e transformador conviver com o amor de um pet.

Em um momento da vida, Sara acreditou que não teria mais cachorros. A ideia parecia definitiva, até que a insistência carinhosa de Isa, que sonhava em dividir a rotina com um companheiro de quatro patas, começou a mudar esse cenário aos poucos.

Foi assim que Lulú chegou à família — uma estopinha de pelagem caramelo, cheia de charme, doçura e personalidade.

Sua presença foi suficiente para desmontar, sem esforço, qualquer resistência que ainda existia. Lulú não apenas ocupou um espaço na casa, mas também reacendeu sentimentos que Sara nem percebia que estavam adormecidos.

Ver a cachorrinha entregue aos carinhos atentos de Isa levou Sara a refletir sobre essa transformação. Em suas próprias palavras:

“Minha filha me fez acordar, porque em algum momento cheguei a pensar que não queria mais filhotinhos.”

Foi nesse cotidiano simples, feito de gestos pequenos, que ela percebeu como o amor entre criança e animal tem a capacidade de curar, ensinar e aproximar.

Em uma cena que arrebatou o coração da mãe, Isa aparece “penteando” com todo cuidado os pelos de Lulú, enquanto explica com a sinceridade típica da infância: “Você é a preferida da casa, então eu penteio agora.”

Lulú, por sua vez, permanece quietinha, confiante, aproveitando cada toque como quem entende que aquele momento era uma verdadeira declaração de amor.

Mas a cena vai além. Para confirmar suas palavras, Isa coloca uma coroa na cabeça da cachorrinha, oficializando o posto de princesa da casa.

É nesse instante que a menina observa algo diferente e pergunta à mãe, curiosa: “Por que os olhos dela estão ficando azuis?” Sara responde com delicadeza: “Porque ela está ficando velhinha.”

Ao ouvir isso, Isa se emociona, cobre o rosto com as mãos e começa a chorar. Lulú, como se entendesse tudo, olha fixamente para a menina, criando um momento muito comovente.

Olhos turvos em cães

A mudança na coloração dos olhos em cães idosos é algo relativamente comum e, na maioria dos casos, faz parte do processo natural de envelhecimento. Segundo o American Kennel Club (AKC), muitos cães passam a apresentar uma condição chamada esclerose nuclear à medida que envelhecem.

Essa condição ocorre quando o cristalino — a lente interna do olho — sofre um endurecimento progressivo, o que provoca um aspecto azulado ou acinzentado nos olhos.

Apesar da aparência turva, o AKC explica que a esclerose nuclear não costuma causar dor e raramente compromete de forma significativa a visão do animal. Em geral, o cão continua enxergando, ainda que possa ter um leve impacto na percepção de profundidade ou em ambientes com pouca luz.

É importante destacar que a esclerose nuclear é diferente da catarata, outra alteração ocular comum em cães idosos. Enquanto a catarata provoca uma opacidade mais esbranquiçada e pode levar à perda progressiva da visão, a esclerose nuclear é considerada uma mudança benigna, ligada exclusivamente ao envelhecimento.

Por isso, o American Kennel Club reforça a importância da avaliação veterinária para diferenciar as duas condições e garantir o bem-estar do animal.

Esse detalhe, que para Isa foi motivo de tristeza ao perceber o tempo passando para Lulú, também funciona como um lembrete sobre a passagem dos anos.

A história de Sara, Isa e Lulú mostra que envelhecer ao lado de quem se ama é, apesar da dor que isso pode trazer, um privilégio. E que o vínculo entre uma criança e seu pet tem o poder de ensinar, desde cedo, lições sobre empatia, cuidado e amor incondicional, mesmo quando as despedidas ainda parecem distantes.

Repercutiu

Sara decidiu registrar em vídeo o momento delicado em que a filha interagia com a cachorrinha e se emocionava ao perceber os sinais do tempo.

Tocada pela cena, ela compartilhou o registro em seu perfil do Instagram, @saraciroe, no dia 1º de dezembro, acompanhando o vídeo com uma legenda que traduziu exatamente o sentimento vivido naquele instante.

Na publicação, Sara escreveu:

“Nunca estamos preparados para vê-los envelhecer, eles deveriam ser eternos. Amo vocês e amo a sensibilidade que minha menina tem com a Lulú; agora que a vê adulta, ela a mima muito mais…”

O vídeo rapidamente ganhou repercussão, ultrapassando 85 mil visualizações e reunindo centenas de comentários carregados de identificação, carinho e emoção.

Para muitos, a cena refletiu experiências pessoais vividas ao lado de seus próprios pets, especialmente aqueles que já entraram na fase da velhice.

Entre as mensagens, um comentário resumiu de forma profunda o vínculo entre humanos e animais:

“Sempre digo isso… a dor do luto é o preço a pagar pelo amor que eles nos fazem sentir; nada é realmente de graça… mas eu não deixaria de ter cachorros.”

Outro destacou o papel de Sara como mãe:

“Você está indo muito bem, mamãe. Você está ensinando empatia para ela. Lulu, uma princesa.”

Muitos internautas também se comoveram com a conexão entre Isa e Lulú.

“O jeito que ela olha para a menina quando começa a chorar… eles sentem nossas tristezas”, escreveu uma seguidora.

Já outra comentou: “Esses bebês com seus olhinhos que simplesmente dizem ‘obrigado por me amar tanto’.”

Houve ainda quem se identificasse de forma direta com a situação: “Eu chorando com minha cachorra de 13 anos e seus olhos azuis ao meu lado.”

Assista:

Desde pequena Isa tem uma conexão especial com os animais, principalmente com o gatinho da família:

Crianças e pets

Conviver com pets desde a infância traz benefícios que vão muito além da companhia. Estudos da American Academy of Pediatrics (AAP) mostram que crianças que crescem ao lado de animais desenvolvem mais empatia, responsabilidade e sensibilidade emocional.

O vínculo diário ensina a cuidar do outro, respeitar limites e reconhecer sentimentos — exatamente como Isa demonstra ao acolher Lulú com tanto carinho.

Esse convívio também ajuda a criança a lidar com emoções complexas, inclusive a perda. Segundo a AAP, viver o envelhecimento ou a despedida de um pet, quando acompanhado por adultos acolhedores, pode ser uma forma saudável de aprender sobre o luto, permitindo que a criança expresse tristeza, faça perguntas e compreenda o ciclo da vida.

Na história de Isa e Lulú, o amor vira aprendizado. A dor existe, mas vem acompanhada de afeto, diálogo e presença — elementos essenciais para formar adultos mais humanos, compassivos e emocionalmente seguros.

Redatora e apresentadora do Canal Amo Meu Pet.

Com formação em Design de Produtos e especialização em Design de Interiores pela Universidade de Passo Fundo, a Ana encontrou sua verdadeira paixão ao unir criatividade, comunicação e o amor pelos animais.

Apaixonada por contar histórias que tocam o coração, ela estudou Escrita Criativa com o escritor Samer Agi e participa do programa JournalismAI Discovery, organizado pela Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres e a Iniciativa de Notícias do Google, buscando se aprofundar no universo digital.

Hoje, dedica-se a produção de conteúdos que informam, emocionam, conscientizam e arrancam sorrisos.