Gato frajola aleatório entra em residência de família para ensinar uma grande lição de amor
Por Larissa Soares em Gatos
Courtney Bailey estava apenas indo buscar a correspondência em uma manhã comum quando sua rotina foi completamente virada de cabeça para baixo por um gato.
O felino preto e branco apareceu de repente na porta da frente, olhou para ela com confiança e entrou como se fosse dono da casa. Sem cerimônia, foi direto para a caixa de areia e a usou.
“Fiquei atordoada”, contou Bailey ao The Dodo. “Sinceramente, não sabia o que fazer. Colocá-lo de volta lá fora?”
Como qualquer tutor que já foi “premiado” pelo “sistema de distribuição de gatos” sabe, não era bem uma questão de escolha.
Ela e o parceiro decidiram deixá-lo na garagem enquanto procuravam pelos donos. Mas o novo morador não parecia ter planos de sair dali tão cedo.
“Fomos vê-lo mais tarde... ele estava encolhido na antiga cama dos nossos gatos”, lembra Bailey. “Ele se sentiu em casa.”
Mas ninguém esperava que, além de um novo integrante na família, estivessem prestes a testemunhar um “caso de amor” felino.
Novo gato, novo amor
Bailey e o parceiro já tinham três gatos: os irmãos de nove meses Tater Swift e Saint Dikolas, e Reese’s Pieces, uma gata mais velha e durona.
Preocupados com a reação dos felinos, decidiram apresentar o novo gato com cautela. Mas o que veio a seguir foi... surpreendente.
Dikolas e Reese observaram o intruso com um misto de curiosidade e tédio. Aprovação silenciosa. Mas Tater, um gato grandalhão e desajeitado de 7,2 kg, que só queria amor, foi imediatamente fisgado.
“Tater Swift e [o novo gato] se olharam e se apaixonaram”, disse Bailey. “Ele se apaixonou imediatamente por Tater… seguindo-o por toda parte.”
O novo gato ganhou o nome de Pongo. E assim começou uma amizade inseparável, cheia de abraços, brincadeiras delicadas e muitas cenas de afeto.
Enquanto Bailey e o parceiro buscavam pelo antigo tutor de Pongo, com cartazes, postagens em redes sociais e até uma visita ao veterinário para verificar microchip, Tater e Pongo criavam um mundo só deles.
Pongo sentava em cima de Tater como se fosse uma mochila. As caixas da casa não pertenciam a um ou outro, mas aos dois, espremidos juntos, como um só gato.
“Alguns dos melhores momentos com um jetpack são quando Tater já está espremido em uma caixa ou cesta e Pongo se esforça ao máximo para se encaixar também”, conta Bailey.
Depois de semanas juntos, surgiu uma possibilidade de adoção para Pongo e com ela, uma dor no coração. Separar os dois estava fora de questão.
“Eles passam o dia inteiro encontrando novas maneiras de se abraçar”, diz Bailey. “Pongo e Tater estão em seu próprio mundo e todos os outros ficam de vela.”
No final, tudo ficou tudo bem. Pongo ficou. E o ‘casal’ de gatos continuou inseparável até hoje. Nas redes sociais, Bailey até brinca que seus gatos são ‘namorados’.
Gatos realmente podem ser gays?
Segundo um artigo verificado publicado no site Catster, a resposta é… complicada.
Pesquisadores estimam que até 10% das espécies animais já apresentaram comportamentos homossexuais, inclusive gatos.
No entanto, os especialistas ressaltam que gatos não pensam em sexo da forma como os humanos pensam.
Eles são movidos por instintos, como a ovulação ou feromônios, e muitas das interações que parecem “românticas” ou “sexuais” são, na verdade, demonstrações de afeto ou dominação.
Machos castrados, como Tater e Pongo, geralmente não produzem os mesmos feromônios de antes.
Já comportamentos como se esfregar, dormir colados ou lamber um ao outro são formas comuns de comunicação e vínculo, não necessariamente sinais de romance.
“Para um gato ser genuinamente gay, ele teria que ser gay o tempo todo — não apenas quando lhe apetece”, explica o artigo. “E esse tipo de comportamento nunca foi realmente observado em gatos.”
Ou seja, chamar dois gatos de namorados é, provavelmente, mais um caso de antropomorfismo, ou seja, quando atribuímos comportamentos humanos aos animais.
Mas, independentemente do rótulo, o que Tater e Pongo têm é especial.
“Foi amor à primeira vista”, diz Bailey. “Eles estão abraçados desde então.”
Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.