Gato abandonado na rua é levado para casa com outros gatos que o ensinam a amar novamente
Por Larissa Soares em Gatos
Quando Dilly foi visto vagando pelas ruas, se escondendo debaixo de carros, ninguém imaginava que aquele gatinho assustado e esquivo um dia aprenderia a aceitar carinho.
Segundo o portal Love Meow, Dilly já foi um gato de bodega, mas após o fechamento da loja, ele foi forçado a se virar sozinho nas ruas.
Quando dois socorristas souberam de sua situação, não hesitaram em agir.
Com muito cuidado, montaram uma armadilha humanitária e esperaram pacientemente até resgatá-lo com segurança.
Dilly estava abalado. O abandono fez com que ele passasse a evitar qualquer aproximação. Mas, no fundo, aquele era só mais um gatinho que desejava ser amado.
A organização Greenpoint Cats o acolheu e o levou para um lar temporário, onde ele poderia recomeçar, no tempo dele.
“Dilly (abreviação de Dilemma) provavelmente nasceu dentro da bodega, mas recebeu pouca atenção humana, pois passou cada vez mais tempo ao ar livre”, contou a Greenpoint Cats.
A desconfiança era tanta que ele fugia ao menor sinal de interação. Mas sua nova tutora, Genevieve, resolveu investir no processo de conquista.
Paciência, petiscos e uma ajudinha felina
Com o tempo, ela percebeu que a comida poderia ser a chave para se aproximar.
“Ele não me deixa tocá-lo, mas claramente gosta de mim, ou pelo menos da minha comida”, brincou Genevieve.

Apesar da distância, ele demonstrava interesse e passava a observar sua cuidadora durante os horários de refeição.
Mas o que realmente transformou a trajetória de Dilly foi a convivência com outros gatos.
Calvin, um dos residentes da casa, recebeu o recém-chegado com o coração aberto, permitindo que ele se aproximasse, se aconchegasse e até o limpasse.
Dilly se iluminou ao ver seus amigos felinos. Aos poucos, ele começou a replicar o comportamento dos outros gatos, que confiavam plenamente na tutora.
Primeiro, aceitou carinho durante uma refeição. Depois veio o ronronar espontâneo.
Um dia, ele até se deitou de barriga para cima perto de Genevieve, um gesto que mostra confiança.
“Graças a um lar temporário paciente (e a dois gatos residentes amigáveis), Dilly está aprendendo que as pessoas (geralmente) não são tão ruins. Precisamos de mais lares temporários dispostos a trabalhar com gatos e filhotes tímidos. É uma experiência extremamente gratificante e pode realmente salvar uma vida”, destacou a Greenpoint Cats.
Hoje, Dilly brinca, se aconchega nos amigos felinos e até aceita carinho sem subornos. Ele até pisca lentamente para Genevieve, um dos gestos mais doces que um gato pode oferecer.
Gatos tímidos
Esse tipo de comportamento demonstrado por Dilly no início não é incomum entre felinos com passado difícil.
Segundo o Catster, gatos tímidos ou assustados podem ter vivido situações traumáticas, como negligência ou abandono.
Mas também existem outros fatores que podem contribuir para o comportamento, como a falta de socialização precoce, a raça ou simplesmente ter nascido com um temperamento mais reservado.
Também é possível que o gato viva em uma casa barulhenta ou caótica, o que deixa o animal constantemente em estado de alerta e estresse.
Como ajudar um felino tímido?
A veterinária Hannah Hart, em artigo publicado no PetMD, explica que o mais importante nesses casos é respeitar o tempo do animal e proporcionar a ele um ambiente seguro.
“O cantinho do seu gato deve ter tudo o que ele precisa para que ele não precise sair até se sentir mais calmo”, diz.
Isso inclui água, comida, caixa de areia, uma cama confortável, brinquedos, arranhadores e esconderijos.
Outra dica é o uso de difusores de feromônio, como o Feliway®, que imitam sinais olfativos de segurança usados pelos gatos.
E, claro, entender os gatilhos de medo e trabalhar a dessensibilização, tudo sempre com muito carinho, paciência e, de preferência, com o suporte de um profissional especializado em comportamento felino.
Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.