Mulher chora ao perceber por que seu cão resgatado continua se escondendo: "Meu coração está partido"
Por Beatriz Menezes em Aqueça o coração
Um vídeo comovente que circula online captura um momento de profunda tristeza e compreensão para a dona de um cachorro resgatado.
Nas imagens, um pequeno filhote de cor clara espia com olhos assustados por baixo de arbustos densos em um jardim.
Para sua nova dona, Bianca Polizzi, este não era um comportamento comum de um filhote tímido. Era um eco persistente de um trauma profundo.
Por semanas, a mulher se perguntou por que Peanut, seu recém-adotado cão, corria instintivamente para aquele esconderijo específico sempre que se sentia ameaçado. A resposta, quando ela finalmente a percebeu, foi devastadora.
O refúgio que ele buscava em seu novo e seguro lar era uma réplica sombria do ambiente selvagem onde ele e seus irmãos foram abandonados para morrer.
Em um vídeo que documenta a descoberta, Bianca escreveu sobre a constatação.
"Meu coração está partido", ela legendou, percebendo que o cão associava aquele tipo de vegetação ao único "lar" que conheceu antes do resgate.
A jornada de Peanut para um lar seguro foi improvável, começando em meio a uma crise ambiental generalizada.
Em setembro, a ilha de Bali, onde a protetora mora, foi atingida pelas piores enchentes em mais de uma década. A catástrofe natural deixou um rastro de destruição, tirando vidas humanas e dizimando a infraestrutura.
Para os já sobrecarregados abrigos de animais da ilha, a situação tornou-se desesperadora. Muitos instalações foram severamente danificadas, forçando uma evacuação em massa de animais vulneráveis.
Foi neste cenário caótico que Bianca e seu namorado, Logan Collins, entraram na história. Logan já estava ativamente envolvido na organização de apoio aos abrigos atingidos.
O casal, que já havia adotado Ekko, um cachorro de um olho, não estava ativamente procurando outro animal. No entanto, o destino interveio através de um telefonema urgente.
Um abrigo local, lutando para realocar seus animais, contatou o casal com um caso particularmente grave.
Eles precisavam de um "lugar especial" para um filhote que estava profundamente traumatizado. O cachorro, na época chamado Butter, estava em péssimas condições.
"Ele não tinha pelos [quando foi encontrado] e estava tendo muita dificuldade para ser manuseado", disse a tutora em entrevista à Newsweek.
O filhote havia sido encontrado em uma área selvagem com sua ninhada.
No ambiente do abrigo, superlotado após as enchentes e cheio de cães maiores e assustados, o pequeno Butter estava regredindo severamente, aterrorizado demais para interagir.
A urgência da situação superou a hesitação do casal. Eles concordaram em acolher o filhote temporariamente, "sem sequer terem visto uma foto" dele.
Quando o filhote chegou, a profundidade de seu trauma tornou-se imediatamente aparente.
O casal ficou chocado com o quão pequeno e assustado ele era. Sua primeira ação em seu novo lar não foi explorar, mas sim fugir.
"Ele correu e se escondeu nos arbustos do nosso jardim no primeiro dia em que o tivemos", explicou a mulher.
O medo dele era palpável e primitivo. O toque humano era uma ameaça.
"Se tentássemos pegá-lo ou pegá-lo no colo, ele gritava violentamente".
O que deveria ser um resgate tranquilo transformou-se em um impasse tenso. "Foi estressante para todos", admitiu.
"Passamos horas nos arbustos naquele primeiro dia". O filhote estava inacessível, preso em seu próprio terror, e o casal temia que tivessem assumido um desafio grande demais.
Confira:
A solução não veio das horas de persuasão humana, mas de uma intervenção canina. Ekko, o outro cão resgatado do casal, aproximou-se calmamente dos arbustos.
Com uma paciência que seus donos não conseguiam ter, Ekko conseguiu se comunicar com o filhote aterrorizado.
"Na verdade, foi Ekko quem salvou o dia, convencendo-o a sair", relembrou.
Esse momento foi o ponto de virada crucial. A presença de um mentor canino calmo e estável provou ser a chave para destravar a confiança de Peanut. A superação do filhote foi documentada por Bianca em uma série de vídeos.
O filhote, que antes se escondia sob os móveis, começou a seguir Ekko, copiando seus movimentos.
As cenas mostram o filhote ganhando confiança, iniciando brincadeiras de morder, correndo pelo jardim e, o mais importante, aprendendo a relaxar.
Em apenas três dias, a ideia de um "lar temporário" foi completamente abandonada. O casal sabia que não poderia submeter o cão a mais uma mudança.
"Sabíamos que não poderíamos devolvê-lo por causa do medo que ele estava. Simplesmente não conseguíamos imaginar que ele passaria por um trauma maior do que o que já passou", afirmou.
Para selar este novo começo, eles lhe deram um novo nome. O filhote traumatizado chamado Butter agora seria Peanut.
"Decidimos renomeá-lo para essa nova fase da vida dele. Mas também queríamos respeitar suas origens, então o chamamos de Peanut e o nome do meio é Butter".
A transformação de Peanut nas semanas seguintes foi notável. Sua jornada de superação é melhor exemplificada em um clipe que mostra seu "Dia 18" na casa.
O filhote, que antes "gritava violentamente" com o toque, é visto enrolado em uma toalha cinza após um banho.
Duas mãos, uma masculina e uma feminina, o secam gentilmente. Peanut, em vez de lutar, parece sonolento e completamente relaxado, fechando os olhos enquanto recebe carinho.
"Ele não gostou do banho, mas adorou os carinhos", escreveu na legenda.
O pelo de Peanut, que estava ausente quando foi encontrado, também cresceu totalmente, um sinal físico de sua recuperação.
Contudo, mesmo com todo esse progresso, a sombra do passado de Peanut permanecia.
A nova tutora continuou a observar o hábito do cão de correr para os mesmos arbustos do jardim sempre que um barulho o assustava.
Foi essa persistência que a levou à dolorosa revelação. O esconderijo não era aleatório; era um comportamento aprendido, ligado ao único lugar onde ele encontrou algum tipo de refúgio com seus irmãos antes do resgate.
"Isso o lembra de quando era filhote com os irmãos. Embora tenha sido abandonado naquele tipo de ambiente selvagem, ele parece se sentir mais seguro naquele espaço", disse ela sobre a descoberta.
A boa notícia é que Peanut está ativamente reescrevendo suas associações de segurança.
Ainda em entrevista à Newsweek, ela relatou que, embora os arbustos ainda sejam um refúgio ocasional, o cão começou a escolher um novo local seguro: o quarto de seus donos.
"Ele se sente seguro aqui", disse ela.
É um sinal claro de que sua definição de "lar" está finalmente se transferindo do trauma de seu passado para o conforto de seu presente.
Polizzi espera que a história viral de Peanut sirva a um propósito maior.
"Há tantos cães que precisam ser acolhidos ou adotados e têm tanto amor para dar", concluiu ela na entrevista.
"Espero que a história de Peanut mostre a outras pessoas que é melhor adotar em vez de comprar, e que sejam pacientes com filhotes que precisam de ainda mais amor".
O cãozinho tem um perfil no Tik Tok, acompanhe @peanutinbali.











