"Quanta gratidão": Cão adotado interrompe caminhada para novo lar e volta para se despedir de protetora o salvou
Por Beatriz Menezes em Aqueça o coração
O gesto de um animal durante o processo de adoção chamou a atenção de quem acompanhava a saída de Joca da unidade de acolhimento onde vivia.
No momento em que recebia a guia para seguir com a nova família, o cão de pelagem caramelo interrompeu o percurso e retornou para interagir uma última vez com a protetora responsável por seus cuidados temporários.
O registro feito em vídeo pela ONG GAVAA localizada em Campinas, São Paulo, mostra o animal sentado voluntariamente e oferecendo a pata à mulher, um comportamento que reforça estudos sobre a conexão de animais que vivem em abrigos.
Neste ano, após o episódio de gratidão, Joca celebrará o Natal em sua casa definitiva.
Joca é um cão de porte médio e comportamento dócil que demonstrou reconhecimento imediato pelo suporte recebido antes da adoção. Mesmo com o entusiasmo visível pela partida, ele priorizou o contato físico com a pessoa que serviu de ponte entre as ruas e o ambiente familiar.
O caso ganha relevância nas redes sociais neste período de festas, quando as campanhas de adoção responsável são intensificadas para garantir que animais encontrem abrigo antes das celebrações de fim de ano.
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“Que alegria...agora vai ter uma caminha e uma família carinhosa....”
“Não basta ser maravilhoso, ele ainda olhou pra trás para falar tchau pra quem cuidou dele”.
“São as melhores adoções. Os esquecidos, os invisíveis, os mais velhos, porte grande...sofridos. O amor deles é incondicional”.
Confira o vídeo abaixo:
A ciência por trás do gesto de gratidão
Durante o processo de domesticação, os cães foram selecionados para interagir e se comunicar com os seres humanos, criando uma via de mão dupla de benefícios emocionais e práticos.
De acordo com informações divulgadas pelo portal G1, especialistas na área explicam que havia uma crença comum de que cães residentes em abrigos teriam maior dificuldade de aprendizado devido à menor frequência de interações sociais.
Entretanto, dados coletados em unidades de acolhimento mostram que a realidade é oposta.
Pesquisadoras que visitaram instituições como o Ministério Arca de Noé, a Pousada Cão Alegria e a Casa de Passagem Neverland observaram que cães sem treinamento prévio respondem de forma imediata aos estímulos humanos. Nos testes realizados, os animais de abrigo apresentaram respostas mais rápidas do que cães que já possuem tutores.
Eles exigiram menos repetições para compreender comandos e conseguiram atender a uma quantidade superior de solicitações dentro de uma mesma sessão de interação.
Essa agilidade no aprendizado sugere que a carência de atenção gera nesses animais uma prontidão maior para o contato social.
Quando Joca estendeu a pata para a protetora antes de atravessar o portão, utilizou uma ferramenta de comunicação que o cérebro canino desenvolveu para fortalecer vínculos de confiança.
O vídeo mostra que a jovem agachada ao seu lado retribuiu o gesto segurando a pata dele com gentileza, consolidando um encerramento de ciclo baseado no respeito mútuo pouco antes das festividades de dezembro.
O impacto da adoção na comunicação canina
A saída do abrigo é o momento de maior tensão e euforia para um animal. Joca aparece nas imagens já utilizando peitoral e coleira, equipamentos que simbolizam sua nova condição de animal doméstico.
Ele caminha de forma alegre e abana o rabo com vigor enquanto acompanha a nova tutora. A lição deixada por animais com esse perfil é que a capacidade de aprendizado vai além de truques básicos como sentar ou dar a pata.
Eles são capazes de processar dinâmicas sociais e expressar sentimentos de forma clara para quem sabe interpretar seus sinais.
A nova rotina de Joca agora inclui a preparação para as festas de final de ano fora das grades do abrigo. O primeiro Natal em um lar definitivo é um marco para a estabilidade emocional do pet.
A presença de uma família e a segurança de um ambiente controlado permitem que o animal desenvolva ainda mais as habilidades cognitivas identificadas nas pesquisas de campo.
O potencial de aprendizado nos abrigos
Ainda de acordo com o G1, estudos realizados em abrigos brasileiros como o Ministério Arca de Noé e a Pousada Cão Alegria revelam que cães residentes nessas instituições possuem uma capacidade de aprendizado superior à média esperada.
Ao contrário do que se acreditava, a falta de convivência constante com um único dono não prejudica a cognição do animal.
Os dados mostram que esses cães respondem mais rápido a comandos inéditos e demonstram uma vontade maior de colaborar com os humanos. A principal descoberta das pesquisas indica que os cães de abrigo conseguem assimilar novos comportamentos e regras de convivência com extrema agilidade.
Isso prova que eles estão prontos para a vida em família e possuem uma facilidade natural para criar laços com novos tutores logo nas primeiras interações, permitindo que histórias como a de Joca terminem com um final feliz no ambiente doméstico.
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