60 vidinhas marinhas são salvas após turista encontrá-las perdidas na areia
Por Ana Carolina Câmara em Mundo Animal
Uma mulher que turistava na Flórida, nos Estados Unidos, saiu para uma caminhada tranquila pela praia, sem imaginar que viveria uma experiência inesquecível.
Acontece que, no meio do caminho, ela se deparou com mais de 60 animais marinhos em apuros e, sem hesitar, soube que precisava agir para ajudá-los.
Graças à ação rápida dessa mulher, essas vidinhas foram resgatadas a tempo e ganharam uma nova chance de voltar ao mar em segurança.
O resgate
A mulher caminhava à beira-mar quando avistou, na restinga, cerca de 60 filhotes de tartaruga-cabeçuda vagando sem rumo em meio à grama alta, a mais de 30 metros do oceano, seu verdadeiro habitat.
Percebendo que aquele comportamento incomum poderia colocar em risco a sobrevivência dos animais, ela decidiu agir imediatamente.
A turista contatou o The Turtle Hospital, uma instituição localizada em Marathon, na Flórida, dedicada ao resgate, reabilitação e soltura de tartarugas-marinhas, além de atuar na preservação da espécie e na educação ambiental.

Quando receberam o chamado pela linha direta de atendimento 24 horas, uma equipe de socorristas foi acionada e se deslocou até o local para realizar o resgate.
Os socorristas recolheram as tartaruguinhas com todo cuidado, colocaram-nas em um balde e as levaram para as dependências do The Turtle Hospital, onde receberiam os primeiros cuidados.
Em um post publicado no Facebook no dia 3 de agosto, o The Turtle Hospital explicou que os filhotes sofreram desorientação causada pela iluminação.
A desorientação causada pela iluminação ocorre quando os filhotes de tartaruga-marinhas, ao emergirem da areia, são confundidos por luzes artificiais brilhantes próximas à praia.

Eles seguem esses pontos luminosos, acreditando que estão caminhando em direção ao mar, quando, na verdade, estão indo para o interior, onde correm risco de predação, exaustão, desidratação ou até serem atropelados.
Em condições naturais, os filhotes direcionam-se ao horizonte mais luminoso, geralmente refletido pela luz celestial sobre o mar (como a lua ou estrelas).
Mas, quando há iluminação artificial, proveniente de ruas, edifícios ou residências à beira da praia, essa luz aparece como a mais intensa e próxima, dominando os sentidos visuais dos animais e desviando seu caminho.
A Florida Fish and Wildlife Conservation Commission (FWC), explica que esse tipo de desorientação é um grave problema na conservação de tartarugas na Flórida, causando milhares de mortes de filhotes todos os anos.
Para ajudar a prevenir esses casos, é recomendável reduzir ou modificar o uso de luzes visíveis da praia durante a temporada de incubação e nascimento das tartarugas, adotando soluções como lâmpadas com luz amarela, âmbar ou vermelha, mais baixas e direcionadas, evitando que o brilho distraia os filhotes do caminho natural até o mar.
De volta às águas
As tartarugas passaram por uma triagem: foram pesadas, examinadas, limpas da areia e, em seguida, colocadas em um enorme tanque para testar a natação e avaliar sua capacidade de retornar ao mar.
Quando finalmente tiveram certeza de que os animais estavam bem, a equipe preparou o momento mais esperado: a tão sonhada volta ao mar.
O retorno dos filhotes ao oceano foi filmado e compartilhado no perfil do Facebook do The Turtle Hospital. Na legenda, destacaram:
"Continuem nadando, pequenos! Gratidão total aos voluntários @saveaturtleflkeys, à equipe dedicada @marathonturtlehospital e à @uscgsoutheast @coastguardmarathon por darem uma carona aos bebês."
A publicação alcançou mais de um milhão de visualizações e milhares de comentários.
"Obrigado pelo trabalho incrível e pela gentileza!!!!", escreveu uma internauta.
"Sei que esta é a melhor solução, já que eles ficaram desorientados após eclodirem e seguiram o caminho errado por causa das luzes do hotel e da casa. Espero que consigam sobreviver", comentou outra.
"Nadem livremente, minhas pequenas amigas tartarugas marinhas, fiquem seguras", disse uma terceira.
Assista:
Esse resgate mostra como a união entre ciência, voluntariado e amor à natureza pode transformar destinos.
Graças à ação rápida e ao cuidado coletivo, dezenas de tartaruguinhas tiveram a chance de recomeçar sua jornada no oceano que as espera de volta.
Outro resgate marinho
Em março, em um dia cinzento no mar de Malta, um praticante de kitesurf avistou o que parecia ser apenas um pedaço de madeira boiando.
A princípio, imaginou que fosse mais um resíduo levado pela correnteza, mas logo percebeu que havia algo estranho: o tronco não se movia livremente, como seria natural, e parecia estar preso a algo.
Ao se aproximar, descobriu a cena inesperada: uma tartaruga marinha estava enroscada na madeira e lutava para se manter à tona.
Sem hesitar, o homem acionou a Wildlife Rescue Team Malta, grupo ligado à Nature Trust – FEE Malta, especializado no resgate e reabilitação de espécies ameaçadas, como tartarugas, aves e ouriços.

As voluntárias Lisa e Liz foram enviadas imediatamente, mas como o mar estava agitado, precisaram da ajuda da Proteção Civil de Malta, que disponibilizou uma embarcação para garantir segurança no resgate.
Após buscas, a tartaruga foi localizada novamente, mas em uma situação preocupante: estava presa por um nó de plástico que envolvia suas nadadeiras, deixando-a vulnerável e cansada.
Com muito cuidado, os socorristas removeram o material e entregaram o animal às voluntárias.
Batizada de Belle, a tartaruga foi examinada e, felizmente, não apresentava ferimentos graves. Sofria apenas de cansaço e pequenos machucados superficiais, tratados pela equipe de reabilitação.
Depois de descansar e recuperar as forças, Belle foi devolvida ao seu verdadeiro lar: o oceano.
O momento foi registrado e divulgado no Facebook da Wildlife Rescue Team Malta, emocionando internautas que parabenizaram o trabalho dos voluntários e desejaram uma vida longa e livre para a tartaruga.

Além de relatar o resgate, a equipe reforçou uma mensagem essencial: o lixo no mar representa uma ameaça constante à vida marinha. Sacolas e outros plásticos são facilmente confundidos com alimento, causando sufocamento, intoxicação ou até morte.
A publicação destacou a importância do descarte consciente, lembrando que cada resíduo jogado de forma incorreta pode custar a vida de um animal.
O caso de Belle é um exemplo de como a ação humana pode tanto destruir quanto salvar. De um lado, o lixo plástico a colocou em risco; de outro, a solidariedade de um esportista e o empenho dos voluntários devolveram-lhe a liberdade.
No fim, fica a lição: preservar o mar e cuidar do lixo que produzimos é garantir um futuro mais seguro para todos os seres vivos.
Redatora e apresentadora do Canal Amo Meu Pet.
Com formação em Design de Produtos e especialização em Design de Interiores pela Universidade de Passo Fundo, a Ana encontrou sua verdadeira paixão ao unir criatividade, comunicação e o amor pelos animais.
Apaixonada por contar histórias que tocam o coração, ela estudou Escrita Criativa com o escritor Samer Agi e participa do programa JournalismAI Discovery, organizado pela Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres e a Iniciativa de Notícias do Google, buscando se aprofundar no universo digital.
Hoje, dedica-se a produção de conteúdos que informam, emocionam, conscientizam e arrancam sorrisos.