“Resiliência envolta em pelos laranja”: gatinho órfão com paralisia é acolhido por gata e vira exemplo de amor e superação

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em Aqueça o coração

Durante uma ação de captura, esterilização e devolução de gatos de rua nos Estados Unidos, os voluntários da Tails High notaram algo de muito especial em uma família felina.

Entre os ‘bebês’ de uma gata chamada Recess, havia um filhote laranja, nitidamente maior e mais velho que os demais.

Mas, apesar das diferenças, ele estava aconchegado, como se sempre tivesse pertencido àquele grupo.

Segundo a Tails High, a mãe biológica dele havia desaparecido, e Recess, com um coração imenso, acolheu o filhote como se fosse seu.

Mas havia outro detalhe que tornava aquele laranjinha ainda mais especial: ele não conseguia usar as patas traseiras.

Mesmo maior, robusto e cheio de energia, o gatinho se arrastava com dificuldade, confiando apenas nas patas da frente para se mover.

Ainda assim, ele permanecia perto de Recess, aceitando o colo que ela lhe oferecia.

A equipe sabia que aquela família precisava de uma chance extra e que Simon, como foi chamado, precisaria de cuidados especializados.

Um gatinho especial

Ryen, voluntária experiente, não pensou duas vezes antes de se oferecer para acolhê-los temporariamente.

Depois de longas viagens e consultas veterinárias, Simon e sua família felina finalmente chegaram ao novo lar temporário.

Após consultas, foi descoberto que a paralisia das patas traseiras havia sido causada por uma lesão na coluna.

A notícia poderia desanimar qualquer pessoa, mas Simon não parecia ser afetado.

Logo estava explorando a casa, brincando com outros gatinhos, correndo (ou melhor, deslizando) feliz e até descobrindo os prazeres simples de assistir televisão.

Segundo a Tails High, Simon é o tipo de gato que não só enfrenta desafios, como os transforma em oportunidades.

Ele aprendeu a subir no sofá usando apenas as patas dianteiras, a se equilibrar melhor do que muitos gatos sem limitações e a acompanhar os outros felinos com uma energia inesgotável.

Ele até usa a caixa de areia sozinho, mesmo quando precisa de ajuda para se posicionar.

Simon também tem um coração enorme e simplesmente abraça todos.

“Ele é um gatinho tranquilo e feliz que ronrona assim que você entra, cumprimenta todos os gatos como se fossem velhos amigos e acredita que não existe estranho”, conta a Tails High, no Instagram.

Pequenas vitórias

Com suporte da Tails High, dos veterinários e da tutora temporária, Simon teve acesso a diferentes formas de tratamento e cuidado.

A acupuntura, que passou a integrar sua rotina, trouxe melhorias notáveis na mobilidade e no uso da caixa de areia.

Pequenos avanços que, juntos, mudaram muito sua qualidade de vida e deixaram todos ainda mais animados com o potencial dele.

E agora, depois de tanta superação e tanto crescimento, Simon está pronto para sua família definitiva.

O abrigo acredita que ele vai florescer ainda mais em um lar que tenha outro gato amigável, capaz de acompanhar seu coração enorme e sua energia brincalhona.

“Ele pode se mover de um jeito diferente, mas isso só o torna mais especial. Simon é doçura sem limites, resiliência envolta em pelos laranja e a prova mais verdadeira de que o amor sempre encontra um caminho”, diz o abrigo.

Paralisia em gatos

Segundo o veterinário Michael Kearley, em um artigo do PetMD, a paralisia é uma perda de movimento voluntário resultante de algum bloqueio na comunicação entre o cérebro, a medula espinhal e os nervos.

Essa mensagem elétrica, responsável por cada movimento, não chega ao destino, e a área afetada deixa de funcionar adequadamente.

A condição pode aparecer de forma súbita ou evoluir aos poucos e as causas também variam muito.

Desde lesões traumáticas na coluna, como a que afetou Simon, até infecções, tumores, picadas de carrapato, toxinas ou coágulos sanguíneos.

O tratamento depende inteiramente da causa. Em alguns casos, exige cirurgia. Em outros, remédios, fisioterapia, suporte intensivo ou terapias complementares como acupuntura e laser, que ajudam a reduzir dor e inflamação.

Gatos paralisados requerem dedicação extra, principalmente para evitar complicações como escaras, infecções urinárias ou atrofia muscular.

O prognóstico pode variar muito. Gatos que conservam a sensação de dor profunda tendem a ter melhores chances de recuperação, enquanto aqueles que não respondem ao estímulo podem ter uma lesão mais grave e permanente.

Mesmo assim, muitos conseguem viver plenamente com adaptações. E Simon é um excelente exemplo disso!

Larissa é jornalista e escreve para o Amo Meu Pet desde 2023. Mora no Rio Grande do Sul, tem hobbies intermináveis e acha que todos os animais são fofos e abraçáveis. Ela se formou em Jornalismo pela Universidade de Passo Fundo e é “mãe” de duas gatas.