Condomínios não podem proibir moradores de criar animais em casa, decide STJ
Por Gabriel Pietro em NotíciasA Terceira Turma do Supremo de Justiça (STJ) decidiu que condomínios residenciais não podem proibir moradores de criar animais em casas e apartamentos. Só pode haver proibição caso o animal represente risco à segurança, à higiene e à tranquilidade dos demais moradores do condomínio.
A decisão dos ministros foi tomada durante a análise do caso de uma moradora de Samambaia, cidade satélite de Brasília. Pelas regras do seu condomínio, a mulher estava proibida de criar sua gata de estimação. Ela entrou com a ação na Justiça em 2016.
Com a decisão do STF, a administração do condomínio não poderá proibir animais: o documento reúne regras de administração e de convivência. Determina, por exemplo, como o condomínio deve ser gerenciado e o que é permitido ou não nas dependências da área residencial.
Vitória em primeira instância
A moradora de Samambaia ganhou o direito de criar sua gata na primeira instância da Justiça. O juiz que analisou o caso suspendeu a proibição da criação do animal. A administração do condomínio recorreu ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que reverteu a decisão, impedindo a criação da gata.
A moradora recorreu mais uma vez ao STJ: argumentou que seu direito à propriedade foi violado e que a gata não causa transtorno.
Julgamento no STJ
O ministro relator do caso, Ricardo Villas Bôas Cueva, considerou que a administração do condomínio não pode impedir, sem fundamento legítimo, a criação da gata dentro do apartamento.
“O impedimento de criar animais em partes exclusivas se justifica na preservação da segurança, da higiene, da saúde e do sossego. Por isso, a restrição genérica contida em convenção condominial, sem fundamento legítimo, deve ser afastada para assegurar o direito do condômino, desde que sejam protegidos os interesses anteriormente explicitados”, afirmou o ministro.
Dessa forma, a restrição à moradora não se mostrou “legítima”, pois o condomínio não apresentou um “fato concreto” para comprovar possíveis prejuízos causados pela gata. A decisão do magistrado abre precedente para que casos semelhantes tenham o mesmo desfecho.
Fonte: O Globo
Compartilhe o post com seus amigos!
Gabriel Pietro têm 20 anos, é redator e freelancer. Fundou o Projeto Acervo Ciência em 2016, com o objetivo de levar astronomia, filosofia e ciência em geral ao público. Em dois anos, o projeto alcançou milhões de internautas e acumulou 400 mil seguidores no Facebook. Como redator, escreveu para vários sites, como o Sociologia Líquida e o Segredos do Mundo. Ainda não sabe se é de humanas ou exatas, Marvel ou DC, liberal ou social-democrata. Ama cinema, política, ciência, economia e música (indie). Ainda tentando descobrir seu lugar no mundo.