Treino interrompido: cachorrinha vira-lata invade academia, pula no colo de aluna e muda sua vida para sempre
Por Beatriz Menezes em Aqueça o coração
Recentemente uma cena inesperada transformou a rotina de uma academia.
Enquanto uma aluna se preparava para o treino, uma cadela entrou no espaço, atravessou o salão e pulou direto no colo dela.
O que parecia ser apenas um episódio curioso logo se revelou como o início de uma nova história de vida.
A tutora, que na época ainda enfrentava o luto pela perda de sua gata e de sua cachorra em menos de 15 dias, não imaginava que seria escolhida por outro animal.
A entrada repentina da cadela no ambiente foi registrada em vídeo e viralizou nas redes sociais.
“Ele entrou e veio aqui falar comigo. Peguei pra casa. Gente, tô aqui na academia e esse serzinho acabou de atrapalhar meu treino. Ele simplesmente entrou e veio no meu colo”, contou em vídeo no dia em que Alexa apareceu.
Do improviso ao primeiro lar
A tutora levou a cadela para casa sem planejar. Passou em uma loja próxima, comprou ração e brincou que improvisou uma caixa para que a nova moradora pudesse dormir com algum conforto.
O começo foi marcado pela surpresa e pela adaptação rápida.
“Eu precisava tomar banho e não queria que ela entrasse no quarto, mas ela já estava lá. Literalmente, mamãe de primeira viagem”, disse no vídeo.
Alexa, como foi batizada, conquistou cada espaço da casa em pouco tempo. Recebeu os primeiros cuidados veterinários, ganhou banho e acompanhava a tutora no trabalho.
A escolha do nome veio de forma bem-humorada: a cadela não parava quieta e a família brincava pedindo para a assistente virtual “Alexa” desligar o animal.
Mesmo sem ter uma caixa de som inteligente em casa, o nome ficou e se tornou parte da identidade da cadela.
A história que viralizou
A tutora nunca havia compartilhado a história da adoção, foi após criar um perfil no Tik Tok para a cachorrinha que internautas pediram para que publicassem mais sobre ela.
Então, a mulher fez uma junção com vários registros para contar a história.
Internautas se encantaram não apenas com a atitude da cadela, mas com a forma como ela parecia ter escolhido sua nova tutora.
O perfil criado para compartilhar a rotina da cadelinha ganhou seguidores fiéis e passou a receber mensagens de carinho e identificação, inclusive de seguidores que mostraram seus próprios pets, alguns bem parecidos com Alexa.
O vídeo tem 166 mil visualizações, 19 mil curtidas e 789 comentários.
“Os cães, na maioria das vezes, voltam para seus donos. Aconteceu comigo.”, comentou Luciano.
“Os animais são atraídos por pessoas boas”, disse outro internauta.
“Ela: aí aí Cláudia que bom que eu te encontrei, estava te procurando mulher”, brincou Maiara.
No último dia 4 de janeiro, a família celebrou um ano da chegada de Alexa. Como não se sabe a data de nascimento da cadela, ficou decidido que o aniversário será comemorado sempre na mesma data em que ela invadiu a academia e mudou tudo.
Adoção espontânea é mais comum do que se imagina
No Brasil, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), existem cerca de 30 milhões de cães e gatos abandonados.
Em muitos casos, eles encontram refúgio justamente quando se aproximam de pessoas que, mesmo sem planejar, decidem abrir espaço em suas vidas para um novo companheiro.
Alexa representa um desses casos. Ela não foi buscada em um abrigo, mas chegou sozinha, no momento em que sua futura tutora ainda vivia o luto da perda de outros animais.
Esse encontro reforça a ideia de que a adoção pode acontecer de forma inesperada, mas é sempre marcada por uma troca de afeto.
O dia 4 de janeiro se transformou em uma data especial, carregada de significado. Para a tutora, a cadela chegou no momento certo e trouxe consigo uma energia renovada.
“Ela apareceu no momento certo e trouxe ainda mais alegria para a nossa casa”, resumiu.
Hoje, Alexa faz parte de uma rotina cheia de amor, passeios e descobertas.
Estou pronto para adotar outro pet depois da perda?
Confira informações de Juliana Kawano Sato, psicóloga no site Além da Perda.
Perder um animal de estimação é uma experiência que toca profundamente. Muitas pessoas evitam até mesmo pronunciar a palavra “morte”, porque a dor é intensa demais.
E está tudo bem. Afinal, aquele pet fez parte da sua rotina, da sua história e do seu coração. Quando ele parte, fica um vazio difícil de lidar.
O luto, no entanto, é vivido de maneira única por cada pessoa. Não existe um tempo certo para seguir em frente, existe o seu tempo. E ele deve ser respeitado.
Nesse processo, uma dúvida costuma surgir: será que estou pronto para adotar outro pet?
Não há uma resposta pronta para essa pergunta. O que existe é a necessidade de olhar para dentro e perceber o que você sente. Adotar novamente não significa substituir, mas sim permitir que o amor se transforme em um novo vínculo.
Como perceber se chegou o momento?
Alguns sinais podem ajudar nessa reflexão:
1. Você entende que nenhum pet substitui o outro
Cada animal é único, com sua personalidade, manias e forma de amar. Quando você sente que pode acolher um novo companheiro sem esperar que ele seja igual ao que se foi, esse pode ser um indicativo de prontidão.
2. A dor virou saudade
Ainda pode existir tristeza, mas ela não domina mais os dias. O que antes era ferida agora se transforma em lembrança viva, capaz de trazer carinho em vez de paralisar.
3. O desejo nasce do amor, não da ausência
Você sente vontade de adotar não apenas para preencher o vazio, mas porque acredita que tem espaço emocional para oferecer cuidado e carinho a outro animal.
4. Sua rotina comporta um novo pet
Adotar exige tempo, energia e recursos. Se a vida já está organizada a ponto de incluir novamente essa responsabilidade, é mais um sinal de que talvez seja a hora.
5. Existe disposição para amar de novo
Mesmo que reste algum medo, principalmente da perda, você percebe que o amor pelos animais continua vivo dentro de você e pode florescer em uma nova relação.
E se ainda existir incerteza?
Se a ideia de adotar agora traz mais angústia do que alegria, talvez seja cedo. O luto tem seu próprio ritmo e respeitá-lo é fundamental. Não existe pressa para abrir o coração novamente.
Enquanto isso, você pode canalizar esse amor de outras formas: apoiando uma ONG, oferecendo lar temporário, apadrinhando um animal ou simplesmente acolhendo sua saudade com cuidado e gentileza.
Recomeçar com consciência
Adotar um novo pet não significa esquecer o que se foi. É uma forma de honrar a história vivida, transformando o amor em novos gestos. Cada decisão deve ser feita com consciência, responsabilidade e, acima de tudo, com o coração.
Quando chegar o momento certo, você vai saber. E essa decisão trará mais alegria do que dor.
