Homem olha para escuridão e dá de cara com dois lobos ‘guaranás’ destruindo seu jardim

Marcel Rodrigues Barbosa é engenheiro agrônomo e proprietário da Allamanda Paisagismo, uma empresa especializada em projetos de paisagismo localizada em Vinhedo, São Paulo.

Apaixonado pela natureza, ele dedica a vida a transformar espaços comuns em verdadeiros refúgios verdes.

Há poucos dias, enquanto trabalhava em seu escritório cercado por uma natureza exuberante, Marcel viveu uma experiência inesquecível.

Ao olhar pela janela, notou um movimento entre as plantas e, para sua surpresa, um lobo-guará surgiu, como um visitante elegante e confiante que parecia conhecer aquele lugar.

O animal caminhava com calma, observando tudo ao redor, e por alguns instantes o tempo pareceu parar. A visita inesperada transformou uma noite comum em um momento mágico.

O visitante

Quando Marcel viu o lobo-guará bem na sua varanda, ficou maravilhado e não pôde deixar de brincar: “Olha quem veio para o jantar!”.

O animal esbelto estava ali, tranquilo, observando tudo atentamente, como se admirasse o jardim criado por ele.

Por alguns minutos, o silêncio foi preenchido apenas pela presença imponente do lobo, que parecia se sentir seguro naquele espaço cercado por natureza.

Até que o visitante ilustre resolveu explorar o ambiente e, claro, aprontou uma. Foi direto no vaso de plantas, revirando tudo! Rindo da situação, Marcel não perdeu o bom humor e brincou: “Já tá causando prejuízo!”.

Foi então que, ao olhar mais de perto, Marcel percebeu que não se tratava de apenas um, mas de dois lobos-guará em seu quintal.

Enquanto um se divertia revirando o vaso de plantas, o outro observava atentamente, em silêncio, como se fizesse a guarda.

“Eu acho que eles não gostaram dessa flor”, brincou Marcel. “Amanhã vamos ter que trocar.”

Na manhã seguinte, ele tratou de arrumar o vaso e, ao observar com mais atenção, descofiou o motivo da “revolta” dos visitantes: os lobos-guará, animais nativos do Brasil, não gostam de plantas exóticas. Rindo da situação, Marcel comentou: “Os tempos mudaram.”

Com esperança de que os novos amigos não voltassem a bagunçar o jardim, ele substituiu as espécies estrangeiras por plantas nativas, mais familiares aos visitantes — um gesto que uniu humor, aprendizado e respeito pela natureza.

Repercutiu

Marcel Rodrigues Barbosa, conhecido por sua paixão pela natureza, não deixou o momento passar despercebido. Ele filmou a visita dos dois lobos-guará e registrou também a troca das plantas do jardim, compartilhando tudo em seu perfil no Instagram, @allamandapaisagismo, no dia 23 de outubro.

Na legenda, escreveu com bom humor:

"Recebemos uma visita hoje no nosso escritório da vez! Dois #loboguará animal lindo e apesar de selvagem, pareciam dóceis, porém famintos! Vaso restabelecido; gratos com a visita. Mas no começo deu medo!"

O vídeo viralizou, alcançando mais de 433 mil visualizações e centenas de comentários encantados.

“Eu amo as perninhas compridas!”, escreveu uma seguidora.

Outra brincou: “Eu teria a mesmíssima reação que você — ‘opa, Sr. Lobo Guaraná, não seja por isso, hoje mesmo já vai ser colocada uma plantinha do seu gosto!’ Kkkkk”.

E teve quem resumiu o sentimento geral: “Que bênção ter eles como visitantes, show!”.

A publicação se tornou um verdadeiro tributo à harmonia entre o homem e a natureza. Confira:

E você, que reação teria se recebesse em seu jardim visitantes tão ilustres? Já viveu algo parecido com um animal selvagem? Compartilhe sua experiência!

Curiosidades sobre o lobo-guará

Segundo a National Geographic Brasil, o lobo-guará é o maior canídeo da América do Sul e um dos animais mais emblemáticos do Cerrado brasileiro.

Com suas pernas longas, pelagem alaranjada e andar elegante, ele encanta não apenas pela aparência exótica, mas também pelo papel fundamental que exerce no equilíbrio da natureza, atuando como dispersor de sementes e contribuindo para a regeneração da vegetação nativa.

Símbolo de beleza e força, o lobo-guará também ganhou destaque nacional ao estampar a nota de 200 reais, um reconhecimento à sua importância ecológica e cultural. Assim, além de representar o bioma do Cerrado, ele se tornou um verdadeiro embaixador da fauna brasileira e da necessidade de preservá-la.

Características

• Maior canídeo da América do Sul; pernas longas adaptadas a campos abertos do Cerrado; ocorre também em áreas de transição (Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica, Pampa) e em países vizinhos.
• Onívoro e oportunista: come pequenos vertebrados, artrópodes e muitos frutos (especialmente lobeira), atuando como importante dispersor de sementes.
• Soltitário e crepuscular/noturno, com grandes áreas de vida; maiores ameaças: perda de habitat, atropelamentos e doenças de cães domésticos.

Curiosidades

• “Cheiro de maconha?” A urina tem odor forte, comparado a cannabis/lúpulo, por causa de pirazinas; é usada para marcação territorial (até em cupinzeiros). Caso clássico aconteceu no Zoológico de Rotterdam.
• Jardineiro do Cerrado: ao comer lobeira (Solanum lycocarpum), espalha sementes viáveis por longas distâncias, ajudando a regenerar o bioma.
• Nem lobo, nem raposa: é o único membro do gênero Chrysocyon — uma linhagem própria entre os canídeos.

O que fazer ao ficar frente a frente com um animal selvagem?

De acordo com o Instituto Butantan, a orientação é não se aproximar, não tocar e nunca tentar capturá-lo. Se possível, mantenha distância, fique calmo e entre em contato com o órgão ambiental responsável para que profissionais treinados façam o resgate ou monitoramento, quando necessário.