Empenhada em salvar pobre animal, família cuida de filhote quero-quero e chora ao vê-lo voltar para sua mãezinha

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em Aqueça o coração

Há poucos dias, a família da jornalista Bárbara Henriques, que vive em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, se deparou com uma cena de cortar o coração: um filhote de quero-quero em apuros.

Bárbara percebeu que aquele momento poderia ir além de um simples resgate. Seria a oportunidade perfeita de ensinar seus dois filhos pequenos sobre amor, empatia e responsabilidade com a vida. Como ela mesma descreveu:

“Um pequeno gesto, uma oportunidade de ensinar sobre amor e a chance de salvar uma vidinha… tão pequeno, tão indefeso e tão importante”.

A família se mobilizou e cuidou do filhote com todo o zelo, até que ele pôde ser devolvido ao lugar de onde nunca deveria ter saído: debaixo das asas protetoras da mãe.

A cena do reencontro, embalada pelo choro de emoção da família, mostrou que até os gestos mais simples podem transformar destinos.

Regatando uma vidinha

No dia 19 de setembro, véspera do Dia do Gaúcho - feriado estadual que celebra a cultura e os costumes do Rio Grande do Sul -, Bárbara se deparou com uma cena inesperada: um filhote de quero-quero preso em um bueiro.

"Eu moro em frente ao bueiro que ele caiu e, desde que nós mudamos, há 8 anos, eu cuido essa família de quero-quero que vem sempre no terreno em frente à nossa casa fazer seu ninho", contou Bárbara ao Amo Meu Pet.

Para ela, o momento foi carregado de significado: “São Francisco às vezes me manda alguns sinais. E esse foi muito simbólico, faltando um dia para o Dia do Gaúcho.” Isso porque o quero-quero é uma ave símbolo do Estado, representando a identidade e o espírito dos gaúchos.

Diante do filhote indefeso, em plena véspera de uma data tão especial para o povo gaúcho, e dona de um coração generoso, Bárbara sabia que não poderia deixá-lo à própria sorte.

"Durante todo esse tempo com eles vizinhando comigo, aprendi a identificar alguns “sons”.Quando chega um predador, quanto estão chamando os filhotes e por aí vai... E dessa vez, ouvi eles chamando e o piado insistente", relatou.

Junto dos filhos, bolou um plano para salvar a pequena ave. Foram até uma loja de pesca, compraram uma rede e, com a ajuda dela, conseguiram alcançar o filhote e realizar o resgate com sucesso.

Com a ave em segurança, Bárbara a limpou da lama em que estava presa e, com o auxílio de um secador, sob a supervisão dos olhares curiosos dos filhos, conseguiu deixá-la aquecida e protegida.

Conforme se esquentava, o filhote que antes parecia inerte começou a reagir, abrindo os olhos e se movendo lentamente, como se recuperasse a vida diante do cuidado e da proteção recebidos.

Durante esses momentos, Bárbara encontrou a oportunidade de ensinar aos filhos uma lição de amor, respeito e responsabilidade com os animais.

As crianças puderam sentir, na prática, o valor de resgatar e proteger uma vida indefesa, despertando a consciência sobre a importância de tratar cada ser com dignidade e compaixão.

Afinal, os animais também merecem ser cuidados e amados, pois compartilham conosco a mesma capacidade de sentir dor, medo e, acima de tudo, afeto.

"Sou uma pessoa muito ligada em bichos, nossa família toda é, meu esposo é veterinário. E então nossos filhos crescem com esse contato, temos 4 cachorrinhas, 2 gatinhas e um peixe", revelou.

O mais lindo de tudo foi o momento em que Bárbara e seus filhos levaram o filhote para se reencontrar com a mãe, que, preocupada, caminhava pelo gramado à procura dele.

"Pra mim, tão importante quanto o resgate, era retornar ele para os pais dele. Pois isso ensina para meu filho a importância de ajudarmos, mas sempre respeitando a natureza. Sem “recolhermos” para nós sabe", finalizou.

Ao ver o pequeno de volta, a ave o acolheu debaixo das asas, em uma cena de puro alívio e ternura que emocionou toda a família. Como declarou Bárbara: “Essa cena faz a vida valer a pena.”

