Tutor temia que cacatua sentisse ciúmes de filhote recém-adotado — então presencia a amizade mais linda florescer
Por Ana Carolina Câmara em Aqueça o coração
Se você tem um passarinho como bichinho de estimação, é natural ficar receoso ao pensar em adotar um cachorro ou gato. Afinal, cada espécie tem instintos diferentes, e a convivência pode gerar riscos se não houver cuidado.
Cães e gatos carregam um forte instinto de caça, que pode ser despertado pelo movimento ou canto das aves. Já os passarinhos, por serem tão frágeis e delicados, podem se assustar, sofrer estresse e até se machucar facilmente.
O músico Tyler Rayn sabia bem desse desafio. Tutor de Sophie, uma cacatua cheia de personalidade, ele temia como seria a relação dela com Nora, a cachorrinha recém-adotada. Afinal, por ser ciumenta e muito apegada, Sophie poderia não aceitar bem a chegada da filhote.
Mas o medo logo se transformou em surpresa e encanto. Em pouco tempo, Sophie e Nora mostraram que, com amor e cuidado, até os laços mais improváveis podem florescer.
Hoje, elas são companheiras inseparáveis, provando que amizade verdadeira não conhece barreiras de espécie.
Amizade improvável
Tyler é apaixonado por Sophie, sua cacatua de estimação, que até então era a rainha absoluta da casa e recebia toda a atenção do tutor. Inteligente, brincalhona e cheia de personalidade, Sophie sempre foi tratada como parte da família e ocupava um lugar especial no coração de Tyler.
A cacatua é uma ave exótica e encantadora, muito conhecida por sua crista imponente, que se levanta quando está animada, curiosa ou tentando se comunicar. Pertencente à família dos psitacídeos, a mesma dos papagaios, ela se destaca pela inteligência e pela incrível capacidade de imitar sons e até palavras.
Originárias da Austrália, Indonésia e Filipinas, as cacatuas podem viver por muitas décadas - algumas chegam a ultrapassar os 60 anos de idade, o que as torna companheiras de uma vida inteira. São aves extremamente sociáveis, que criam fortes vínculos com seus tutores e podem até demonstrar sinais de ciúme ou carência quando não recebem atenção suficiente.
Apesar de todo o charme, exigem muito cuidado. Precisam de espaço adequado, brinquedos para estimular a mente e interação constante, já que são animais ativos e curiosos. Quando entediadas, podem desenvolver comportamentos destrutivos, como bicar móveis ou arrancar as próprias penas.
Outra curiosidade é que a cacatua tem uma voz potente, capaz de se fazer ouvir à distância. Embora isso encante muitos tutores, também pode ser um desafio para quem vive em ambientes pequenos.

Com seu jeito brincalhão e carinhoso, a cacatua é considerada uma das aves mais fascinantes para se ter como pet, mas também uma das que mais demandam responsabilidade e dedicação.
Por ser um animalzinho um pouco ciumento, Tyler temia a reação de Sophie ao conhecer Nora, uma filhote de labradoodle, mistura de labrador com poodle. A preocupação fazia sentido: aves como a cacatua criam laços fortes com seus tutores e podem não aceitar facilmente dividir espaço e atenção com outro pet.
Mas foi exatamente o contrário que aconteceu!
Sophie rapidamente demonstrou curiosidade por Nora. Em vez de rejeitar a filhote, aproximou-se com cautela, observando seus movimentos e aceitando sua presença.
Logo, as duas passaram a conviver em harmonia, criando uma relação marcada por gestos de carinho e confiança. Elas até começaram a brincar juntas e a dormir lado a lado, revelando uma amizade cheia de ternura.
Amizade entre espécies diferentes
A amizade entre Sophie e Nora pode até parecer improvável, mas não é um caso isolado. Estudos mostram que vínculos interespecíficos - ou seja, entre animais de espécies diferentes - acontecem com mais frequência do que se imagina, especialmente em ambientes domésticos.
Segundo a pesquisadora N. Silva (2017), em sua dissertação sobre amizades entre espécies diferentes, a idade jovem e o comportamento de brincar são fatores decisivos para que esses laços surjam.
Animais filhotes ou mais novos tendem a ser mais receptivos e curiosos, o que facilita a aproximação e reduz o risco de agressividade. No caso de Nora, ser uma filhote ajudou na adaptação com Sophie, que rapidamente demonstrou curiosidade em vez de rejeição.
Outro ponto destacado por Silva é a proximidade e a convivência diária. Quando duas espécies compartilham o mesmo espaço em um ambiente seguro, sem pressões externas, cresce a chance de formarem um vínculo afetivo. Foi justamente o que aconteceu com Sophie e Nora, que logo passaram a brincar juntas e até dormir lado a lado, demonstrando confiança e afeto mútuo.
Casos assim comprovam o que a BBC Earth já destacou em uma reportagem sobre “amizades inesperadas”: os laços entre espécies diferentes podem nascer do cuidado, da necessidade de companhia e da busca por conforto. Mais do que instinto, é a capacidade de se conectar que torna esses encontros tão especiais.
Repercutiu
Tyler registrou a doce interação entre Nora e Sophie e compartilhou o vídeo em seu perfil no Instagram, @iamtylerrayn, no dia 2 de setembro. Na legenda, escreveu:
“Conheça nossa nova cachorrinha, Nora. Ela e Sophie se tornaram melhores amigas instantaneamente — abraçadas, tirando sonecas e agindo como verdadeiras irmãs. Nossos corações estão tão cheios de amor que mal podemos esperar para ver o vínculo delas crescer a cada dia.”
O vídeo explodiu nas redes, acumulando mais de 7,8 milhões de visualizações e milhares de comentários emocionados:
“Que fofo! Espere até a cacatua aprender a latir”, brincou um internauta.
“Isso é maravilhoso — que mensagem! Só porque alguém parece diferente de você, fala diferente de você, se vocês derem uma chance, podem encontrar um melhor amigo”, refletiu outra seguidora.
“Ai, meu Deus. Se uma cacatua pudesse sorrir, juro que vi no rosto dela. Ela está tão apaixonada por aquele cachorrinho.”
“Nossa, ela o ama e quer cuidar dele como se fosse um bebê! Vocês tiraram a sorte grande com essa dupla”, disse outra usuária.
Assista ao vídeo:
Fofo demais!
Parece inacreditável essa relação, não é? Mas a história de Sophie e Nora mostra que a convivência entre espécies diferentes pode dar certo quando há amor, paciência e responsabilidade.
Com pequenos cuidados, como manter a ave em um espaço seguro, promover aproximações graduais e respeitar os limites de cada animal, é possível criar um ambiente de harmonia e confiança.
Essa adaptação, além de proteger, enriquece a vida dos pets e também a do tutor, que testemunha laços únicos se formarem.
E você, já viu uma amizade tão diferente entre espécies? Conta pra gente nos comentários qual foi a cena mais marcante que presenciou!
Redatora e apresentadora do Canal Amo Meu Pet.
Com formação em Design de Produtos e especialização em Design de Interiores pela Universidade de Passo Fundo, a Ana encontrou sua verdadeira paixão ao unir criatividade, comunicação e o amor pelos animais.
Apaixonada por contar histórias que tocam o coração, ela estudou Escrita Criativa com o escritor Samer Agi e participa do programa JournalismAI Discovery, organizado pela Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres e a Iniciativa de Notícias do Google, buscando se aprofundar no universo digital.
Hoje, dedica-se a produção de conteúdos que informam, emocionam, conscientizam e arrancam sorrisos.