Animal selvagem é encontrado em berço de creche infantil e biólogo brinca: 'Protesto contra os bebês reborn'
Por Ana Carolina Câmara em Mundo Animal
Há poucos dias, uma creche localizada na cidade de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, recebeu um aluno um tanto quanto diferente: um gambá-de-orelha-branca.
Deitado confortavelmente em um dos berços dos bebês, o animalzinho tirava um cochilo tranquilo, alheio à confusão que causava entre os funcionários e pais surpresos com o visitante inesperado.
Diante da situação, a direção da creche entrou em contato com o biólogo Gilberto Ademar Duwe, que realizou o resgate do gambá com toda a segurança.
O resgate
Quando Gilberto chegou à creche, se deparou com o gambá todo enroladinho no berço, dormindo feito um anjinho.
Surpreso com a cena, ele até brincou: “Gambá invade creche em protesto contra os bebês reborn!”
Brincadeiras à parte, em entrevista ao The Dodo, o biólogo contou que está acostumado a resgatar gambás, mas que essa foi a primeira vez que encontrou um dormindo no berço de um bebê.
Assim que chegou à creche, Gilberto acalmou a equipe, explicando que não havia motivo para pânico:
“Embora algumas pessoas tenham medo deles, esses são animaizinhos inofensivos. Eles se alimentam de insetos, frutas e até carniça. São verdadeiros limpadores da natureza”, afirmou o biólogo em uma publicação no Instagram.
Após verificar que o gambá estava bem e sem ferimentos, Gilberto realizou a soltura do animal em uma área de mata próxima, garantindo que ele pudesse retornar com segurança ao seu habitat natural.
"Ele não mordeu ninguém. Não fez bagunça. Só queria um lugar quentinho... e os mesmos direitos dos bebês de silicone", brincou.
Assista:
Que bom, esse gambazinho pôde voltar para a natureza são e salvo, depois de causar uma confusão adorável na creche.
E você, já se deparou com um animal desses na sua casa? Qual foi a sua reação? Conta pra gente!
Sobre o gambá-de-orelha-branca
Segundo o Onçafari, o gambá-de-orelha-branca é encontrado desde a Argentina até o norte da América do Sul.
No Brasil, habita diversos biomas como Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Campos Sulinos, adaptando-se também a áreas urbanas e rurais, onde costuma se abrigar em forros de casas ou terrenos baldios.
Com peso entre 500 g e 2,75 kg e comprimento de até 44 cm (sem contar a cauda, que pode chegar a 49 cm), apresenta coloração variada, embora o tom cinza-claro com orelhas esbranquiçadas seja o mais comum.
A espécie é facilmente confundida com o gambá-de-orelha-preta, mas se diferencia justamente pela cor das orelhas.
De hábitos noturnos e solitários, é um excelente escalador e passa boa parte do tempo em árvores.

Alimenta-se de praticamente tudo: insetos, frutos, pequenos vertebrados, carniça e até restos de comida humana, sendo um importante dispersor de sementes.
Na reprodução, as fêmeas têm de 4 a 14 filhotes, com gestação curta (12 a 14 dias). Os filhotes permanecem na bolsa marsupial por cerca de 46 dias e iniciam o desmame por volta do 60º dia de vida.
Apesar da presença em áreas urbanas, o gambá-de-orelha-branca não representa risco e desempenha papel ecológico importante.
Atualmente, é classificado como “pouco preocupante” nas listas de conservação do ICMBio e da IUCN.
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Redatora e apresentadora do Canal Amo Meu Pet há quatro anos. Formada em Design de Mobiliário, com especialização em Design de Interiores pela UPF – Universidade de Passo Fundo. Mas foi no universo pet que encontrei minha verdadeira vocação. Contar histórias de resgates, adoções e traquinagens desses peludinhos se tornou mais do que um trabalho: é a maneira que encontrei de emocionar, arrancar sorrisos e incentivar o respeito pelos animais.