E assim, Guerreiro, nome que a família deu ao filhote, voltou para onde sempre deveria estar: junto de sua mãe.

Repercutiu

Bárbara filmou todo o resgate e o emocionante reencontro do filhote com a mãezinha, compartilhando o registro em seu perfil no Instagram, @barbaramhenriques, no dia 19 de setembro.

Na legenda, desejou: "Sejas feliz, “Guerreiro”!".

O vídeo rapidamente se espalhou, acumulando mais de 26 mil visualizações e centenas de comentários cheios de emoção e gratidão. Muitos internautas se comoveram com a cena:

“Ele encontrando a mãe me quebrou”, escreveu um.

Outro destacou: “Meu Deus, que liiiiindo! Belo presente ao nosso símbolo do Rio Grande nas vésperas do 20 de setembro”.

Houve ainda quem ressaltasse o impacto educativo: “Que vídeo mais lindo, que lição incrível para essas crianças, me emocionei aqui.”

Confira:

Mais do que um registro fofo, o momento se transformou em um exemplo de empatia.

Para Bárbara e seus filhos, ficou a certeza de que toda vida importa e que, muitas vezes, é nos pequenos gestos que encontramos os maiores ensinamentos.

A oportunidade de ajudar não só salvou uma vida indefesa, mas também plantou nas crianças a consciência de que respeitar e proteger os animais é um ato de amor e responsabilidade.

E você, já teve a oportunidade de salvar uma vidinha? Talvez tenha sido um animal perdido na rua, um passarinho caído do ninho ou até mesmo um cãozinho assustado pedindo ajuda. Esses gestos simples podem transformar destinos e encher o coração de significado.

Curiosidades sobre o quero-quero

O quero-quero é uma ave muito presente no Brasil e em grande parte da América do Sul, sendo especialmente comum nos campos e pampas do Rio Grande do Sul, onde se tornou um verdadeiro símbolo cultural e foi declarado, em 1970, ave-símbolo do Estado.

Uma das características mais marcantes do quero-quero é seu canto estridente, que inspirou o nome popular, já que seu chamado lembra a repetição de “quero-quero”. Essa vocalização alta e insistente é usada para alertar sobre a aproximação de qualquer possível perigo. Por isso, a ave ganhou fama de “guardiã dos campos”, sempre atenta e vigilante.

O quero-quero é também territorialista. Costuma proteger com bravura tanto o ninho quanto os filhotes, enfrentando até animais muito maiores para garantir a segurança da prole.

Quando percebe intrusos, não hesita em partir para o ataque, voando baixo e emitindo gritos fortes, o que impressiona quem presencia a cena.

Fisicamente, possui plumagem em tons de cinza, branco e preto, com detalhes em marrom e reflexos metálicos nas asas.

Uma curiosidade é que o quero-quero tem um esporão ósseo em cada asa, utilizado como defesa contra predadores. Apesar de não ser grande, sua coragem compensa o tamanho.

Outra curiosidade é que o quero-quero se adapta facilmente a ambientes urbanos. É comum encontrá-lo em parques, praças e até mesmo em campos de futebol, sempre exibindo sua postura alerta. Além disso, desempenha um papel importante no equilíbrio ecológico, já que se alimenta de insetos, larvas e pequenos invertebrados.

Mais do que uma ave, o quero-quero representa a coragem, a atenção constante e o espírito protetor - características que se tornaram símbolos da identidade gaúcha.

Redatora e apresentadora do Canal Amo Meu Pet.

Com formação em Design de Produtos e especialização em Design de Interiores pela Universidade de Passo Fundo, a Ana encontrou sua verdadeira paixão ao unir criatividade, comunicação e o amor pelos animais.

Apaixonada por contar histórias que tocam o coração, ela estudou Escrita Criativa com o escritor Samer Agi e participa do programa JournalismAI Discovery, organizado pela Escola de Economia e Ciências Políticas de Londres e a Iniciativa de Notícias do Google, buscando se aprofundar no universo digital.

Hoje, dedica-se a produção de conteúdos que informam, emocionam, conscientizam e arrancam sorrisos.